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Fichamento - Articulação flexivel que qualifica os trabalhadores

Por:   •  1/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.396 Palavras (10 Páginas)  •  154 Visualizações

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STEIN, Edson Francisco. Na Acumulação flexível quem qualifica os trablahadores? Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 32 e 33, FCSA 04/05, pp. 33-66, Curitiba, jul./ago. 2002

        “A acumulação flexível que caracteriza a atual fase de desenvolvimento capitalista, identificada por processos de produção cambiáveis, que rapidamente são adaptados para atender demandas específicas, requerem trabalhadores polivalentes e/ou multifuncionais. O atual estágio de produção, que está substituindo o processo de produção fordista, é caracterizado por mudanças na organização do trabalho e em novas tecnologias. Para atender essa exigência os trabalhadores buscam se qualificar/requalificar e demandam dos sindicatos que assumam essa tarefa, que é do capital. Este artigo apresenta os resultados de investigação realizada em sindicatos que assumem a tarefa de qualificar/requalificar os trabalhadores.”(p.34)

        “As novas demandas do mundo do trabalho exigem trabalhadores com uma maior flexibilidade para execução de múltiplas tarefas; que têm como objetivo a intensificação do trabalho e o aumento da produtividade, dos que continuam empregados. Segundo Marx a taxa de lucros é determinada pela força produtiva empregada na produção de uma mercadoria qualquer. A quantidade de mercadoria produzida em determinado tempo ou mediante uma determinada quantidade de trabalho empregado, depende da força produtiva (produtividade) do trabalho empregado e não da extensão ou duração do trabalho. A taxa de lucro depende da produtividade que a força produtiva empregada é capaz de gerar. A força produtiva do trabalhador multifuncional gera uma produtividade maior, pela incorporação de novas tecnologias ao processo de produção, garantindo uma taxa de lucro igual com um número cada vez menor de trabalhadores, o que causa desemprego.”(p.35)

        “Para Marx o desemprego é inerente ao modo de produção capitalista e sob o capital não tem solução. Ao contrário, só tende a se agravar, pela incorporação crescente de tecnologia ao processo de produção. Para ele, não se trata de negar o desenvolvimento; mas denunciar o caráter excludente do processo de acumulação desse modelo de sociedade. Então, diferente do que tem sido afirmado, não será uma maior qualificação ou um maior nível de escolaridade que darão conta de garantir o emprego a todos. Um maior e melhor nível de educação contribuirá entre outras coisas, para facilitar o entendimento dos fundamentos dessa sociedade.”(p.36)

        “Como a educação se insere no âmbito das lutas hegemônicas, a pesquisa verificou se os sindicatos, ao assumirem a tarefa de educar e qualificar os trabalhadores, organizaram seus conteúdos e métodos pedagógicos, na perspectiva de construir a hegemonia do projeto que interessa aos trabalhadores; ou se a metodologia de ensino utilizada reforça a pedagogia burguesa de dominação das elites sobre os trabalhadores.”(p36)

        “A escola nasce para formar os dirigentes, na perspectiva das elites dirigentes. Ela é destinada às elites em detrimento e para perpetuar a exclusão dos trabalhadores da organização e controle social do Estado e dos processos de produção. A educação para o trabalho é uma educação que habitua o trabalhador, segundo Kuenzer (1984, p. 63) [...] não se esgota no desenvolvimento de habilidades técnicas que tornem o operário capaz de desempenhar sua tarefa no trabalho dividido. Muito mais ampla, ela objetiva a constituição do trabalhador enquanto operário o que significa sua habituação ao modo capitalista de produção. Isto interessa ao capital na medida em que trabalhadores mais qualificados têm uma produtividade maior, o que amplia a expropriação do trabalho realizado e não pago, aumentando os lucros dos capitalistas.”(p.36)

        “O desemprego crescente, que intensifica cada vez mais a disputa por postos de trabalho, exigindo maiores e novas habilidades dos trabalhadores, para que possam se inserir num processo de trabalho que a cada dia exige deste trabalhador maior flexibilidade na execução de múltiplas tarefas, coloca em xeque a capacidade dos Sindicatos apresentarem alternativas factíveis de enfrentamento e solução dos problemas que se apresentam.”(p.38)

        “No Brasil, os novos processos de gestão e organização do trabalho, pela incorporação de novas tecnologias ao processo produtivo, têm possibilitado um grande

aumento no índice de produtividade e a redução de custos, em detrimento do nível de emprego.”(p.38)

        “Esse processo de fechamento de empresas, ou a sua incorporação por grandes grupos multinacionais, provoca uma acentuada desestruturação no mercado de trabalho no país, causando o desassalariamento da mão-de-obra, altas taxas de desemprego e a precarização das relações de trabalho. Os trabalhadores não organizados, que prestam serviços a pequenas empresas, sem registro, em ocupações por conta própria (camelôs, biscateiros etc.), vêm aumentando sua participação no universo de trabalhadores ocupados, mas sem a condição de assalariados, sem vínculo formal de emprego, elevando a taxa de trabalhadores desassalariados, ou seja, com relações de trabalho precarizadas. Já os trabalhadores organizados, que trabalham em grandes empresas, são registrados e têm um leque de proteções incluídas no contrato de trabalho, vêem continuamente reduzida a sua participação no número dos trabalhadores ocupados(Pochmann, 1998).”(p.38)

        “[…] O impacto dessa nova forma de organizar a produção, sobre o nível de emprego, põem em desespero os trabalhadores diante da perspectiva do desemprego.”(p.39)

        

        “Numa economia globalizada, com mudanças rápidas e contínuas em termos econômicos e tecnológicos, os países em desenvolvimento, não tendo poupança interna suficiente, se vêem obrigados a captar recursos externos para financiar o seu desenvolvimento. Essa dependência os submete aos ditames dos países ricos, que detêm os recursos de que necessitam.”(p.42)

        “As reformas educacionais foram implementadas no sentido de reestruturar o sistema de ensino, com o objetivo de preparar trabalhadores com o perfil que aten-

da às necessidades impostas pelo sistema produtivo.”(p.42)

        “A oferta de educação científico-tecnológica mais avançada fica restrita a um pequeno número de trabalhadores, e assim mesmo, de forma hierarquizada através de níveis crescentes de complexidade que vão do pós-médio à pós-graduação.

(Kuenzer, 1999, p. 21).”(p.43)

        “Para o Banco, “e para boa parte de políticos, dirigentes e mesmo muitos intelectuais brasileiros, a “competência” é um atributo biológico ou até mesmo divino, que não tem nada a ver com as condições econômicas, sociais, culturais na determinação das formas de produção, sistematização e divulgação do conhecimento”.”(p.44)

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