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Estágio Supervisionado Em Psicologia Básico I e II

Por:   •  10/10/2023  •  Resenha  •  1.486 Palavras (6 Páginas)  •  204 Visualizações

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA

BÁSICO I e II

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

Estagiário(a): Francineide Vieira da Silva Pereira

Básico I ( X )     Básico II (  )

Campo de Estágio: Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Jardim Gonzaga

Turma: G

Supervisor(a) de Campo: Alline Fontenele

Data:26/09/2023

Descrição da vivência

(Contextualizar e descrever a vivência, identificando as atividades realizadas, os objetivos e os procedimentos metodológicos.) 0,0 - 3,0

O presente relatório apresenta a experiência no Estágio Básico I do curso de Psicologia, o estágio foi realizado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Jardim Gonzaga no dia 18.09.2023 e no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Frei Damião no dia 22.09.2023 (reposição).

Os dois equipamentos sociais fazem parte da cidade de Juazeiro do Norte-CE, nos bairros Jardim Gonzaga e Frei Damião, dois bairros que se assemelham em muitos pontos nas necessidades de política de assistência social, são áreas de vulnerabilidade e apresentam riscos sociais para essas comunidades.

No dia 18.09.2023 realizamos uma visita em grupo e fomos supervisionados pela professora Alline Fontelene, fomos ao CRAS Jardim Gonzaga com o propósito de entrevistar os profissionais que atuam nesse equipamento social.

Nessa atividade conseguimos abordar as profissionais que atuam no equipamento, a coordenadora Simone, a psicóloga Amália e a Tailane que é a assistente social, através de uma entrevista grupal pontuamos sobre como é a atuação das profissionais nesse equipamento e do trabalho desenvolvido, em forma de roda de conversa escutamos e conhecemos o bairro e as vulnerabilidades através da fala de cada uma delas.

No dia 22.09.2023 necessitei realizar a visita ao CRAS Frei Damião com outra turma do estágio, pois necessitei realizar reposição da atividade. Nessa experiência supervisionada pela professora Alline Fontenele, nos inserimos na comunidade no próprio CRAS, já que no equipamento estavam realizando uma atividade artesanal e lá pudemos entrevistar algumas usuárias do equipamento.

 O objetivo pelo qual permeia o estágio básico I, consiste em uma atividade inicial de inserção na comunidade, através das entrevistas realizadas conhecer a realidade dos seus moradores e dos profissionais que atuam no CRAS, objetiva ainda, compreender como se dá a atuação de um psicólogo nesse equipamento para assim refletir sobre as necessidades, buscando conhecer e compreender como funciona o equipamento CRAS nos bairros Jardim Gonzaga e Frei Damião.

Nessa atuação do equipamento e dos profissionais, entender como essa junção promove bem estar social e a transformação daquela realidade, promovendo as potencialidades e a ampliação dos direitos de cidadania através dos serviços que eles ofertam.

O estágio teve como metodologia a entrevista semi-estruturada, já que tínhamos um modelo sugerido para essa atividade, mas que podíamos elaborar e adaptar as perguntas de acordo com a necessidade. As entrevistas foram realizadas com os profissionais que atuam no CRAS e com os assistidos que utilizam os projetos do equipamento social.

Utilizamos essa metodologia, pois ela nos permite compreender como se dá a atuação de um psicólogo social através da vivência do profissional e a visão dos beneficiários do CRAS. Nesses experiência em campo o tipo de informação que se deseja coletar diz respeito aos indivíduos e sua percepção, necessárias para atingir o objetivo final do estágio.

Reflexão/contextualização Teórica

(Analisar a vivência, articulando com a teoria/Reflexões teóricas sobre a vivência). 0,0 – 6,0

O estágio básico I é uma ferramenta essencial para a construção da nossa formação enquanto profissional que compreende, acolhe e promove potencialidades no processo de desenvolvimento humano. Essa experiência no equipamento social CRAS dos bairros Jardim Gonzaga e Frei Damião, se complementam e compreendem-se entre si, pois permite não somente ver as principais competências práticas da profissão, mas também ter essa interação cotidiana com os usuários do equipamento social e com a comunidade, ampliando o olhar e nos levando a um grande processo de aprendizagem e crescimento.

O objetivo do CRAS é a “prevenção de situações de vulnerabilidade e risco sociais” no bairro onde está instalado, visa ainda, promover o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, o desenvolvimento de potencialidades gerando autonomia aos usuários, e ampliando o acesso aos direitos dos cidadãos (MDS, 2009).

            Diante dessa definição, podemos avaliar através da vivência nos equipamentos o quanto é necessário a atuação do CRAS nos bairros visitados, são situações que vão desde a vulnerabilidade econômica, violência contra mulher até a necessidade de benefícios eventuais, pois os equipamentos possibilitam a promoção da cidadania e da dignidade das pessoas daqueles bairros, muitas estão em situação de vulnerabilidade social e tem no CRAS a única ferramenta de apoio.

