Pedagogia e história

Síntese de Merleau-Ponty Na Sorbonne: Resumo de Cursos – Filosofia e Linguagem

A criança vista pelo adulto. Pg. 95 – 98.

A pedagogia, a principio, pode ser um conjunto de técnicas e precisa de uma relação com a psicologia para colocar em prática as regras que regem esta ideia de técnica educativa. Assim a pedagogia está dependente da psicologia e da moral, pois conjetura valores já instituídos previamente. A relação entre a pedagogia e a moral limita a aplicar valores já determinados antes mesmos de conhecer a situação real da criança e a outra dependência é entre a pedagogia e psicologia da criança afirmando a primeira, neste contexto, passa ser sinônimo da segunda. É impossível ao pedagogo observar sem fazer nenhuma intervenção, à medida que a criança e o adulto se relacionam eles interferem de modo recíproco um na vida do outro produzindo outras formas de vivências. O problema está no pedagogo querer modificar a criança e moldá-la para ser isto ou aquilo de acordo com visões pré-concebidas, é necessário perceber o lado da criança e só com a psicologia da criança isto é possível. A pedagogia, portanto, entende a criança a partir do olhar do adulto, de como ele vê está criança cultural e historicamente. A psicologia da criança traz outra reflexão, sugerindo ao adulto ou ao educador observar a criança, mas compreendo o seu mundo através dos olhos dela, propondo intervenções significativas priorizando e as relações com o outro de modo natural e sem imposição de ideias pré- concebidas.

Pedagogia e História

A história da pedagogia fornece informações de como o adulto possui diversos comportamentos em relação à criança de forma a universalizá-la e cria uma natureza infantil para possuirmos parâmetros de comparação como se todas as crianças fossem iguais. É o adulto que deseja transformar a criança no que ele quer e assim a oprimimos e tiramos sua liberdade, pois ela ainda não tem consciência de suas ações. A criança tem várias formas de ser e de expressar e o seu interior relaciona-se com o exterior resultando em diversas ações e situações imprevisíveis para um adulto, mesmo ele estando envolvido no contexto. A criança ao nascer precisa de um adulto para cuidar e satisfazer suas necessidades primeiras, mas é o adulto que priva a criança de um aprendizado pela natureza, ou seja, livre e oportunizando uma independência para sobreviver. É experimentando que o aprendizado se efetiva, mas o adulto utiliza o poder e a autoridade para fazer da criança um escravo intelectual.