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Violência na família

Artigo: Violência na família. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/10/2014  •  Artigo  •  966 Palavras (4 Páginas)  •  220 Visualizações

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VIOLÊNCIA NA FAMÍLIA

Habitualmente, a família constitui o primeiro e o mais importante espaço de crescimento físico, intelectual, afectivo e moral. Através de uma relação privilegiada com as figuras parentais, e muito particularmente com a mãe nos primeiros meses de vida (ou uma sua substituta), o bebé vai aprendendo a conhecer o mundo que o rodeia e vai percebendo que ele é diferente das outras pessoas, tendo cada uma delas a sua identidade própria. Esta é, sem dúvida, uma aquisição difícil, mas importante, que se vai processando durante toda a infância mas que se inicia por volta do segundo semestre de vida.

Um dos aspectos que dificulta este processo de reconhecimento da diferença e da distinção entre o Eu e o Outro resulta da fusionalidade, isto é, da estreita relação em que a díade, ou o par mãe-filho, inicialmente se encontra. Aquando do nascimento, o obstetra ou a parteira cortam o cordão umbilical que liga o recém-nascido à mãe. No entanto, e apesar deste desligamento, o bebé necessita de manter uma relação de forte ligação e dependência (ligação fusional) com a figura adulta a quem se vai vincular (figura de vinculação principal): é ela que não só o vai alimentar, mudar quando está sujo, aquecer quando tem frio ou libertar de alguma roupa quando tem calor, como é também a mãe que vai perceber aquilo de que o seu filho necessita em cada momento.

Nascendo cheio de potencialidades, o recém-nascido é, contudo, inicialmente muito imaturo e tem apenas o corpo e a voz para comunicar. O choro, os movimentos do corpo, a mímica vão sendo progressivamente interpretados pela mãe que passa a saber cada vez melhor quando é que o bebé está a chorar porque tem fome, ou quando é que o faz porque tem a fralda suja ou porque, muito simplesmente, quer companhia e quer tagarelar com alguém. Desta forma, a mãe (e também outras pessoas como o pai, os irmãos, os avós, etc.) vai ajudando o bebé a descodificar as suas emoções e a dar nome às coisas, num processo que é extremamente importante para o desenvolvimento da sua capacidade de pensar e para o aparecimento e desenvolvimento da própria linguagem.

Embora possamos observar hoje profundas transformações na estrutura e dinâmica da família, há ainda a prevalência, em nossa sociedade, de um modelo de família que se caracteriza pela autoridade paterna e, portanto, pela submissão dos filhos e da mulher a essa autoridade, e pela repressão da sexualidade, principalmente feminina.

Essa autoridade e repressão aparecem como protetoras dos membros da família. Poderíamos perguntar se essa imagem falseada que se tenta passar realmente cumpre a função de proteção, ou se encobre práticas de violência sobre o uso do corpo da mulher, bem como acaba justificando os castigos físicos na educação dos filhos, perpetrados tanto pelo homem como pela mulher – o pai ou a mãe.

No interior da família, lugar mitificado em sua função de cuidado e proteção, existem muitas outras formas de violência além da física e sexual: ou seja, há o abandono, a negligência, a violência psicológica, isto é, condições que comprometem o desenvolvimento saudável da criança e do jovem.

Falar em violência familiar implica dizer que há um desequilíbrio de poder na relação entre pessoas com vínculo relativamente estável ou seja, que algum membro da família está fazendo uso do poder para controlar a relação à força, de uma forma tal que provoque danos psicológicos ou físicos na outra pessoa.

A violência familiar é resultado da combinação de três fatores principais: fator cultural, fator social e o fator pessoal.

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