Resultados Da Experiência De Falsas Memórias

A figura 2 (painel do meio) apresenta a diferença fundamental que representa o efeito de inflação. Como na experiência 1, verificou-se significativamente mais falsas respostas “realizadas” após os participantes do grupo padrão terem processado instruções de ações que não processaram depois na segunda fase, mas não encontramos tal efeito no grupo de leitura. Um efeito da inflação da observação foi também encontrado em ambos os grupos de monitoramento de origem e de aviso. Por comparação revelou-se que o efeito de inflação da observação foi significativamente maior em cada grupo de observadores que no grupo de leitura/padrão. Não surgiram diferenças significativas na magnitude do efeito entre os três grupos de observadores. Os participantes das instruções de ação como auto desempenhadas quando essas instruções nem sequer foram apresentadas na fase 1 ou 2. Essas proporções não se diferenciam claramente ao dentro dos 4 grupos.

Em suma, replicamos o efeito de inflação de observação encontrado na experiência 1, e esse efeito persistiu apesar de uma instrução de monitorização de origem ou um aviso sobre o efeito dado imediatamente antes do teste. Esses resultados incutem que os participantes foram razoavelmente confiantes de que tinham mesmo realizado as ações não “realizadas”.

Contudo, a persistência do efeito sobre o aumento do esforço da monitorização de origem não exclui outros mecanismos sugeridos por considerações de monitoramento de origem. Pode ocorrer uma confusão de origem pois as memórias de auto desempenho e as memórias da observação partilham características percetuais (por exemplo, a aparência visual de um objeto). As características das memórias baseadas em observações podem ser falsamente tomadas como sinais de diagnóstico de auto desempenho. Uma consideração semelhante foi proposta para explicar o efeito da inflação da imaginação. Para examinar essa possibilidade na experiência 3 manipulamos a sobreposição de características percetivas entre codificação (fase 1) e processamento (fase 2). Foi uma grande sobreposição quando os participantes realizaram ações com os olhos abertos na 1ª fase e observaram vídeos que incluíram sons e mostraram a realização de ações de uma 1ª pessoa, perspetiva egocêntrica na fase 2. A sobreposição era baixa quando os participantes realizaram ações com os olhos fechados e observaram vídeos sem som de uma 2ª pessoa, perspetiva alocêntrica.