AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: CONTRIBUIÇÕES NA INCLUSÃO DE DEFICIENTES INTELECTUAIS NO MERCADO DE TRABALHO
Por: VanessaGottert • 29/7/2022 • Projeto de pesquisa • 2.530 Palavras (11 Páginas) • 154 Visualizações
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: CONTRIBUIÇÕES NA INCLUSÃO DE DEFICIENTES INTELECTUAIS NO MERCADO DE TRABALHO
GÖTTERT, Vanessa
Bacharelanda em Psicopedagogia
no Centro Universitário Internacional Uninter
SANTOS, Valerio Xavier
RESUMO
Este trabalho tem como tema as Tecnologias Assistivas e suas contribuições na inclusão de deficientes intelectuais no mercado de trabalho. A problemática consiste em compreender como as Tecnologias Assistivas podem contribuir na inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho brasileiro. Essa questão se justifica pela necessidade de conhecer as Tecnologias Assistivas e a sua utilização, sua importância e os impactos para a vida e o trabalho das pessoas com deficiência intelectual, para os demais colaboradores, as empresas e a sociedade. O objetivo central desta pesquisa é compreender de que maneira as tecnologias assistivas contribuem na inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho brasileiro. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica com análise em artigos científicos atuais, livros e revistas. A pesquisa demonstrou as tecnologias assistivas existentes utilizadas pelas empresas e como seu uso pode transformar a realidade profissional e a vida dos deficientes intelectuais, a importância da sua utilização e os benefícios para os colaboradores, às empresas e a sociedade.
Palavras-chave: Tecnologias Assistivas. Deficiência Intelectual. Inclusão. Mercado de Trabalho.
1. Introdução
De acordo com Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), cerca de 24% da população do Brasil declarou ter algum grau de deficiência física ou intelectual. Diversas formas de proporcionar independência, qualidade de vida, ingresso e permanência no mercado de trabalho vem surgindo. Esta pesquisa vem da necessidade de compreender como as tecnologias assistivas podem contribuir na inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho brasileiro.
O objetivo geral é compreender de que maneira as tecnologias assistivas podem contribuir na inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho brasileiro. Os objetivos específicos são mapear as tecnologias assistivas existentes para as pessoas com deficiência intelectual e apresentar de que forma o uso de Tecnologias Assistivas impactam no dia a dia dos deficientes intelectuais e demais colaboradores das empresas.
Conforme pesquisas realizadas em artigos científicos, livros e revistas, baseada em diversos autores que publicaram seus trabalhos sobre o tema, como Bersch (2017), Braga (2020), Clemente (2015), Morais (2014), Rocha (2016), Rhuan (2018) e Santos (2013), que falam da inclusão, do uso das tecnologias assistivas e seus benefícios para os colaboradores com deficiência.
O trabalho apresenta o que é a deficiência intelectual, a importância da inclusão dos deficientes intelectuais no mercado de trabalho, o conceito de tecnologias assistivas e os benefícios que elas trazem tanto para os colaboradores quanto para as empresas. Para a implementação e utilização das tecnologias assistivas, diversos profissionais devem ser envolvidos no projeto e no acompanhamento das tecnologias, adequando para cada usuário conforme as suas necessidades. Por fim, exemplos de diversas tecnologias existentes e os seus benefícios para os colaboradores com deficiência intelectual.
2. Metodologia
O trabalho se dará através de uma pesquisa bibliográfica com análise em artigos científicos atuais, livros e revistas, sobre a contribuição das tecnologias assistivas na inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho brasileiro. A base de dados foi o Google Acadêmico. As palavras-chave utilizadas para a pesquisa foram tecnologias assistivas, inclusão, deficiência intelectual e mercado de trabalho.
- Revisão Bibliográfica
A definição de Deficiência Intelectual, segundo a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual no Desenvolvimento – AAIDD (2010), caracteriza-se por: “uma incapacidade caracterizada pela limitação significativa no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo”. Conforme a mesma Associação, existem limitações adaptativas em pelo menos duas áreas, que podem ser da comunicação, autocuidado, vida diária, vida social, saúde, segurança, aprendizado e trabalho. Ela ocorre antes dos 18 anos de idade.
Na prática, as pessoas com deficiência intelectual normalmente tem comportamentos próprios de pessoas com idades inferiores às suas e tem dificuldades em realizarem atividades do dia a dia, além da limitação no aprendizado e entendimento, conforme explicado pela APAE - São Luis/MA.
Para Rhuan (2018), os portadores de deficiência intelectual devem se sentir pertencentes à sociedade, com fortalecimento do respeito aos direitos humanos. Devem ser providenciados meios que possibilitem que este grupo tenha autonomia e independência, liberdade de expressão, acesso à informação, ao trabalho, participação na vida política e cultural, ou seja, o básico que toda a pessoa tem direito na sociedade.
É possível constatar que o progresso desses indivíduos não é impedido tão somente pela genética, mas também pela sociedade, em parcela. Considera-se que, quando não se é oferecida às pessoas com deficiência intelectual a oportunidade de presenciar ativamente a vida civil e desempenhar certas funções, não há como dimensionar sua capacidade de participação. (RHUAN, 2018).
Clemente (2015) cita que respeitar as diferenças individuais para que a deficiência seja desmistificada, mudar o olhar sobre a deficiência, entender que é mais um trabalhador, produtivo como os outros e que a deficiência é só uma entre tantas características são atitudes para enfrentar o preconceito. E isso gera dois desafios para as empresas: mudar a cultura organizacional e garantir o trabalho e o desenvolvimento do profissional portador de deficiência.
Pessoas com deficiência ainda são vistas sob o rótulo da incapacidade, persistindo a confusão entre deficiência e doença. O rótulo da incapacidade remete à ideia da não produtividade – se a pessoa é incapaz, como vai produzir e contribuir para o crescimento da empresa? Ela é vista como um “peso morto”, como alguém que precisa ser contratado apenas para cumprir a lei. (CLEMENTE, 2015).
Para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho brasileiro, conforme Rocha (2016), há necessidade de que a sociedade amplie as concepções e oportunidades, entendendo que todas as pessoas são diferentes, possibilitando que elas ingressem, participem e permaneçam em todos os espaços sociais. Uma das possibilidades para que isso ocorra é o uso de Tecnologias Assistivas.
...