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Sexualidade e Erotismo na historia do brasil

Por:   •  10/4/2016  •  Resenha  •  1.629 Palavras (7 Páginas)  •  747 Visualizações

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Nesta resenha será abordada a palestra sobre sexualidade e erotismo na história do Brasil da Doutora Mary Del Priore que é Ex professora de História da USP e da PUC/RJ, pós-doutorada na Ecole Des Hautes Etitudes En Sciencies Sociales, de Paris, tem 37 livros de história publicados. 
Colabora para jornais e revistas, cientificas e não científicos, nacionais e estrangeiros.

Mary falou nesta segunda parte de sua palestra sobre a questão da sexualidade até os dias atuais. Mas posso dizer que o século 20 foi como um divisor de águas nesta questão por conta de seu cotidiano, a distribuição de água, de gás, o aparecimento do Rádio, a multiplicação do expresso, da revista, as inovações tecnológicas e o aparecimento de uma mídia cultural, que vai influenciar muito na vida das pessoas, em seu cotidiano. A meu ver ficou bastante marcada essa divisão do antes e depois do século 20.

Podemos observar até o século 19 que não se falava em sexualidade, haviam questões de muito tabu em torno da mulher, como por exemplo: ela não poderia se ver totalmente nua, nem mesmo em uma poça de água durante o banho, espelhos somente na sala de jantar. Ou por exemplo o fortíssimo tabu com a menstruação, ou seja, esta azedava o leite e solava o bolo, sendo assim era melhor que durante estes dias a mulher ficasse isolada. Ela também teria que lavar seus “paninhos” sujos escondida do marido. Ou podemos observar ainda que a beleza era uma questão interior e não exterior, ou seja, a mulher poderia ser feia, mas se fosse boa ou fizesse tudo direitinho então era considerada bonita, o corpo não tinha ligação com a beleza. A virgindade era um dos maiores tabus. Se a menina a perdesse, então era chamada de “furada” provavelmente acabaria em um prostibulo. Engraçado quando vi a Doutora comentar sobre isso, pois, me remete a uma novela, que se passa nos anos 20 e mostra bem essa questão da virgindade e mostra também que a este é um Tabu que perduraria ainda por longo tempo. A novela é Gabriela segunda versão, e a Personagem é a sofrida Lindinalva, interpretada pela bela atriz Giovanna Lancellotti. Na trama a menina perde sua virgindade em um ato de Amor (veremos mais a frente como a mulher é ligada ao ato do amor), e é abandonada por seu namorado, indo parar em um prostíbulo.

A partir do século 20 as coisas começam a mudar um pouco de figura. Com alguns dos surgimentos que já foi falado acima na parte introdutória, podemos observar o surgimento de uma peça chamada Lingerie. O Sutiã foi lançado com a necessidade de trabalho da mulher, que não dava para fazer com o Corset. Mas a Lingerie vem para substituir a roupa de baixo (Como era chamada no século 19). A partir disto a mulher começa a ser vista com erotismo e não mais só como uma beleza interior. Meias de algodão grosso são substituídas por meias de seda, também para adequar a necessidade de trabalho da mulher. Então descobre-se que a mulher não tem mais só um pedaço de canela ou pulso para mostrar, descobre-se que esta possui um corpo, e que é prazeroso olhar para ele. Os homens percebem isso quando cai o tabu do Nu artístico, nos palcos dos Teatros.

No decorrer da palestra vai sendo mostrado também como o sexo vai se tornando algo não somente para crescer uma família. No século 20 começa a ficar claro que sexo não é posse e sim união. O Gozar junto, e como isso tem influência na distância entre os casais e que é algo que afeta até na família e educação dos filhos por exemplo.

Me chamou atenção nos anos 30 e 40 a questão o Manual de educação sexual da era Vargas onde os meninos, só sexo, com figuras e tudo, e meninas somente amor ao ponto de dizer que moças quando casassem era só entrar no quarto e deixar a natureza fazer o resto.

O aborto é um problema muito sério. No século 19 era permitido sob algumas circunstâncias pela igreja católica. Mulheres abortavam por conta de não poder criar seus filhos, por conta de uma miséria.

Após os anos 30 e 40 os médicos começam a apoiar as mulheres, por conta desta questão da miséria, o aborto começa a aparecer como uma questão social.

As festas de carnaval são bem destacadas por dois motivos: o primeiro é que as mulheres tinham a oportunidade de serem outras pessoas durante esta festa, por um instante não eram somente as mães de família, e o engraçado é que muitas destas mulheres gostavam justamente de fantasias de prostitutas, ser diferente, nem que seja, somente por um período de festa. O outro motivo é que revistas e várias mídias divulgavam o carnaval como uma festa perigosa, onde os homens precisavam ficar bastante atentos a suas mulheres, para que não fossem “corrompidas”, “depravadas”.

Sobre os anos 50, os anos dourados, há uma divulgação muito grande da liberdade do homem, e acabamos vendo homens e mulheres com papeis muito distintos. Homens como provedores, os “machões” saindo daquele tradicional terno preto e a famosa barriga que indicava riqueza, e indo para as academias, puxar ferro, ficar forte, onde a mulher ainda não podia frequentar. Do outro lado vemos a mulher no estereótipo de mulher perfeita, com os cabelos bem arrumados, o avental, a enceradeira nas mãos, casa, comida, roupada lavada e sorriso no rosto não importa o quão chata a situação fosse, ela sempre teria que estar feliz fazendo muitos bolos para seu marido. Marido este que ganha naturalmente a fama de ser poligâmico por conta desta liberdade imposta pela época. Esses papéis vão gerar problemas para as próximas gerações.

O desquite e os problemas de expulsão de filhos de pais desquitados de colégios, também começam a aparecer neste cenário. Mas nem tudo são espinhos nesta época, estes anos foram marcados pelo lançamento de um livro de um médico e jurista chamado Jorge Jaime que vai fazer uma linda e apaixonada defesa sobre o casamente homossexual na época. Algo bastante avançado para aquele cenário. Mas eu fico intrigada me perguntando, progredimos muito, mas será que na questão dos homossexuais mudou muita coisa?

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