O Célestin Freinet

Célestin Freinet (1896 – 1966)

Nasceu em 15 de outubro de 1896, no sul da França, num vilarejo chamado Gars. Ele passou toda sua infância no campo. Veio de uma família de pastores de ovelha.

Estudou na escola Normal de Nice, na França mesmo. Mas antes que pudesse dar aulas, ele foi convocado aos 18 anos para participar da primeira guerra mundial em 1914. Ele acabou sendo ferido nos pulmões por inalação de uma arma química, o gás de mostarda. Seu tratamento levou dois anos, mas deixou sequelas permanentes.

O seu sonho de ser professor nunca o deixou, então em 1920, numa pequena aldeia chamada Le Bar-Sur-Loup , ele começou a dar aulas. Mas devido a sua sequela nos pulmões, ele não podia falar muito. Faltava-lhe fôlego para falar por horas seguidas.

Freinet por necessidade cria a aula passeio. Ele levava seus alunos para fora da sala de aula e trabalhava em cima de suas observações do mundo real. Pedia que seus alunos se expressassem a partir do que viam e acrescentava o que era necessário.

Inovador, na década de vinte, Freinet levou para a sala de aula um tipógrafo, que foi uma grande sensação entre as crianças. Fazendo surgir a imprensa escolar. Deixando que os alunos criassem os textos, corrigissem entre eles, mas adequando-os se necessário antes da impressão final.

As adaptações de Freinet, o fizeram ter uma visão diferente da sua época. Percebeu que o aluno podia ser o protagonista do processo de ensino-aprendizagem e que podia por fim nas aulas expositivas.

Mas naquela época ele não foi compreendido pelo sistema educacional e foi taxado de subversivo. Com isso foi desligado do sistema público de ensino.

Nesse período ele se casou. Sua esposa chamava-se Elise. Era artista plástica e passa a se chamar Elise Freinet. Eles se mudaram para uma província próxima. Nessa província começam a desenvolver um projeto de escola com base em suas experiências anteriores.

A escola é bem-sucedida, pais e professores da localidade se interessaram pelas aulas. Pessoas de vilarejos próximos começam a procurá-lo para entender como tudo aquilo funciona. Quarenta anos depois esse movimento se estabiliza, vindo a ser conhecido mais tarde como movimento da Escola Moderna.

O legado teórico, Freinet deixou no final da vida. Durante todo o seu trajeto acadêmico ele nunca se preocupou em sistematizar o que ele estava fazendo. Nesse período ele escreveu sobre o método natural, no qual ele acredita que as crianças adquirem conhecimento através do desejo de aprender e não por uma oposição de alguém que tenha poder sobre essa. Ele desenvolveu esse método de uma forma assistemática, sem uma metodologia cientificamente aceita.

Então, no final da vida Freinet percebi que seria importante deixar registrado o que seria a pedagogia Freinet, apesar do próprio não gosto deste termo. Assim, deixa como legado principal as chamadas bandeiras de luta, levantando durante sua vida três bandeira de lutas que são denominadas: abaixa a aula, abaixo os manuais escolares e 25 alunos por turma.

A primeira bandeira que foi levantada é a denominada abaixo a aula, talvez pela nomenclatura no primeiro momento foi entendida por subversiva. Porém, o que ele queria chamar atenção era para o fato de muitas vezes o professor criar um plano de aula em um contexto geral, sem conhecer seus alunos, sem saber se aquela aluno vai conseguir assimilar ou ter algum proveito daquela aula, assim, criando um plano de aula que não gerar efeito sobre seus alunos .

A partir desse pensamento, ele resolveu fazer o contrário, criando um cenário onde o professor não impõe a matéria para o aluno, ou seja, idealizando um ambiente onde permita que os alunos explorem a vida, o mundo e até mesmo os conteúdos. Entendendo, que o aluno muitas das vezes não está disposto naquele momento aprender o que o professor está disposto a ensinar naquela aula.

A segunda bandeira chamada abaixo os manuais escolares, está relacionada diretamente com a primeira bandeira. Com essa segunda bandeira ele transmitiu a ideia de acabar com as apostilas, livros e caderno. Justificando que não precisamos de manuais escolares, mas sim olhar para nossos alunos identificando como cada um aprende e o que cada um quer aprender.

Nesse contexto, ele também percebeu que deveria ter menos alunos em sala. Com isso,