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Resumo do Livro " O que é Psicologia Social"

Por:   •  24/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.016 Palavras (9 Páginas)  •  1.053 Visualizações

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LANE, Silvia T. Maurer. O que é Psicologia Social. 15. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989.

Por meio do seu livro “O que é Psicologia Social”, Lane, professora e escritora aborda a psicologia social de forma mais ampliada. Logo no início do seu livro a autora esclarece que o tema abordado é muito mais complexo, pois vem embutido nele outros questionamentos, tais como: Quando o comportamento se torna social? E: São possíveis comportamentos não sociais nos seres humanos?

Para responder a essas perguntas a pesquisadora divide o seu livro em seis capítulos. No primeiro capítulo “Como nos tornamos sociais” a psicóloga visa analisar a influência que um grupo ou grupos exercem sobre um indivíduo, e de como isso impacta na construção da identidade social. Para isso a autora discorre sobre a necessidade que o indivíduo tem de estar inserido em um grupo desde o seu nascimento, afim de garantir a sua própria sobrevivência. Aborda também a forma como o histórico desse grupo, que comportam regras e normas, acabam se tornando a base que caracteriza o papel social desse indivíduo e também determina as suas relações sociais. Lane se aprofunda nessa perspectiva e argumenta que o viver em grupo permite o confronto entre as pessoas, e que isso é essencial para o desenvolvimento da individualidade, da identidade social e da consciência de si. A professora faz uma reflexão sobre o quanto a identidade social é reflexo do grupo no qual o indivíduo está inserido, e conclui que não existem escolhas livres, mas sim escolhas determinadas pelas condições sociais, que por consequência determinam papeis sociais e identidade social. A escritora analisa criticamente, a maneira como esses papeis sociais, previamente determinados, servem para garantir e perpetuar um modo de produção material de vida, e uma sociedade de classes, onde poucos dominam sobre muitos, e isso por meio da exploração da força de trabalho. A pesquisadora acrescenta ainda que esse questionamento sobre a sociedade de classes só é possível quando o indivíduo desenvolve uma consciência de si, o que poderá leva-lo a alterar a identidade social e por consequência tornar-se agente de mudanças sociais. A partir do segundo capitulo “ Como apreendemos o mundo que nos cerca”, a autora analisa como se forma a concepção de mundo e isso por meio da linguagem, e como essa determina valores e explicações, que mantêm as formas de relações entre os indivíduos, e visa explanar sobre a relação entre falar e fazer, e a mediação do pensamento e desenvolvimento da consciência social. Visando esclarecer essas relações, Lane aborda a linguagem como ferramenta de sobrevivência desenvolvida pelos seres humanos, e discorre sobre como ela se tornou cada vez mais complexa na medida em que a complexidade das relações humanas também aumentaram, assim como a divisão do trabalho. Em seguida a psicóloga aponta como a linguagem pode ser utilizada como uma arma de dominação, principalmente quando as pessoas se submetem ao poder da palavra sem qualquer questionamento. A autora conclui que contra a arma do poder da palavra, a resposta a ser dada é o questionamento, o que evitará a dominação por parte daqueles que possuem o poder da palavra. A escritora continua sua análise e afirma que a linguagem faz mediação entre o indivíduo e o mundo, e isso por meio da elaboração de representações sociais, sendo essas, somente possíveis através das relações do indivíduo com outros. Lane constata que as representações sociais também podem serem utilizadas como arma de dominação, sobretudo quando exercem uma função ideológica, falseando a realidade existente, o que acaba por dificultando não somente o ter uma consciência de si, como também uma consciência de classe. A professora afirma que é o confronto das representações sociais, com as experiências e ações do indivíduo, e com as de outros do grupo social, a forma possível de perceber o que é ideológico em nossas representações e ações consequentes, e isso permitirá o desenvolvimento da consciência de si, do grupo social e de classe, como produtos históricos da sociedade, e a partir disso como agente da história pessoal e social, decidir se mantem ou transforma a sua realidade social. Já no terceiro capítulo “ A história via família e escola” a autora discorre sobre as circunstâncias influenciadoras existentes dentro do ambiente familiar e escolar, e como isso favorece o desenvolvimento da consciência social. Para realizar tal debate a filósofa aborda a família e escola como grupos institucionalizados que determinam a vida social das pessoas em sociedade, por meio do conjunto de relações sociais que a definem. E como fundamentais no processo de socialização e determinantes das especificidades próprias das classes sociais. Para Lane a família é um grupo necessário para garantir a sobrevivência do indivíduo, mas além disso tem como função a reprodução da força de trabalho, como também a perpetuação da propriedade, o que a torna fundamental para a sociedade e também um objeto de controle social, por aqueles que detêm o poder. Ela é a ferramenta inicial para a manutenção de um modo de