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A alfabetização e suas relações

Por:   •  3/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.047 Palavras (9 Páginas)  •  899 Visualizações

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A Alfabetização e suas relações

SOARES, Magda.

Alfabetização e letramento/Magda Soares  6.ed, 6ª reimpressão.-

São Paulo: Contexto, 2014.

Este texto foi apresentado na XVII, reunião anual da associação nacional de pesquisa e Pós Graduação em Educação ANPED, em outubro de 1995, em seguida publicada na revista dessa associação – REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO.

Optando no texto pelo termo alfabetismo, preferido o letramento, na época da elaboração desse texto. Por ser um texto de revisão do conhecimento sobre relações entre a língua escrita, sociedade e cultura, é grande o número de referências bibliográficas.

Este capítulo está dividido em 4 Títulos.

  • O Tema e seus limites;
  • O Conceito de Alfabetismo;
  • Alfabetismo: Dimensões e Relações;
  • Alfabetismo: Perspectivas de Análise.

Tema e seus limites

Os elos entre a língua escrita, sociedade e cultura podem ser objeto de análise sob diferentes pontos de vista.

Um primeiro ponto de vista, a diacrônia das conexões entre escrita, sociedade e cultura, a busca dos elos entre a escrita, sociedade e cultura volta-se para o momento histórico e aspectos antropológicos da emergência e progressiva socialização da língua escrita em sociedade e culturas, analizando as características da oralidade anterior à escrita, os processos de transição de mudanças sociais, cognitivas e comunicativas, resultantes da introdução da língua escrita em sociedades de “Oralidade Primária”, as práticas de leituras e escrita em diferentes épocas e diferentes grupos sociais, os processos históricos de acumulação, difusão e distribuição do matéria escrito, o surgimento da imprensa e seus efeitos etc.

Esse ponto de vista nos levaria a redescobrir entre outras características e especificidades dos processos interativos e cognitivos em sociedade e culturas de oralidade primária e as transformações ocorridas nesse processo pela introdução da língua escrita.

O conceito de alfabetização

 É significativo que o termo alfabetismo cause certa estranheza a falantes do português, enquanto seu contrário, analfabetismo, seja termo de utilização correta e facilmente compreendido até mesma ou talvez, sobretudo. O fato de que sejam corretos na língua os substantivos que negam-analfabetismo e analfabeto são formados pelo prefixo grego ,a(an) que envolve a idéia de negação, e de que cause estranheza o substantivo que afirma, alfabetismo e ainda, de que não se tenha um substantivo que afirme o contrario de analfabeto, é, como bem hipotetizasilva, um fenômeno semântico significativo. Esse fenômeno semântico ocorreu na língua inglesa os termos illiteracy e illiterate tiveram ampla circulação antes que surgissem os termos litercy e literate o oxford english dictoinary registra o termo illiteracy desde 1660,enquanto o termo positivo literacy só aparece no final do século XIX.

As considerações anteriores, conclui-se que alfabetismo é um conceito complexo pois engloba um amplo leque de conhecimentos, habilidades, técnicas, valores, usos sociais, funções e varia histórica e espacialmente.

Alfabetismo: Dimensões e relações.

 Para Magda Soares o Alfabetismo é entendido como um estado ou uma condição, que não se refere a um único comportamento, mas a um conjunto de comportamentos que se caracterizam por sua variedade e complexidade.

Analizando estes comportamentos é possível agrupá-los em duas dimensões: Individual e Social.

Na dimensão individual o alfabetismo é visto como um atributo pessoal, que diz respeito ao conhecimento que cada indivíduo tem tais como: - leitura e escrita.

Já o contrário diz que a dimensão social é o fenômeno cultural que se refere ao conjunto de atividades, que envolve a língua escrita e um conjunto de demandas sociais.

Na dimensão individual conceitua-se o alfabetismo como uma tarefa difícil, por ter várias habilidades.

Então ler se torna um processo de ralação entre símbolos escritos e unidades sonoras, tornando também um processo de construção da interpretação de textos escritos.

Assim ler se entende por habilidades de simples traduzir em sons sílabas isoladas, pensamentos cognitivos e metacognitivos existindo outras habilidades também.

Tem se várias formas diferenciadas para que isto aconteça com materiais escritos: Jornais, revistas, dicionários e etc.

A escrita na sua dimensão individual é um conjunto de habilidades e conhecimentos linguísticos e psicológicos e não só os numerosos e variados que constituem a leitura.

Já escrever, segundo a dimensão individual do alfabetismo é um processo de

relacionamento entre unidades sonoras e símbolos escritos, assim como também é um processo de expressão de ideias e de organização de expressão de ideias e de organização do pensamento sob forma escrita.

Alfabetismo: perspectiva de análise

Uma perspectiva histórica, que investiga, entre outros temas, a história dos sistemas de escrita, dos suportes da escrita, dos objetos de escrita, dos processos de acumulação, difusão, circulação, distribuição da escrita ao longo do tempo e em diferentes momentos históricos (historia de bibliotecas, de livrarias, de sistemas de informação...) a história dos leitores (número, condição social e, sexo e etc.), das leituras e das práticas de leitura e de escrita em diferentes grupos sociais, a historia da escolarização da aprendizagem da leitura e da escrita;

Uma perspectiva antropológica, voltada para o estudo dos processos de introdução da escrita em culturas de oralidade primaria ou em grupos sociais predominantemente orais, para as diferenças nas estruturas de comunicação e nos processos cognitivos entre culturas orais e culturas letradas, para os processos de integração da escrita em redes de comunicação predominantemente orais, para os usos e funções da escrita em diferentes grupos sociais e culturais;

Uma perspectiva sociológica, que tem a leitura e a escrita como prática social pesquisa as relações entre essas práticas e as características sociais dos que as exercem, como nível de instrução, origem social, profissão, sexo, busca determinar o que e como lêem as pessoas, as motivações para a leitura e a escrita, o valor simbólico da escrita em diferentes contextos sociais, o lugar da leitura e da escrita na hierarquia dos bens culturais;

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