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Historia Da Psicologia - Construçao Do Eu Na Subjetividade Humana

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Por:   •  27/4/2014  •  2.739 Palavras (11 Páginas)  •  1.343 Visualizações

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Ideias principais da História da Psicologia

A natureza histórica do objeto de estudo da Psicologia

-Figueiredo (1991) propõe uma tese: para que a Psicologia surgisse foi necessário, primeiro, que se estabelecesse a ideia de que as pessoas são indivíduos independentes e donos de uma experiência de si que as diferencia dos demais.

-Ora, o surgimento da experiência de si e o questionamento desta experiência têm uma história. Não existiu desde sempre.

-o psicológico não é um aspecto natural do ser humano, como poderíamos dizer, por exemplo, de uma célula ou de um órgão. Se quisermos compreender por que a Psicologia tem uma história “oficial” tão curta, teremos que retomar a história de seu objeto: a história da constituição daquilo que hoje chamamos de subjetividade – o surgimento gradual desta noção, na cultura ocidental; e a história de sua problematização – a crise da subjetividade privatizada.

-Para Figueiredo: Para que a Psicologia se constituísse como ciência independente foi necessário o surgimento de uma certa experiência de si que é decorrente de condições históricas determinadas.

*conceito de subjetividade como sendo algo natural, uma característica própria do ser humano. Ora, o que Figueiredo defende é que nem sempre os homens tiveram esta forma de se perceber como indivíduos independentes, que hoje nos parece tão natural e inquestionável.

O aprofundamento da experiência de si no Renascimento

-o Renascimento favoreceu o surgimento de novas idéias, descobrimentos, invenções. Em consequência, começaram a ser questionados os preceitos e costumes ditados pela Igreja.

-o homem ocidental teve que se confrontar com um mundo novo, para o qual não havia mais referências inquestionáveis. Era necessário criar normas para reger a vida em comum, as relações sociais, de comércio etc.

A liberdade, dom maior do homem renascentista, fará com que ele tenha que tentar definir por si mesmo o que é certo e o que é errado.

A relação do homem com o mundo se torna cada vez mais de exclusão. As coisas são tomadas como objetos, inclusive o próprio corpo humano. Esta concepção abre o caminho para a racionalidade científica.

A posição do homem é peculiar: ao mesmo tempo que é livre para tornar-se o que quiser, sente-se desamparado e só; o mundo não é mais estável e seguro e o homem deve continuamente tornar-se, constituir-se, mover-se.

-A experiência humana no Renascimento é marcada pela liberdade e pelo desamparo. O mundo é entendido como estando à disposição do homem, que pode usar seus recursos para seus fins particulares. É esta compreensão do mundo que dá início ao desenvolvimento das ciências.

- o homem devia criar para si, por meio de normas auto-impostas, um modo de ser e um destino. Contando apenas consigo próprio neste empreendimento, teria que encontrar um fundamento, a partir do qual erigir um conhecimento seguro, que lhe permitisse relacionar-se com as coisas e com os outros homens.

Como resultado, assistimos a um adensamento da experiência de si, condição necessária ao surgimento gradual do que hoje chamamos subjetividade.

O enfrentamento da diversidade cultural e da fragmentação do mundo: procedimentos de construção de si

-Renascimento, um gradual processo de valorização do Homem. Considerado o ponto máximo da criação divina, o Homem passa a ser compreendido como um ser livre para constituir normas e valores a partir dos quais deverá pautar sua conduta. Mas esta tarefa demandará o desenvolvimento de procedimentos e mecanismos formativos – ser livre e poder escolher implica ser responsável pelos resultados das próprias opções.

-ao mesmo tempo, por espaços de expansão e contenção da liberdade; na mesma medida em que será feita a apologia à grandeza do homem, ser-lhe-á creditado o peso de todos os males.

-A experiência humana no Renascimento é marcada pela liberdade e pelo desamparo. O mundo é entendido como estando à disposição do homem, que pode usar seus recursos para seus fins particulares. É esta compreensão do mundo que dá início ao desenvolvimento das ciências.

- Santo Inácio de Loyola, adaptando o pensamento religioso aos tempos, produz uma obra contendo procedimentos para a afirmação da identidade sobre a dispersão do sujeito. Ele reconhece a liberdade humana, mas constata que ela é a fonte da perdição do homem e busca mostrar o caminho do reencontro com a ordem. O homem deve, meditando, dirigir sua vontade para o reencontro de Deus.

-Maquiavel, preocupado com a fragmentação da sociedade, pensa ser necessária a imposição de um governante. Constrói uma obra sobre como bem governar o mundo ou o povo. Ele afirma o valor do humano, mas em um mundo sem ideal, no qual a imposição do poder é necessária, uma vez que o homem é egoísta e auto-referente.

-A obra de Shakespeare é um exemplo dos movimentos de elogio e crítica ao eu. Em Hamlet, há uma denuncia melancolia das ilusões do eu que costuma esquecer sua dimensão mortal. Mas, ao mesmo tempo, há a recusa do homem de servir de objeto de manipulação, buscando na morte uma forma de construção de si.

-Montaigne, em Os Ensaios, empreende uma cáustica crítica às pretensões do eu, revelando a natureza vaidosa e a inconstância do homem e, portanto, a impossibilidade de que este se estabeleça como fundamento do conhecimento.

A subjetividade no Iluminismo: a cisão os espaços públicos e privados

-Já, desde o século XVII, vinha sendo problematizada a possibilidade de constituição de uma convivência harmônica entre homens livres, aptos a exercer esta liberdade em todos os âmbitos de sua vida. Como vimos, em oposição ao ideal do bem comum, insurge-se a ‘natureza’ humana, egoísta, vaidosa e auto-referente.

-Para superar o impasse, Thomas Hobbes (1588 – 1679) propõe, em suas obras, o completo domínio desta natureza do homem e a constituição de um pacto social, em que cada uma cederia parte de sua liberdade em prol da construção de um Estado civil.

Neste contrato, os direitos naturais do homem seriam em parte transferidos a um soberano ou a uma assembléia que se responsabilizaria por legislar e julgar os cidadãos.

-Na organização da vida social, o homem moderno, como indivíduo, deve apropriar-se dos meios de produção e assegurar as bases econômicas de sua existência; deve

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