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Fichamento "O ALIENISTA"

Por:   •  24/4/2019  •  Resenha  •  1.833 Palavras (8 Páginas)  •  380 Visualizações

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Universidade Estácio de Sá[pic 2]

Pós-graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial

Fichamento de estudo de caso

Montes Claros/MG

Outubro/2018


Iara Almeida Dantas[pic 3]

Fichamento de estudo de caso

Trabalho da disciplina: História da Psiquiatria e da Reforma Psiquiátrica.

Tutor: Cristiane de Carvalho Guimaraes

Montes Claros/MG

Outubro/2018


FICHAMENTO

Título: História da Psiquiatria e da Reforma Psiquiátrica.

Caso: O alienista.

Referência: ASSIS, Machado de. O Alienista. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

2. Resumo 

A obra “O alienista” mostra situações vivenciadas em uma pequena cidade do interior do Rio de Janeiro chamada Itaguaí, terra natal do médico Simão Bacamarte. Tudo começa com o retorno do Dr. Bacamarte a sua cidade, após longa temporada de estudos em Psiquiatria na Europa, despertado pelo interesse de conhecer os mistérios da mente humana. O Alienista está ansioso para colocar em prática os anos de estudos na Europa, o seu objetivo é observar e compreender as fronteiras entre a razão e a desrazão, conhecer os distúrbios psicológicos da população, diagnosticar e curar a partir da sua ciência.

Depois de muita dedicação à profissão, Dr. Bacamarte decide se casar com uma jovem viúva, que não possuía nenhum atributo que lhe conferisse o cargo de esposa de um médico, pois não era bonita nem simpática, mas a escolha foi feita pensando nas características fisiológicas que a jovem Sra. possuía e que, seguindo o rigor da ciência (segundo visão do Médico), as qualidades reunidas poderiam ser essenciais para gerar filhos sadios, inteligentes e fortes, apesar de ela ainda não ter sido mãe, o que também não aconteceu durante o casamento com o médico. Sendo assim o Dr. Bacamarte dedicou integralmente o seu tempo aos estudos da mente humana.

Passado algum tempo em Itaguaí o Dr. Bacamarte decide construir uma casa de saúde mental, local de asilamento de loucos moradores da cidade e região. O projeto foi aprovado pela Câmara Municipal e em pouco tempo ficou pronta a construção. A casa possuía cinquenta janelas de cada lado, um pátio e cubículos que abrigariam, em sistema de “cárcere privado”, todas aquelas pessoas que não se enquadrassem no padrão de “normalidade mental”, segundo a avaliação e diagnóstico do médico. O projeto também a aprovação da população, principalmente daqueles que mantinham em cativeiro seu ente querido adoecido da cabeça, concedendo ao Dr. Bacamarte a custódia do parente mediante um pagamento do responsável, quando este não possuía condições, a câmara arcava com o dispêndio. A comunidade estava admirada com tamanho conhecimento e sabedoria do médico e a ele reservava o lugar de especialista e salvador. Inaugura-se, então, em Itaguaí, na Rua Nova a Casa Verde, em homenagem a cor das janelas.

Em um curto período de tempo a Casa Verde ficou lotada, pacientes vinham de toda parte, o que demandou aumento da estrutura da Casa, para que nenhum encaminhado ficasse de fora. No início do funcionamento do Manicômio, os asilados eram realmente casos de loucura e a sociedade aprovava a internação, mas no decorrer do tempo o médico passou a enxergar loucura em todos, considerando atitudes corriqueiras, como discordar de uma simples ideia, como um comportamento inadequado para viver socialmente, e passou a internar todos aqueles que achava desajustado, assombrando os moradores da cidade.

A primeira pessoa internada foi o Costa, homem que perdeu toda sua herança emprestando dinheiro, sendo então considerado louco pelo Doutor. Logo depois sucedeu uma serie de internações arbitrárias, como a da prima do Costa, em seguida Mateus, o albardeiro, Sr. Martim Brito, Sr. José Borges, Chico das Cambraias, o escrivão, entre outros. Os populares internados pelo alienista foram separados em duas classes: os furiosos e os mansos, posteriormente em subclasses, os com monomanias, com delírios e alucinações diversas. As internações uma após outra acontecia e causava verdadeiro alarme na população.

Com o passar do tempo, Dr. Bacamarte foi ficando cada vez mais obcecado pelo seu projeto, passava maior parte do seu tempo com os doentes, pesquisando e analisando seus hábitos, palavras, gestos, histórico da infância e adolescência, questões familiares etc. Enfim, investigava a vida dos pacientes buscando compreender o fenômeno da loucura.

Enquanto Dr. Bacamarte fica absorto e suas práticas e estudos da mente, sua esposa se sente muito só, vê-se como viúva de marido vivo, ficando, portanto, muito deprimida pela falta de atenção do esposo. Dr. Bacamarte decide então proporcionar a ela uma viagem para conhecer o Rio de Janeiro. Enquanto D. Evarista está fora da cidade, o clima vai ficando cada dia mais tenso, as internações são verdadeiras barbáries, por motivos corriqueiros e aconteciam uma após a outra. A única esperança da população é a volta da esposa do Dr. Bacamarte, pois viam nela a solução para as absurdas internações determinadas pelo alienista, o que, todavia, não aconteceu com a sua volta, pois o Dr. Bacamarte era um homem frio e muito determinado no que tange as suas ideias de compreender a loucura, sendo assim, por mais algum tempo manteve o mesmo comportamento em relação as internações.

Com o clima tenso de Itaguaí, o Barbeiro Porfírio apesar de amigo do Dr. Bacamarte, não concorda com o andar das internações, pois vê nelas maior interesse econômico do que a preocupação com a saúde e bem-estar das pessoas. Sr. Porfirio, que tem como pleito a carreira política, aproveita-se da situação caótica e decide armar um protesto. No entanto o Dr. Bacamarte suspendeu as internações, o que gerou nos envolvidos muita desmotivação, já que o argumento para o protesto tinha como sustentação os interesses econômicos do médico pelas inúmeras reclusões. Movido pela ambição do poder, o Barbeiro não desiste do seu propósito e consegue armar a Revolta dos Canjicas (seu apelido).  

Aconteceu, então, o movimento liderado pelo Sr. Porfirio, que crescia a cada dia, aumentando a adesão dos apoiadores, passando de 30 para aproximadamente 300 pessoas. Dias depois, aproximadamente 50 pessoas envolvidas na Revolução dos Canjicas são internadas na Casa Verde, dentre eles o Presidente da Câmara. D. Evarista também não escapou da internação, após passar uma noite sem dormir por não conseguir decidir qual colar usar em uma festa, também foi enquadrada como desajustada mental.

Por fim, 75% da população da cidade encontravam-se internada na Casa Verde. Quando se deu a grande reviravolta, todos os enclausurados da Casa Verde são colocados na rua, após o Dr. Bacamarte perceber, pela segunda vez, que as suas teorias em relação à loucura não tinham sustentação. Já que, se a maioria apresentava desvios de personalidade e padrão de “anormalidade” de comportamento e pensamento, então louco era quem mantinha regularidade nas ações e possuía firmeza de caráter, ou seja, ele mesmo, sendo assim, quando decide se internar voluntariamente na Casa, chegando a conclusão então que ele era o único anormal daquela cidade.

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