O profissional assistente social e a demanda por ele atendida nessa perspectiva de universalização
Por: gustavobuco • 15/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.179 Palavras (9 Páginas) • 869 Visualizações
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 DESENVOLVIMENTO 4
3 CONCLUSÃO 8
REFERÊNCIAS 9
1 - INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como propósito descrever a atuação ética do profissional de Serviço Social diante da sociedade, bem como apresentar os dilemas para efetivação do Projete Ético Político que está totalmente voltado para emancipação humana e social, pois, segundo os Princípios Fundamentais do Código de Ética Profissional de 1993, o assistente social deve optar por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária (AAKER, 1996).
As políticas sociais são atingidas por um processo de direitos sociais, assumindo cada vez mais, caráter focalista. Integrando uma profissão socialmente determinada, assistentes sociais deparam-se com o agravamento da exploração, que se expressa na precarização, flexibilização e intensificação do próprio trabalho (RAMPAZZO, 1998).
A ética profissional requer a busca do conhecimento de suas raízes e compreender o seu envolvimento com os compromissos sociais, políticos no contexto histórico. Sendo necessária a análise da maneira de pensar e interpretar a vida social à concepção de classes no processo de trabalho (MAINGUENEAU, 1998).
O assistente social pode definir suas ações em instituições públicas e privadas, onde pode atuar de forma direta ou indireta na efetivação e operacionalização de políticas sociais em diferentes áreas como: Assistência Social, Educação, Saúde, Habitação, etc. e segmentos (crianças e adolescentes, idoso, famílias,dependentes químicos, pessoas com deficiências, população de rua, etc.). É preciso apropriar-se dos instrumentos e processos do planejamento para que a atuação seja profissional e técnica, voltada para a promoção e o desenvolvimento humano e social, e não somente para o alívio de algumas situações.
2 - DESENVOLVIMENTO
A todo o momento nos deparamos com situações que nos provocam e nos fazem assumir determinadas ações, defender um ponto de vista a partir de juízos de valor, as nossas ações morais que exercemos a cada momento, assim estamos dizendo que em cada sociedade existem princípios, normas que diferenciam essas atitudes morais em relação a problemas práticos que envolvem grupos e indivíduos nas suas relações sociais no cotidiano. Isso é a ética, que oferece princípios que norteiam o ser humano.
Na sociedade capitalista a ética do homem como ser social é voltada para relação do homem com o trabalho, na forma dos valores das mercadorias, ou seja, quanto mais o funcionário produz, mais valores morais ele acondiciona. Pois nesta sociedade o homem é obrigado a vender sua força de trabalho, ele não se reconhece como produto de seu trabalho (AAKER, 1996).
Se considerarmos os valores propostos no mundo capitalista, como a democracia e a liberdade, veremos que são irrealizáveis em uma sociedade repressora, baseada na exploração dos direitos sociais e políticos. A ética, nesse sentido, compreende o exercício da crítica permanente a todas as formas de exploração, exclusão e discriminação do homem diante da liberdade. Sendo a liberdade à possibilidade de construção histórica de valoresque se efetivam na sociabilidade do homem.
A concepção de liberdade aparece no primeiro princípio do Código de Ética de 1993, e traz a defesa intransigente dos direitos humanos, ampliação e consolidação da cidadania, na defesa e aprofundamento da democracia, na eliminação de todas as formas de preconceito, a opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, a favor da justiça social. Podemos notar que no Código, as escolhas profissionais são nítidas, quando vê o Estado que ao mesmo tempo avança com política social transformadas em mercadorias e direcionadas, ele indica a universalidade de acesso a bens e serviços, diante de uma vida social em que o atentado aos direitos humanos é natural, em uma sociedade em que operam mecanismos de exploração e dominação (MAINGUENEAU, 1998).
