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Fenomenologia E Existenciualismo

Trabalho Universitário: Fenomenologia E Existenciualismo. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/3/2015  •  5.374 Palavras (22 Páginas)  •  276 Visualizações

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O existencialismo se desenvolveu em duas direções: uma ateia e outra cristã. O existencialismo ateu declara que não existindo Deus, todo o fundamento universal desaparece, o que origina a subjetividade da moral. Surge então um sentimento de angústia que revela a fragilidade humana, a sua responsabilidade única perante qualquer ato e a necessidade de orientar a ação livre para um autoprojeto individual ou compromisso social.

O existencialismo filosófico exerceu uma grande influência na teologia (R. Bultmann), na literatura (A. Camus) e na psiquiatria (Binswanger).

Existencialismo de Sartre

O representante principal do existencialismo ateu é Sartre, tendo publicado obras significativas como L'Existentialisme est un Humanisme (O Existencialismo é um Humanismo) de 1946 e L'Être et Le Néant (O Ser e o Nada) de 1943.

De acordo com Sartre, a existência precede a essência, ou seja, primeiro existe e depois determina a sua essência, através das suas ações e forma de viver a vida. Assim, o existencialismo ateu era contrário ao existencialismo cristão, porque o homem era responsável por definir a sua essência e não Deus.

Existencialismo Cristão

O existencialismo cristão incide comunhão e no amor interpessoal como meio de uma transcendência moral da presença absoluta. Insiste na defesa de uma perspectiva antropológica, embora não admita o imanentismo ateu. Está representado por K. Barth, G. Marcel e K. Jaspers.

a influência do pensamento existencialista na Psicologia.

O presente texto procura expor historicamente o surgimento do movimento fenomenológico e do existencialismo, explorando alguns dos seus principais expoentes e algumas noções fundamentais. Procura também discutir a dificuldade em definir um termo que dê conta da variedade de concepções criadas a partir de cada autor, tanto na fenomenologia quanto no existencialismo.

O surgimento do Movimento Fenomenológico: os primeiros momentos

‘Fenomenologia’ – ¬designa uma ciência, uma conexão de disciplinas científicas; mas, ao mesmo tempo e acima de tudo, ‘fenomenologia’ designa um método e uma atitude intelectual: a atitude intelectual especificamente filosófica, o método especificamente filosófico.

E. Husserl

O movimento fenomenológico, como a ele se refere Spigelberg, em seu já clássico The Phenomenological Movement (SPIEGELBERG, 1976), nasceu da preocupação de seu mais conhecido precursor, Edmund Husserl (1859-1938), de fundamentar, de forma rigorosa, o conhecimento. É a partir desta primeira diretriz que se forma a Fenomenologia como forma de acesso e conhecimento do mundo para, a seguir, se constituir no movimento fenomenológico, caracterizado por pensadores provenientes de várias áreas que procuram conhecer seus objetos de estudo a partir de uma nova atitude, a “atitude fenomenológica”.

As palavras de Emmanuel Lévinas, no seu livro Descobrindo a Existência com Husserl e Heidegger (1997), indicam de que forma esta “atitude” pode unir pensadores e pesquisadores.

A fenomenologia une filósofos, sem que isso se processe da forma como o kantismo unia os kantianos ou os espinosismo os espinosistas. Os fenomenólogos não se ligam a teses formalmente enunciadas por Husserl, não se consagram exclusivamente à exegese ou à história dos seus escritos. Há uma certa forma de proceder que os aproxima. Mais do que aderir a um certo número de proposições fixas, eles concordam em abordar as questões de uma certa forma (LÉVINAS, 1997, p. 135).

A “atitude fenomenológica” acabou por se constituir um dos princípios fundamentais da prática fenomenológica que une tantos pesquisadores, não somente como modo de acesso ao mundo ou forma de pesquisa para a compreensão do seu objeto, mas fundamentalmente como uma ontologia, como o próprio Husserl declara (HUSSERL, 1966, p.132).

Como salienta Rovighi (1999), é oportuno lembrar que a Fenomenologia não é mera e simples descrição dos fenômenos, é sim

[...] o método que todos os filósofos [e podemos incluir aqui os psicólogos] adotam ou tentam adotar quando se perguntam quais são os dados indubitáveis com base nos quais é possível justificar certa concepção da realidade; quais são as coisas manifestas (os fenômenos), tão claramente manifestas que não podem ser negadas (p.360).

A história da Fenomenologia e do movimento fenomenológico é atravessada pela história de quem a concebeu. Este início está diretamente ligado ao final do século XIX e a três nomes especificamente: Franz Brentano, Karl Stumpf e Edmund Husserl. Mas foi a concepção de fenomenologia de Husserl que, verdadeiramente,

inicia omovimento fenomenológico e que, a partir da década de 1910 começa a fazer seguidores em várias partes do mundo.

A origem da vida intelectual de Husserl foi na matemática, movido pelo seu interesse na Astronomia, e através dela acreditava encontrar as repostas de que necessitava para a perguntas sobre sua própria fundamentação. Foi movido por esta preocupação com a fundamentação da matemática, que Husserl se aproxima da Filosofia e assiste durante os anos de 1884 a 1886, os cursos de Franz Brentano. Segundo Fragata (1962), foi este contato com Brentano que marcou nele uma fase nova e decisiva: “Entusiasmado pela Filosofia, resolveu dedicar-se exclusivamente a ela, no impulso veemente de lhe encontrar uma fundamentação, capaz de sustentar também todas as outras ciências” (p.12). É a partir da noção de intencionalidade da consciência de Brentano e também sob a influência das discussões epistemológicas empreendidas por Wilhelm Dilthey, que Husserl iniciará uma contínua busca por aquilo que nomeou mais tarde de “Ciência Eidética”. Sua obra, ainda não completamente publicada até hoje, é reflexo da sua apaixonada busca pela exatidão. Como informa Joaquim de Carvalho no prefácio à primeira edição em português do famoso artigo de Husserl A filosofia como ciência de rigor, originalmente publicado em 1911, a Husserliana é formada por “pelo menos 30 mil páginas (...) [alguns autores falam em 40 mil] na quase totalidade escritas em estenografia (Gabelsberger Stenographie), com um número considerável de sinais próprios criados por Husserl”

(CARVALHO, 1965, p. XI).

De Brentano, Husserl guardará além da distinção entre

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