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Quando a história da educação é a história da disciplina e do saneamento das pessoas

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Por:   •  20/9/2014  •  Resenha  •  673 Palavras (3 Páginas)  •  430 Visualizações

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Quando a historia da educação é a historia da disciplina e da higienização das pessoas.

O tema deste artigo discorre sobre praticas discursivas e institucionais que, num processo de longa duração, foi constituído a infância como objeto de intervenção higiênica e disciplinar.

Falar da historia da educação como historia da disciplinarização das pessoas seria interessante por esse longo processo histórico que constituiu a escola como instituição disciplinar. No Brasil a ideia de pedagogia da escola nova tem sido utilizada para unificar praticas discursiva.

A hipótese a ser construída neste texto propõe a metáfora da disciplina como ortopedia para dar conta das praticas discursivas e institucionais. No Brasil, do final do século XIX ate a década de 20, foi buscada sua legitimação enquanto pedagogia moderna e cientifica ou experimental.

Neste período foi instalado, em 1924, o laboratório de pedagogia experimental, no Gabinete de Psicologia e Antropologia Pedagógica, anexo á Escola Normal Secundaria de São Paulo. O objetivo da nova instituição pretendia-se: “o estudo cientifico” da infância.

Então, foi convidado o italiano Ugo Pizzoli, e com o professor, chegou o material necessário para instalar adequadamente o Gabinete, maquinário complexo para uma gama variada de minuciosas mediações.

Enquanto dispositivo de legitimação do laboratório, o texto se organiza de modo a justificar o aparelhamento da Escola Normal pela necessidade de construir um conhecimento cientifico do individuo. A ideia de que as diferenças entre os educandos requerem “meios absolutamente vários a educação”, devendo ser “objeto de estudo e tratamento particular” é que, esse ponto de vista comanda a constituição e uma pedagogia cientifica.

Mas o que era, nessas praticas, produzir uma ciência do individuo? O que era fazer de cada criança o “objeto de um estudo e tratamento particular”?

O resultado era obter do Laboratório uma Carteira Biográfica Escolar. Tal Carteira deveria ser generalizada a todos os grupos escolares e abranger registros acerca da vida do aluno.

Esse uso escolar de procedimentos de identificação condensa pressupostos e praticas constituintes das ciências que lhe eram contemporâneas, cujas fronteiras não eram muito nítidas. A Carteira Escolar deve ser pensada como um dispositivo de produção para conhecimento do aluno, como dispositivo da criança enquanto aluno, dispositivo de produção de individualidade, nos dados de observação constituídos como índice de normalidade ou anormalidade.

Entre os saberes de cuja confluência emergia o conhecimento da criança, era a psicologia que, segundo Thompson eram dois capítulos importantes: a psicognóstica e a pedotécnica. A primeira estuda o caráter da criança, segundo o tipo normal e anormal; e a segunda estabelecia as normas traçadas ao método e a didática para o ensino se pôr em harmonia com a natureza do escolar.

Para figurar as relações entre a nova pedagogia e as ciências que a tornaram possível, Thompson recorre a uma ilustração de Pizzoli: a arvore pedagógica. A arvore representa o campo epistemológico da pedagogia. As raízes suspensas figuram um variado elenco de “ciências subsidiárias”, do tronco saem dois subtroncos que representam dois processos de educação e seus frutos.

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