Por isso, a luta pela democracia, assim como pela expansão e consolidação da cidadania, continua a ser uma tarefa primordial para toda a sociedade e como tal, também para os assistentes sociais. Em particular cumpre-nos uma contribuição efetiva nesse processo pela manutenção e ampliação dos direitos sociais e políticos das classes trabalhadoras e consequentemente por uma redefinição mais abrangente da cidadania. Nesse sentido, cabe considerar que a conquista por direitos sociais se depara inevitavelmente com os limites impostos pela lógica de reprodução das relações sociais capitalistas, não se trata, pois de assegurarmos simplesmente o nível de satisfação das demandas sociais, é necessário o pleno aprofundamento da democracia. Esse processo de ampliação dademocracia e construção de um novo projeto societário exige a mobilização em torno do debate e da criação de novos valores éticos. Dessa forma os assistentes sociais, coerentes com o projeto profissional que vem sendo construído, deverão se formar aos movimentos de constituição de novos valores éticos, fundamentados na liberdade e na justiça social (DEMO, 2000).
Assim, cabe aos profissionais um crítico posicionamento frente à questão da democracia, pois entendemos que a realização da democracia corresponde, em determinado contexto histórico, ao patamar de socialização, da participação política, da riqueza produzida e da garantia do direito ao trabalho digno para os cidadãos (RAMPAZZO, 1998).
A democracia torna-se valor ético político central na medida em que é o único padrão de organização política capaz de promover e assegurar a explicitação de valores essenciais, como liberdade e equidade.
Tudo isso, confere uma reflexão ética por parte dos assistentes sociais no cotidiano, não lhes cabe apenas desvendar os fundamentos da moral contemporânea, bem como as contradições que a permeiam, cumpre- lhes detectar, nessas contradições as possibilidades de superação, incorporando não só as demandas atualmente colocadas e não atendidas, mas também as demandas emergentes e a constituição de novos valores (CARVALHO, 1995).
Tanto o Código de Ética, bem como a Lei de Regulamentação está vinculado a um processo de lutas sociais e a uma cultura emancipatória que antecedeu e percorrem a ditadura na resistência, e surgem no processo de democratização da sociedade brasileira. Trata-se da conquista de uma direção ético política que adquire novas formas táticas e busca preservar o seu caráter crítico, sua perspectiva de classe e seu ideário de luta voltado para emancipação humana. No entanto, os valores e princípios que orientam nosso Código de Ética pertencem à trajetória histórica das lutas sociais, englobando o conjunto das manifestações e momentos em que a liberdade, a revolução, a justiça social, entre outros, foram defendidos e objetivados, como valores e práticas (RAMPAZZO, 1998).
A complexidade da sociedade de uma maneira geral, exige um repensar contínuo do saber teórico e metodológico da profissão, da ampliação do conhecimento da realidade social, bem como na produção do conhecimento sobre a organização da vida social e na busca constante da consolidação do projeto ético-político, por meio dos assistentes sociais nas atividades diárias e participação política nas entidades nacionais de Serviço Social, na articulação com outras entidades e em luta permanente contra as imposições do neoliberalismo, contra a dominação do capital sobre o trabalho, do autoritarismo, da discriminação, enfim sobre toda forma de opressão e dominação humana (MAINGUENEAU, 1998).
A busca dessa organização, só é possível se houver a recusa do profissional diante do conservadorismo, do assistencialismo e das práticas funcionalistas, como parte de uma construção histórica, capaz de possibilitar uma análise crítica, direcionada para a construção do pacto democrático no Brasil, com a ampliação de cidadania por meio de políticas sociais de direito. Outro aspecto importante para efetivação de um projeto comprometido com uma nova ordem social é o trabalho que o assistente social desenvolve no cotidiano através de projetos que viabilizem o acesso a direitos, que questiona o Estado, que luta pela socialização e pela democratização da política, que programa serviço com qualidade aos usuários, envolvendo-os em seu planejamento, contra as regras autoritárias e tecnocráticas. Isso se torna um dos desafios para o assistente social, por isso é preciso compreender o desenvolvimento da sociedade capitalista e os impasses colocados pelos conflitos sociais, tendo como campo de atuação as expressões da questão social, e a defesa de valores éticos para o coletivo em favor da equidade, a luta pela universalização da seguridade social, com garantia de saúde pública e universal em todos os níveis, enfim a luta pela garantia dos direitos como estratégia de fortalecimento da classe trabalhadora e mediação fundamental no processo de construção de uma sociedade emancipada (CARVALHO, 1995).
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