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Estudantes com comportamento hiperativo

Projeto de pesquisa: Estudantes com comportamento hiperativo. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/6/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.646 Palavras (19 Páginas)  •  235 Visualizações

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Alunos com comportamentos hiperativos

Introdução

Este relatório insere-se na unidade curricular denominada Psicopedagogia Especial do Mestrado em Psicologia – Especialização em Psicologia da Educação. Com este relatório pretende-se conhecer a temática do ensino de alunos com comportamentos hiperativos.

No geral, os pais exigem que as crianças correspondam aos seus anseios, necessidades e desejos, sendo o meio escolar, o ambiente educativo, por excelência, para obtenção, compreensão, conhecimento e cumprimento das regras sociais, por parte das crianças.

Porém, as escolas são frequentadas por uma heterogeneidade de crianças, de diferentes culturas, opções religiosas e inclusive de diferentes estratos sociais. Além disso, também, as crianças são diferentes entre si, quer nas suas capacidades físicas quer nas suas capacidades mentais.

Assim, a escola tem um papel fundamental, para compreender e respeitar esta diversidade e formar a criança para desempenhar o seu papel na sociedade.

No entanto, existem algumas perturbações do desenvolvimento, e aquela que, provavelmente, tem mais notoriedade pública é a PHDA (Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção), por estar presente em diversos locais que frequentamos, com a qual somos frequentemente confrontados e que, vulgarmente, a criança com esta perturbação é apelidada de “criança insuportável e/ou sem educação”.

Mas nem sempre a atividade da “criança insuportável e/ou sem educação”, poderá corresponder a uma atividade normal da idade.

As primeiras referências sobre a perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção surgiram em meados do século XIX. Esta psicopatologia infantil foi descrita pela primeira vez em 1902 por G. Sill.

A PHDA é a principal causa de encaminhamentos de crianças, quer por iniciativa dos próprios pais, ou por aconselhamento dos professores, para serviços especializados (Barkley, 1998, citado por Mattos & Rohde, 2008).

Apesar disso, esta perturbação apresenta um inicio precoce, com alta prevelência na infância e elevada persistência na adolescência e na idade adulta e é, provavelmente, na fase adulta, onde se verifica maior incidência de autodiagnostico (Weiss & Colaboradores, 1999, citado por Mattos & Rohde, 2008).

Por conseguinte, a Hiperatividade em crianças carateriza-se por estas apresentarem comportamentos com as seguintes características: excesso de atividade ou de impulsividade; persistente falta de atenção; entre outras. Sendo que, tais comportamentos poderão ser visíveis, desde logo nos primeiros anos de vida, e, ainda, persistir nas fase seguintes do desenvolvimento (adolescência e fase adulta).

Definição

O conceito de Hiperatividade surgiu inicialmente como uma perturbação associada a Disfunção Cerebral Mínima. Posteriormente, esta ideia foi abandonada e passou a centrar-se nos aspetos psicológicos ou comportamentais. Atualmente, a hiperatividade é designada por Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção, que se carateriza por “um padrão persistente de falta de atenção e/ou impulsividade-hiperatividade, com uma intensidade que é mais frequente e grave que o observado habitualmente nos sujeitos com um nível semelhante de desenvolvimento” (APA, 2002).

Esta perturbação é caraterizada por níveis desajustados em três áreas de funcionamento básico: o défice de atenção (desatenção), a atividade motora excessiva (hiperatividade) e a impulsividade que se manifesta num grau excessivo e inapropriado para a idade e nível de desenvolvimento da criança (Parker, 2011).

Ainda, Ceregato (2008) refere que a ansiedade, inquietação, euforia e distração frequentes podem significar mais do que uma fase na vida de uma criança, ou seja, os exageros de conduta diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que sofrem de PHDA (Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção).

Défice de Atenção

O défice de atenção nas crianças com PHDA manifesta-se, geralmente, por dificuldades em manter atenção e de ajustar esta faculdade cognitiva a uma dada situação. No entanto, o défice de atenção é aparentemente maior quando têm de ouvir (atenção auditiva) do que quando têm de ver (atenção visual) (Selikowitz, 2010). Estas crianças são frequentemente referenciadas com queixas como trabalhos incompletos, desordenados, descuidados e feitos sem reflexão, distração fácil perante estímulos irrelevantes, mudança rápida de uma tarefa para outra, esquecimento fácil das atividades do quotidiano e comportamento fora da tarefa (APA, 2002). Para além disso, com frequência, não seguem as instruções e não terminam os trabalhos escolares, encargos ou deveres e têm dificuldades em organizar tarefas e atividades.

Apesar disto, é importante salientar que, é errado pensar-se que as crianças com PHDA nunca conseguem concentra-se. O que acontece é que os mecanismos atencionais são ineficazes e insuficientes perante as necessidades internas e externas da criança, mas existem. Embora haja défice de atenção na PHDA, as crianças estão mais atentas no início da manhã sendo que a concentração vai diminuindo à medida que os mecanismos atencionais revelam mais cansaço (Selikowitz, 2010).

Hiperatividade

No que respeita à atividade motora excessiva (hiperatividade), as crianças com PHDA tendem a apresentar níveis mais elevados de atividade e agitação motora perante situações que requerem controlo de impulsos e manutenção da atenção (inibição motora) (Parker, 2003; Lopes, 2004). A disfuncionalidade motora na criança hiperativa pode manifestar-se por estar inquieto ou por mover-se quando está sentado, não ficar sentado quando se espera que o faça, correr ou saltar excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo, ter dificuldades em brincar ou dedicar-se tranquilamente a atividades de lazer, andar frequentemente ou atuar como se “estivessem ligados a um motor” ou falar em excesso (APA, 2002).

A hiperatividade pode variar em função da idade do sujeito e do seu nível de desenvolvimento. Segundo Lopes (2004), a agitação é mais evidente durante a idade pré-escolar. Porém, já numa fase

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