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Historial do surgimento de comunidades terapeuticas

Por:   •  3/10/2015  •  Resenha  •  3.258 Palavras (14 Páginas)  •  555 Visualizações

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Introdução

Segundo Sommer ( 2005 ) Comunidade Terapêutica refere-se a uma terminologia que descreve uma eficiente abordagem, em regime de internamento (ou internato), para o tratamento de abusadores e dependentes químicos e dos problemas associados a estes consumos e estilos de vida.

Os clientes das Comunidades Terapêuticas representam um grupo diferenciado de indivíduos que partilham uma história comum de consumos de drogas e cujas vidas foram marcadas por estes consumos, tanto a um nível psicológico, social, clínico-médico, familiar e espiritual.

Sendo assim, o presente trabalho que se enquadra na disciplina de Práticas psicológicas profissionais, surge com o objectivo fazer se um resumo do livro com o seguinte tema : Vivência em comunidade e desenvolvimento pessoal : o modela de tratamento em regime residencial de dependentes químicos de Cabo Verde, da autoria de Manuel Sommer.


  1. Historial do surgimento de comunidades terapêuticas

Os primeiros Modelos apresentavam, segundo Cole e James (1975), uma estadia em Comunidade Terapêutica de entre 2 a 3 anos, posteriormente reduzida para estadias entre 12 a 18 meses. a permanência em Comunidade Terapêutica tem vindo a diminuir, observando-se que a maioria dos modelos propõem estadias mais curtas, maioritariamente entre os 28 dias, 3 meses e 6 meses. Não obstante esta realidade, continuam a existir Comunidades Terapêuticas com permanências de 12, 18 e 24 meses.

Na Modernidade observamos dois movimentos em torno da Comunidade Terapêutica. O primeiro surge no campo da Psiquiatria Social, isto é, num apoio inovador a doentes psiquiátricos dentro e fora de hospitais psiquiátricos, nos quais estes doentes se encontram em tratamento enquanto o outro movimento, sensivelmente 15 anos depois, surge sob forma de programas de tratamento, em regime residencial, para dependentes de drogas e de álcool.

O segundo movimento deu origem a um conjunto de instituições/organizações que ainda hoje são visíveis no panorama actual do tratamento de dependentes químicos um pouco por todo o mundo. Historicamente destacam- se 3 grandes precursores destas instituições e que foram a base deste segundo movimento.

O primeiro foi o chamado “Grupo de Oxford”, de Nova York, o segundo grande precursor foram os Alcoólicos Anónimos, fundado em 1935 por um Doutor Bob Smith, e o terceiro grande movimento foi a organização Synanon de Califórnia.

Conceito de doença da dependência química

O ponto de partida deste conceito é a existência prévia de uma personalidade com tendência para a dependência e a “predisposição” para o desenvolvimento da doença de toxicodependência, ainda antes do início do consumo de drogas. A ideia subjacente a esta personalidade dependente é a de que esta só se torna evidente com o início do consumo e que a carreira se desenvolve em etapas na direcção de uma degradação progressiva do consumidor toxicodependentes alguns autores como Groenemeyer, descrevem este tipo de carreira como uma “carreira de degra-dação progressiva”. A toxicodependência foi definida não só como doença médica geral, mas como uma doença psiquiátrica específica e que acarreta perturbações psíquicas, as quais têm de ser tratadas por um especialista médico, nomeadamente, por um psiquiatra.

Perspectiva da psicologia do desenvolvimento

A perspectiva da Psicologia do Desenvolvimento analisa a dependência como processo de amadurecimento da personalidade, temporalmente delimitado e relacionado com a idade e que se opõe liminarmente ao modelo de carreira da dependência.

Este conceito de um processo de amadurecimento determinado pelo próprio crescimento que conduz à saída da carreira da dependência foi desenvolvido por mais alguns autores e, ao lado de noções como “maturing-out”, foram apregoados outros como “natural recovery” ou “remissão espontânea”. Tanto com ou sem tratamento, uma grande parte dos toxicodependentes mostrava sinais de “cansaço”  de carreira e que saíram da carreira de consumo meramente devido a um processo de amadurecimento determinado pelo crescimento, deixando para trás, de forma espontânea e sem ajuda profissional, a sua carreira da dependência.

A perspectiva da sociologia : a carreira da depêndencia como forma de socialização e processo “labeling”  ( etiquetagem )

O fundamento deste trabalho reside na compreensão sociológica das actuações com sentido de indivíduos que saíram da carreira da dependência.

A teoria funcionalista da acção de Parsons (1976), enquadra se no paradigma normativo. Nesta teoria a sociedade põe ao  dispor dos seus membros certas regras e papéis, os quais são, durante o processo de socialização, interiorizados e consequentemente vividos sob a forma observável de determinados comportamentos sociais.

Para Alfred Schütz criticava esta posição de Parsons, segundo Miebach desenvolveu uma orientação no qual era entendida como teoria fenomenológica, pretende orientar-se ao mundo real dos indivíduos, não tomando como ponto de relação alegados modelos culturais ou regras e/ou sistemas de modelos existentes num mundo paralelo. Na sequência desta orientação de investigação da interacção que colocou o acento tónico sobre os processos de identificação e de construção da identidade, a perspectiva foi dirigida no sentido do controle social, por outras palavras, sob a reacção de terceiros que reagem sobre o comportamento desviado, também conhecida por “labeling” ou “teoria de etiquetagem ou teoria da rotulagem”, analisa principalmente, segundo Groenemeyer os “processos de entrada e os processos de reforço” das carreiras desviantes e mostra até que ponto e quais os processos de responsabilização no desenvolvimento de vidas desviantes através dos controlos sociais que desempenham um papel importante nestas carreiras.

As classificacões e definicões internacionalmente validadas no campo das dependências químicas Segundo a OMS (1952) entende-se por alcoólicos “bebedores excessivos cuja dependência do álcool tenha atingido um tal grau, que os mesmos apresentem ou alterações psíquicas marcantes ou conflitos no seu bem-estar físico e mental, nas suas relações sociais, nas suas funções sociais e económicas. Por isso necessitam de um tratamento”.

A dependência alcoólica era vista como um grau superior das consequências do consumo do álcool. Esta distinção foi igualmente integrada pela Associação Psiquiátrica Americana que adoptou e integrou estes critérios na sua 3ª edição do “Manual de Diagnóstico Estatístico das Doenças Mentais” (DSM-III) em 1981. Tanto o DSM, entretanto na sua 4ª versão (DSM-IV), editada em 1994, e o CID-10 da Organização Mundial de Saúde, editada em 1992.

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