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A VELHICE, UM NOVO PAPEL NA FAMÍLIA: A CONTRIBUIÇÃO DE GRACINHA DA OBRA O SAPATO DE SALTO, DE LYGIA BOJUNGA

Por:   •  19/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.667 Palavras (7 Páginas)  •  364 Visualizações

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A VELHICE, UM NOVO PAPEL NA FAMÍLIA: A CONTRIBUIÇÃO DE GRACINHA DA OBRA O SAPATO DE SALTO, DE LYGIA BOJUNGA

Autores: Bianca Arteman (UNIGRAN), Felipe Castro Souto (UNIGRAN), Julia Luna Bolzan (UNIGRAN), Ricardo Demenech Fermo (UNIGRAN), Maisa Barbosa da Silva Cordeiro (Orientadora/UNIGRAN).

Objetivos

• Analisar a personagem secundária Dona Gracinha, da obra literária Sapato de Salto, de Lygia Bojunga (2011); • Identificar a contribuição da personagem para a compreensão do envelhecimento como um novo papel a ser vivenciado no âmbito familiar na pós-modernidade; • Perceber quais são os desafios para o idoso, sua família ou cuidadores na pós-modernidade;

Metodologia

• A base reflexiva da temática proposta é construída a partir da metodologia de revisão bibliográfica, pautada, prioritariamente, em Sapato de Salto, na disciplina Linguagem e Argumentação, sob orientação da Profa. Me. Maisa Barbosa da Silva Cordeiro.

Contextualizando a obra literária

A obra “Sapato de salto” conta a história de Sabrina, garota que foi deixada para adoção logo após seu nascimento e que, aos 10 anos, foi adotada por uma família para fins domésticos, onde o “patrão” a obrigava a manter relações sexuais em troca de doces ou dinheiro. Sabrina é surpreendida quando Tia Inês toma sua guarda da família para levá-la para morar com ela e Dona Gracinha, sua avó materna. Ao chegar em seu destino, Sabrina se depara com uma casa toda amarela e aconchegante, com um quintal meio bagunçado e muito ensolarado que logo a atraiu, onde encontrou Dona Gracinha preocupada com suas ocupações: “Dona Gracinha, na frente do varal, estendia roupa. Os movimentos que fazia se ajustavam na melodia que ela cantava, ou melhor, que ela laralalava, e que reproduziam,

Contextualizando a obra literária

direitinho, a sequência de apanhar roupa na bacia de zinco que estava no chão, sacudir a roupa bem sacudida, estender o braço pra uma sacola de plástico pendurada num galho do limoeiro, pegar um prendedor, prender a roupa no arame, se abaixar de novo, pegar outra peça de roupa e laralalalá… Só que: não tinha roupa na bacia, nem pregador na sacola, nem arame nenhum.” (BOJUNGA, 2011, p.30) A partir disso, Sabrina começa a descobrir fatos sobre sua família que acarretaram no seu destino e na atual situação de sua avó.

Dona Gracinha: Representação literária da velhice na obra Sapato de Salto • Dona Gracinha é a representação da velhice na literatura de Bojunga (2011). Ela auxilia a compreensão do envelhecimento como um novo papel a ser vivenciado no âmbito familiar e quais são os seus desafios na pós-modernidade diante da velhice que ocupa uma presença crescente na sociedade. • A personagem no enredo é uma idosa cuidada em casa por sua família - uma filha e uma neta - e carrega consigo o sofrimento psíquico decorrente de perdas não elaboradas: abandono do marido, gravidez precoce da filha e suicídio de uma de suas filhas. Tais fatores geram traumas na personagem, provocando alterações em seu comportamento. Une-se a isso o agravante do Alzheimer.

CONCEITUAR A VELHICE

• Segundo ELZIRIK (2013,p.227), a velhice pode ser compreendida como um novo papel em que as novas experiências, modos de pensar, de agir e de se relacionar se recriam. Deve ser examinada de modo individual, pois cada sujeito a vivencia de acordo com sua personalidade, experiências passadas e momento presente.

RECORTES DA HISTÓRIA DA VELHICE (ELZERIK,2013,p.228) • Cícero (44 a.C) aos 62 anos, consiste no cuidado com a saude: exercícios físicos moderados; na precauções contra as doenças e no cuidado da mente que mantem o vigor • O texto mais antigo (Egito): o velho fala sobre si mesmo é Ptah-Hotep, do faraó Tzeri (2450 a.C) “o velho se debilita dia a dia, a visão diminui, seus ouvidos tornam-se surdos, a força declina, a boca silencia, não lembra hoje o ocorrido de ontem e o coração descansa”

VELHICE: MODERNIDADE x PÓS-MODERNIDADE • Da antiguidade até a modernidade: o idoso era tido como sábio, procurado para dar conselhos, respeitado e zelado nos seus clãs e grupos familiares, isso dava-lhe sentido de valorização e segurança; • A pós-modernidade: a velhice foi compreendida na incapacidade de produzir, dentro de uma lógica capitalista. A pós-modernidade caracterizada em não possuir as relações consideradas sólidas como na Modernidade, passa a promover relações individualistas, de interesse econômico, midiático e do descarte, embalada pelo ritmo: só serve aquilo ou aquele que produz. • Resultando: no cenário da insegurança ao idoso e do abandono relacional

O CENÁRIO VISTO POR BAUMAN

• Da insegurança afeta a todos, que estamos num mundo fluído da pós-modernidade e imprevisível de desregulamentação, flexibilidade, competitividade e incerteza, por isso na velhice tendemos a buscar remédios para enfrentar a insegurança, a frustração, a dor e a solidão, sintomas produzidos pela sociedade pós-moderna (BAUMAN,2003, p.130).

O NOVO PAPEL DA VELHICE NA PÓS-MODERNIDADE • Assumir o seu Sentido Ontológico (sentido de Ser) como resposta a Insegurança Ontológica; • A insegurança ontológica é a pergunta pelo Ser do indivíduo, por aquilo que causa-lhe insegurança, inquietação em seu existir. Ela leva-o a perguntar-se: Sou eu por mim mesmo? Quem é por mim? Para quem sou? Quem sou? Quais são os meus valores? • A insegurança é alimentada pelas perdas frequentes que sofreu;

PERDAS

• a saúde física, a diminuição das capacidades motoras, a perda da presença de algo ou alguém significativo acompanhado do sentimento de solidão. A perda do trabalho, o declínio do padrão de vida e a diminuição das responsabilidades também são sentidos por alguns velhos como importantes. A aposentadoria pode ser vivida como perda muito significativa, pois o trabalho é uma das principais áreas da vida, e a maioria das pessoas investe nessa atividade grande parte de sua energia (ELZERIK , 2013, p.229-230).

GANHOS

• “a possibilidade de poder viajar para dentro de si e relançar o olhar sobre a própria história para situar-se diante da finalidade para que se existiu e como está finalizando a trajetória da existência”(ELZERIK, 2013, p.230). • Conferir significado a história pessoal a fim de, dar razões para as motivações

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