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Uma Amostra do Perfil Profissional de Psicólogos que atuam em Recrutamento e Seleção

Por:   •  10/7/2018  •  Artigo  •  6.375 Palavras (26 Páginas)  •  312 Visualizações

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 Uma Amostra do Perfil Profissional de Psicólogos que atuam em Recrutamento e Seleção

Ana Carolina dos Santos Silva[1]

Ana Flávia de Paula Matias Roza[2]

Naiara Leonor Ferreira Pires[3]

Denise Mendonça de Melo[4]

Juliana Oliveira Gomes-Valério[5].

 Resumo

A presente pesquisa teve por objetivo delinear um perfil de atuação de uma amostra de psicólogos dentro da área organizacional. Realizou-se um estudo de metodologia quantitativa e qualitativa. Houve a participação de 30 psicólogas atuantes na área de recrutamento e seleção que responderam a um questionário, onde constavam perguntas de caráter objetivas e discursivas. Os resultados revelam que a maioria são recém-formadas, com um pequeno numero de profissionais que apresentam especialização especifica na área de recrutamento e seleção, existe uma predominância de profissionais que utilizam dos testes psicológicos avaliados pelo SATEPSI durante o processo, além do uso de outras ferramentas para a seleção dos candidatos, foi citado também os meios mais utilizados para o recrutamento dos candidatos. Com isso, chega-se à conclusão que embora existam diferentes psicólogos atuando na área da psicologia organizacional e do trabalho, o estudo conseguiu delimitar um perfil esperado desse profissional da cidade pesquisada. 

Palavras-chave: psicologia organizacional, psicólogo, recrutamento, seleção e perfil.

A Psicologia Organizacional e do Trabalho é considerada uma das áreas clássicas da Psicologia, existente antes mesmo da consolidação desta como profissão (Borges & Pagotto 2010; Campos, 2017; Lima, Costa, & Yamamoto, 2011; Zanelli, Borges, Andrade, & Bastos, 2014). Foi no final do século XIX e início do século XX que a Psicologia Organizacional começou a se estruturar na perspectiva internacional. Desde seu nascimento, passou por complicação na abrangência dos determinantes do desenvolvimento do campo.

De acordo com Zanelli (2004), por volta de 1930, falava-se em Psicologia Industrial (Jacques, 2006; Leão, 2012; Schette, 2005; Vieira, 2006; Weber, 2009). As atuações dos psicólogos eram direcionadas principalmente para o recrutamento e a seleção dos candidatos das indústrias, com enfoque nas empresas ferroviárias, assim como para a escolha de soldados nas grandes guerras (Figueiredo, 2013; Souza, 2013). Neste primeiro momento, o foco era mais individualista, influenciado pelo capitalismo tradicional (Zanelli, 2004), sendo observada produção em massa, extensas jornadas de trabalho e desvalorização do mesmo (Lima, Costa, & Yamamoto, 2011). Esta fase foi marcada pela mudança no recrutamento e seleção, a partir do momento em que outras técnicas passaram a ser utilizadas, aumentando o interesse da pré-seleção (Zanelli & Bastos 2004; Zanelli et. al. 2014).

A segunda fase, por volta de 1960, aflorou no momento em que as empresas perceberam a necessidade de entender o comportamento humano e a sua relação com trabalho, passando à denominação Psicologia do Trabalho (Zanelli, 2004). Este período foi marcado pelo surgimento de novas práticas, considerando a ampliação da atuação e intervenção, caracterizando-se com um crescimento no cargo do psicólogo em equipe multidisciplinar de recursos humanos, atividades até então desempenhadas por outros profissionais sendo incorporadas às competências do psicólogo. Por fim, a terceira fase que se da por volta de 1990, destacou-se pela intervenção do psicólogo em âmbitos mais complexos das instituições, contribuindo para decisões em níveis estratégicos (Zanelli & Bastos 2004; Zanelli et. al. 2014). A partir deste novo contexto, a Psicologia começou a ter papel fundamental nas organizações e passa a se chamar Psicologia Organizacional e do Trabalho (Gondim et. al. 2010).

Ao passar por estas fases, a atuação central do psicólogo pode se resumir na exploração, análise e compreensão da interação das pessoas, dos grupos das organizações em um mundo que está em constante transformação (Zanelli & Bastos 2004). Na contemporaneidade, segue-se à ideia capitalista no mercado de trabalho, com princípios baseados na produtividade, eficiência e competitividade. É justamente nesse cenário que a Psicologia passa a atuar dentro da Organização, sendo o seu principal diferencial as pessoas e o seu objetivo o entendimento desses indivíduos (Pinheiro, Mario, & Giacomini, 2012).

No Brasil, a Psicologia direcionada ao trabalho surge no final do século XX, associada às tentativas de um caráter científico e novo no controle dos processos produtivos (Antunes, 1988; Campos, Duarte, Cezar, & Pereira, 2011; Motta, 2005; Tonetto, Amazarray, Koller & Gomes, 2008). Já a normatização da Psicologia como profissão acontece no momento em que o parque industrial brasileiro apresenta grande avanço, o que acarretou na indispensabilidade de profissionais capacitados para trabalhar com os recursos humanos que surgiam desse avanço industrial (Silva & Merlo, 2007). Ao analisar as mudanças que marcam a mesma no Brasil, Bastos (1992) descreve a atuação do psicólogo em vários novos campos, que são, administração de pessoal, qualificação e desenvolvimento, comportamento organizacional, condições e higiene do trabalho, relações de trabalho, mudança organizacional e novos movimentos na prática desse profissional (Dalbosco et. al. 2016; Ferreira, 2013; Fonseca, 2012).

Na atuação do psicólogo, observa-se como objetivo principal a compreensão do trabalhador, assim como verificar as implicações do seu trabalho em seu cotidiano levando em consideração sua dignidade nas relações trabalhistas (Tonetto, et. al. 2008). Percebe-se, portanto, um aumento significativo das áreas do profissional da psicologia que atua no contexto do trabalho, envolvendo uma grande variedade de interfaces para sua atuação (Campos, 2017). Criam-se novas formas de gerir pessoas, e a psicologia amplia sua atuação no contexto organizacional (Borges, Oliveira, & Morais, 2005; Costa, 2008; Lima, 2013; Silva 2010; Yamamoto, Costa 2010).

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