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VYGOTSKY E A CRIANÇA

Por:   •  12/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.143 Palavras (13 Páginas)  •  333 Visualizações

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VYGOTSKY E A CRIANÇA

Ao abordar o tema da presente seção, recorreremos aos trabalhos do psicólogo bielo-russo Lev Semenovich Vygotsky, a fim de comparar sua contribuição no desenvolvimento infantil, sobre a forma de a criança ser e modificar-se. Atualmente, seus trabalhos vêm exercendo grande influência entre os pesquisadores da área de educação infantil.

Categoricamente, Ribeiro (1999) nos coloca que, diante de seus trabalhos, Vygotsky é inserido em uma linha teórica que pode ser chamada de sócio-histórica, por considerar a constituição social do sujeito dentro de uma cultura concreta. O meio assumido por Vygotsky como a cultura, fornece aos indivíduos os sistemas simbólicos de representações e, por meio deles, o universo de significados que permite construir uma ordenação, uma interpretação dos dados do mundo real.

Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) iniciou seus estudos buscando uma alternativa dentro do materialismo dialético para o conflito entre as concepções idealistas e mecanicistas. Para Vygotsky a geração mais nova constrói seu próprio modo de compreender o mundo, acompanhando parcialmente a de seus pais.

A autora segue argumentando que, através de estudos, Vygotsky e seu grupo (Lúria, Leontiev), entre outros, chegaram a propostas teóricas inovadoras no tocante à relação entre pensamento e linguagem, à natureza e ao papel da instrução do desenvolvimento.

Diante do que a autora nos coloca, entende-se que, partindo do princípio  de que os indivíduos se constituem como tal no meio social em que vivem, dentro de uma  cultura concreta, o sujeito de conhecimento para Vygotsky, é necessariamente um sujeito social e que a geração mais nova, ou seja, as crianças se constituem na relação com o outro que compartilha de um mesmo contexto, ou seja seus pais.

Segundo Oliveira (1992) um dos pressupostos básicos da teoria de Vygotsky é, considerar a cultura como parte da natureza humana pois conforme a autora, a cultura constitui, assim, “um processo histórico que, ao longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, molda o funcionamento psicológico do homem”.

Ainda segundo a autora, procurando compreender o funcionamento das funções psicológicas superiores, traço que distingue os homens dos outros animais, Vygotsky estabelece o que seria a dupla natureza do homem, compreendido como membro  de uma espécie biológica que se desenvolve no interior de um grupo cultural.

O desenvolvimento humano, para esse teórico, deve ser compreendido como um constante processo de internalização das formas culturalmente dadas de comportamento. As interações com o meio são consideradas sempre com base em um meio sociocultural específico que, por assim ser, constitui um contexto de significados próprios, característicos de cada grupo cultural.

Dessa forma, percebe-se que para Vygotsky, as interações sociais são as bases centrais que sustentam o processo de aquisição de conhecimento humano, através das trocas que o indivíduo estabelece com o meio social, e que é na relação com o outro, com o social que a criança começa a dar significado a suas ações, e que os conteúdos dessa aprendizagem adquirem significado para o sujeito do conhecimento.

Nas palavras de Vygotsky (1994):

Antes de controlar o próprio comportamento, a criança começa a controlar o ambiente com a ajuda da fala. Isso produz novas relações com o ambiente, além de uma nova organização do próprio comportamento. A criação dessas formas caracteristicamente humanas de comportamento produz, mais tarde, o intelecto, e constitui a base do trabalho produtivo; a forma especificamente humana do uso de instrumentos.

Nesse sentido, entende-se que a criança explora o ambiente, sendo esta uma das maneiras mais poderosas que a mesma tem à disposição para aprender, constituindo assim um elo intermediário entre ela e o mundo ao seu redor.

Ribeiro (1999) segue argumentando que, Vygotsky dá especial atenção ao substrato do desenvolvimento psicológico, especialmente o cérebro. Suas concepções sobre o  cérebro humano fundamentam-se na idéia de  que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo da história social do homem, podendo o cérebro servir a novas funções criadas na história do homem, sem que sejam necessárias transformações morfológicas no órgão físico.

Vygotsky busca, por esse caminho, compreender de que maneira se dá o reflexo do mundo externo no mundo interno, ou seja “ como a natureza sociocultural das pessoas se torna igualmente sua natureza psicológica”.

Conforme o que nos coloca a autora, entende-se que Vygotsky buscou uma abordagem que possibilitasse a descrição e explicação das funções psicológicas superiores a qual são construídas de fora para dentro do indivíduo, implicando assim a identificação dos mecanismos cerebrais a uma determinada função psicológica e detalhada da história do homem ao longo de seu desenvolvimento.

 Segundo a Revista Nova Escola (2009), Vygotsky morreu há anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil, pois sua obra ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças e é uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea.

 A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Ele atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou  sociointeracionismo.

        Ainda conforme a Revista, como  Piaget, Vygotsky não formulou uma teoria pedagógica, embora o pensamento do psicólogo , com sua ênfase no aprendizado, ressalte a importância da instituição escolar na formação do conhecimento. Para ele, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente.

        Diante disso, concluí-se que na visão vygotskyana, caberá ao educador o papel de interventor, desafiador, mediador e provocador de situações que levam os alunos a aprender, na medida em que o educador propor estímulo ao interesse do aluno, contribuindo assim para novas descobertas para o seu desenvolvimento e enriquecimento de sua personalidade, propiciando a construção do conhecimento pelo próprio aluno.

        Conforme evidencia o exposto até aqui, atualmente é consenso entre os estudiosos, que na pré-escola a criança desenvolve seus primeiros passos em um novo mundo e reforça seu relacionamento com o meio e as pessoas. Nessa fase tão importante, é que as crianças precisam de estímulos adequados para desenvolver-se inteiramente, conforme apregoado pelas principais teorias do desenvolvimento e da aprendizagem (OLIVEIRA, 2000, p.17).

         Certamente, como descrito pela autora, os educadores devem estar preparados para ajudar as crianças na construção do saber, oferecendo-lhes um ambiente que vá de encontro ás suas necessidades. O educador deve propiciar situações adequadas ao desenvolvimento de cada criança, preparando atividades que atendam aos seus anseios, priorizando um ensino que promova a troca de experiências, tornando o pré-escolar mais rico, interessante e compensador.

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