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Avós: velhos e novas figuras contemporânea

Por:   •  10/11/2016  •  Seminário  •  877 Palavras (4 Páginas)  •  272 Visualizações

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Avós: velhos e novas figuras contemporânea

As mudanças dos laços familiares e a vulnerabilidade que atinge as famílias demandam novos papéis, novas exigências para essas figuras, personagens que ganham relevo não só na relação afetiva com os netos, mas também como auxiliares na socialização das crianças ou mesmo no seu sustento, mediante suas contribuições financeiras.

“O pensamento psicanalítico tem tradicionalmente apontado o papel simbólico da figura dos avós – vivo ou mortos –, na função de assegurar aos netos uma identidade enraizada no tempo imemorial, ou seja, numa identidade genealógica (Kaes,2001)”.

Quando a convivência entre avós e netos é intensa, os primeiros podem se tornar parceiros dos pais na educação das crianças. Outros podem sentir que suas relações com os netos devem ter muito mais um caráter lúdico. São poucos os avós que não cuidam em algum momento de seus netos, os padrões referentes esse cuidado e a essa relação são, portanto, construídos cultural e socialmente.

Ao abordar a circulação de criança e a adoção em famílias populares, já aponta a significativa presença dos avós no início do século XX. Estes participavam dos cuidados cotidianos das crianças da família num contexto de flexibilidade da unidade doméstica, uma vez que era corrente em casal morar com os pais. Os avós que tem a guarda judicial de netos por terem filhos envolvidos na prostituição ou nas drogas, entre outras situações, retrata as difíceis condições em que estes vivem e, ao mesmo tempo, seus conflitos e compromissos.

As figuras dos avós fazem parte da trajetória dessas personagens estão cunhadas por suas inserções sociais, culturais e por suas relações de gênero. Em algumas famílias, os contatos com eles são ou foram frequentes; em outras, quase inexistente, a herança simbólica – por eles transmitidos compõem a nossa memória familiar.

A pobreza, o desemprego, o aumento da desigualdade social, a insuficiência das políticas públicas e sociais podem ter levado ao aumento de sua contribuição na rede familiar. A precária condição em que vivem os netos tende a mobilizá-los na direção de lhes prestar atendimento. Existem trocas informais na rede familiar a serem consideradas, e os idosos integram o sistema de apoio mútuo, em especial nas famílias pobres.  

O nascimento dos primeiros netos corresponde, na maioria das vezes, a uma etapa da vida em que os avós gozam de saúde, estão na vida ativa, dependendo, é claro, das inserções socioeconômicas. A chegada de um neto faz também emergirem novas identidades familiares e traz consigo um elemento de reconhecimento e diferenciação na trama familiar, sinalizando ainda o suceder das gerações.

Na sociedade contemporânea, o aumento da expectativa de vida, bem como a maior permanência dos jovens em casa, modifica significativamente as relações intergeracionais: crianças e jovens tendem a conhecer e a conviver mais com seus avós e bisavós.

Para as crianças pequenas, os avós fazem parte significativa do seu mundo: falar sobre eles é se expressar sobre a família. Para os adolescentes, quando outros grupos se tornam importantes, sua participação e influência tendem a descrever. Do ponto de vista dos avós, as condições de saúde, de renda, de autonomia e, portanto, de sociabilidade tendem a diminuir à medida que se aprofunda o processo de envelhecimento. Na medida em que os polos desse eixo se transformam, também se modifica o quadro das relações intergeracionais.

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