Nas entrevistas com os profissionais, foi percebido o quanto é desafiador atuar e conseguir dar sentido quando se tem tantas demandas. Trata-se de um trabalho social e comunitário, então de alguma forma o olhar da sociedade até mesmo com as profissionais que não estão em um ambiente elitizado, é um olhar de preconceitos e segregação.

A Amália que é psicóloga do CRAS Jardim Gonzaga, relata na sua fala o desafio diário que é chegar e não ter roteiro algum de como será o dia, pois na realidade profissional da psicologia nas políticas de assistência social, o psicólogo caminha conforme as demandas que surgem naquele dia, comprometendo-se diariamente e dentro das possibilidades e em colaboração com outros equipamentos contribuir para a promoção de inclusão social (Botarelli, 2008).

É perceptível o quanto a atuação de um psicólogo nesse equipamento faz toda diferença para os objetivos que se almejam naqueles bairros, a começar pela realidade difícil que se apresentam, de sofrimentos psicológicos, mas de sofrimentos pela falta do alimento, da moradia, da segurança e de formação e informação para população.

São dores incompreendidas e muitas vezes esquecidas, em um texto do Pablo Gentili, Um Sapato Perdido, trabalhado na orientação com o professor Alex figueiredo, pude refletir como normalizam a falta para um grupo de pessoas e para outras não, “banalizar o que é importante e sacralizar o que é trivial”.

A partir dessa reflexão, compreendo que para quem não tem esse olhar seleto, não conseguirá dentro dessas realidades entender a necessidade, a dor que aquele usuário do equipamento carrega, o profissional que atua nessa área não só deverá estar preparado para conseguir atuar na demanda, mas também para compreender que nem tudo poderá ser resolvido, assim como mencionou na entrevista a assistente social Tailane.

Nas entrevistas com algumas mulheres no CRAS Frei Damião, me atravessou o olhar de sofrimento de uma das entrevistadas, sai de lá com o pensamento nela, como conseguira viver nessa realidade tantos anos, como chegar onde estava com tamanho amargor recebido dessa vida? De pronto, vi que ela estava realizando atividades de artesanato, relatou que gostava de vir nos eventos do dia das mães, nos dias de exercício e que a assistente social estava a lhe orientar como ela faria para ajudar o filho usuário de drogas. Percebi nesse momento que o equipamento e os profissionais estão interagindo em um conjunto de práticas para auxiliar cada indivíduo em torno do CRAS, o quanto essa atuação salva as pessoas do seu sofrimento, mesmo que por momentos em um curso de artesanato numa tarde de sexta feira.

Através dessa vivência no CRAS do bairro Frei Damião, pode-se perceber como as etapas para essa inserção na comunidade devem ser respeitadas, pois adentraremos realidades distintas, onde deve-se levar em conta a realidade do bairro, as hipóteses de solução que muitas vezes surgem, mas que não são viáveis por diversos fatores sociais ou políticos, pois são realidades diferentes e dependentes de um sistema público.

Diante de tudo que foi vivenciado, percebi que a teoria e a prática em muitos pontos estão distantes, mas que bem embasados teoricamente os profissionais conseguem atuar e assim alcançar os propósitos de levar dignidade a comunidade.

          Um propósito basilar na atuação dos profissionais que atuam no CRAS é dar autonomia aos seus usuários, desenvolver potenciais através da tomada de consciência e capacitação, que mesmo diante dos fenômenos sociais como violência e vulnerabilidade econômica é possível transformar a realidade daquela comunidade, que nós não precisamos “perder a capacidade de produzir espanto e indignação” (Gentili, 2001) perante as desigualdades sociais.

Referências

(Incluir referências utilizadas / ABNT).

TÉCNICAS, Orientações. Centro de Referência de Assistência Social CRAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Brasília, 2009.

Freitas Quintal de Maria de Fatima . Inserção na comunidade e análise de necessidades: reflexões sobre a prática do psicólogo. Psicologia: Reflexão e Crítica [en linea]. 1998, 11(1), 0[fecha de Consulta 25 de Setembro de 2023]. ISSN: 0102-7972. Disponível em: ttps://www.redalyc.org/articulo.oa?id=18811111

BERBEL, N. A. N. A metodologia da problematização com o Arco de Maguerez: uma reflexão teórico epistemológica. Londrina: Eduel, 2012.

Botarelli, A. (2008). O psicólogo nas políticas de proteção social: uma análise dos sentidos e da práxis. Tese de Doutorado, Psicologia Social, Pontifícia Universidade Católica de, São Paulo, São Paulo.

Referências para avaliação pelo Supervisor de Campo (0 a 10 pontos)

- Entrega dentro do prazo estabelecido – 01 ponto;

- Ortografia, coerência e coesão textual.

- Uso da literatura e linguagem científica apropriada e das normas ABNT (citações).

- Clareza, objetividade, análise crítica e articulação entre teoria e prática. 

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