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Estudo Do Comportamento Humano

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Por:   •  14/3/2014  •  1.672 Palavras (7 Páginas)  •  663 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Vygotsky, ao salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará. Neste sentido, não se pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano. Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. A visão particular e peculiar que as crianças mantêm sobre o mundo vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objetiva. Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento proceda do individual para o social. Em seu entender a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. A construção do real é, então, mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. Desta forma, procede-se do social para o individual, ao longo do desenvolvimento. Piaget acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. Com isso, ele minimiza o papel da interação social. Vygotsky, ao contrário, postula que desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento.

O estudo do comportamento humano

Introduzindo uma terceira visão teórica representada pela linha interacionista, as ideias de Piaget contrapõem-se as visões de duas correntes antagônicas e inconciliáveis que permeiam a psicologia em geral: o objetivismo e o subjetivismo. Ambas as correntes são derivadas de duas grandes vertentes da filosofia (o idealismo e o materialismo mecanicista) que, por sua vez, são herdadas do dualismo radical de descartes que propôs a separação estanque entre corpo e alma, entre físico e psíquico. Assim sendo,a psicologia objetivista, privilegia o dado externo, afirmando que todo conhecimento provem da experiência, reconhecendo portanto, a primazia do sujeito sobre o objeto

Para explicar o processo evolutivo da filogenia humana, Piaget formula o conceito de hipergênese, argumentando que “o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas”.Quer dizer o processo evolutivo da filogenia humana tem uma origem biológica que é ativada pela ação e interação do organismo com o meio ambiente físico e social que o rodeia significando entender com isso que as formas primitivas da mente,biologicamente constituídas, são reorganizadas pela psique socializada, ou seja, existe uma relação de interdependência entre o sujeito conhecedor e objeto a conhecer.

Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados “por aquilo que o individuo consegue fazer melhor” no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento são eles:

1° período: Sensório - motor (0 a 2 anos)

2°período: pré- operatório (2 a 7 anos)

3°período:operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)

4°período:operações formais (11 ou 12 anos em diante)

Cada uma dessas fases é caracterizadas por formas diferentesmaneiras do individuo relacionar-se com a realidade que o rodeia. De uma forma geral, todo os indivíduos vivenciam essas 4 fases na mesma sequencia, porem o inicio e o termino de cada uma delas pode sofrer variações em função das característica da estrutura biológica de cada individuo e da riqueza dos estímulos proporcionados pelo mio ambiente em que ele estiver inserido.

Interacionismo, de Vygotsky

Vygotsky baseou-se nos conceitos de Marx e Engels para estender o conceito de mediação na interação homem-ambiente pelo uso de instrumentos e signos. Os sistemas de signos (a linguagem, a escrita, o sistema de números), assim como o sistema de instrumentos, são criados pela sociedade no decorrer de sua história e mudam a forma social e o nível do seu desenvolvimento cultural.

Portanto ele foi o primeiro a sugerir, numa perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano, que o processo de conhecimento se dá a partir das relações com os objetos de conhecimento intermediadas pelos outros, que são os responsáveis pela elaboração das estruturas cognitivas do sujeito, ou seja, a idéia de mediação é de fundamental importância para a compreensão das concepções de Vygotsky.

Para ele, o sujeito não tem acesso direto aos objetos, ou seja, esse acesso é mediado pelos sistemas simbólicos de que o sujeito dispõe. O conceito de mediação desdobra-se em dois aspectos complementares: o processo de representação mental e a origem social das operações com sistemas simbólicos, ou seja, é a cultura que fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade.

Essa noção de cultura integrante do processo de construção de conhecimento e de constituição do indivíduo é central para a concepção de aprendizagem segundo Vygotsky, uma vez que incorpora a experiência dos indivíduos.

De acordo com sua teoria, da produção simbólica e material facilitada por uma dinâmica interativa envolvendo sujeito – sujeito – objeto, surgem as funções psicológicas superiores, construídas de fora para dentro do indivíduo. O processo de internalização é, assim, fundamental no desenvolvimento do funcionamento psicológico humano.

Vygotsky acreditava que a internalização dos sistemas de signos produzidos culturalmente provocava transformações comportamentais e estabelece um elo de ligação entre as formas iniciais e tardias do desenvolvimento individual. Assim, para Vygotsky, na melhor tradição de Marx e Engels, o mecanismo de mudança individual ao longo do desenvolvimento tem sua raiz na sociedade e na cultura.

A maior razão para a relevância permanente do trabalho de Vygotsky está no fato de que, em 1924 e na década subsequente, ele se dedicou à construção de uma crítica penetrante à noção de que a compreensão de funções psicológicas superiores humanas poderia ser atingida pela multiplicação e combinação dos princípios derivados da psicologia animal, em particular daqueles princípios que representavam uma combinação mecânica das leis do tipo estímulo-resposta. Ao mesmo tempo ele produziu uma crítica devastadora das teorias que afirmam que as propriedades das funções intelectuais do adulto são resultado unicamente da maturação, ou em outras palavras,

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