produção de vida material em qualquer sociedade. Segundo a professora a família atua sobre o recém-recém-nascido durante o processo de socialização primária, estabelecendo suas primeiras representações de mundo, mundo esse que para ele não está sujeito a mudanças. Essa visão de mundo só será confrontada no processo de escolarização e profissionalização. Quando a autora aborda a instituição escolar constata que além de exercer uma relação de poder, ela também é responsável pela socialização secundária, e tem como função garantir a reprodução de conhecimentos e valores das gerações anteriores, afim de perpetuar esses e gerar novos conhecimentos necessários para o progresso do país. A escritora explana ainda sobre a relação de poder do professor sobre o aluno, no qual o professor exerce um papel de dominação e imprime no aluno valores variados, reproduzindo a ideologia dominante, como sendo a descrição correta de mundo. A partir dessa visão dominante a escola passa a separar os alunos entre os “melhores” e os “piores”, sendo esses últimos aqueles que não se adequam a visão estipulada pela escola. Essa divisão excede as barreiras escolares e avança para o campo do trabalho, no qual aqueles alunos considerados melhores serão mais aptos ao trabalho intelectual e os outros destinados ao trabalho manual, quando não abandonam o ambiente escolar. A psicóloga critica a reprodução das relações de dominação pela escola, porém aponta para as contradições existentes dentro dessa lógica dominante, que conduz sobre uma reflexão sobre o que está posto e permite a elaboração e novos significados e de novas práticas. No capítulo quatro “Trabalho e classe social”, a pesquisadora enfatiza o trabalho humano na sua relação com as classes sociais e realiza uma análise pormenorizada sobre em que condições ele pode gerar uma consciência de classe, tornando esse indivíduo agente da história de sua sociedade. Seguindo essa lógica a escritora analisa o trabalho dentro da sociedade capitalista, e expõe como esse sistema explora a força de trabalho e como ele transforma tudo em mercadoria, até mesmo as relações sociais decorrentes dele. Lane também aborda as duas classes sociais oriundas desse sistema, a dominante que possui os meios de produção, e a trabalhadora que tem a sua força de trabalho explorada. Para a autora esse antagonismo determina as relações sociais entre indivíduos. Após esclarecer o que é a sociedade capitalista, a professora analisa o significado do trabalho a nível individual, ou seja quando a atividade é decorrente de uma necessidade sentida e objetivada. Lane também explana sobre como essa atividade transforma o indivíduo, pois é por meio dela que ele se objetiva socialmente e também se modifica continuamente. A pesquisadora destaca ainda que a principal característica do trabalho nas sociedades modernas é que ela se faz por meio de instrumentos, o que a torna indispensavelmente social, e se utiliza de exemplos para demonstrar que a divisão do trabalho se dá apenas no campo ideológico, já que qualquer atividade implica no pensar e realizar por meio de ações concretas. Contudo a sociedade capitalista visando a alienação dos trabalhadores e a manutenção desse modo de produção de vida material, fragmenta o trabalho, com a intenção de fazer com que o trabalhador não se reconheça como parte fundamental no processo de produção, o que o impede de desempenhar a principal função do trabalho, que é a transformação social do indivíduo, o que por consequência o despersonaliza, fazendo com que o trabalhador deixe de pensar na cooperação existente entre ele e seus colegas de trabalhando, reproduzindo assim a lógica capitalista de individualismo e competição. Fica evidente que com essa divisão cada vez mais fragmentada do trabalho, a classe dominante não somente se apropria dos meios de produção, como também da própria atividade do trabalhador. Ainda dentro da perspectiva capitalista a autora aborda o trabalho a nível social, o qual é construído continuamente, por meio da comunicação e cooperação entre os homens, e por meio desses dois fatores é possível detectar a contradição fundamental na relação de dominação de uma classe sobre a outra, e ao constatar essa contradição o indivíduo começa a adquirir uma consciência de classe, mas se, e somente si conseguir romper a barreira da individualidade criada pela lógica capitalista. Lane conclui que é necessário ao homem recuperar a sua atividade que é essencialmente pensamento e ação, do contrário ele continuará alienado, com uma falsa consciência social e de si. A escritora discorre ainda sobre a Psicologia Comunitária, no quinto capitulo denominado “O indivíduo na comunidade”, e demonstra a sua contribuição no desenvolvimento das relações comunitárias, por meio de sua ação pedagógica e conscientizadora. Para introduzir o tema a pesquisadora inicialmente explica que a Psicologia Comunitária tem como proposta uma ação interventiva, principalmente dentro das sociedades capitalistas, e procura desenvolver relações sociais, através da comunicação e cooperação entre as pessoas, na qual estejam livres de dominação de uns sobre os outros. E para isso utiliza ferramentas educativas e preventivas, sendo o caráter educativo decorrente da reflexão sobre o porquê das necessidades e de como as atividades são realizadas. A autora salienta que a atividade comunitária auxilia o desenvolvimento da consciência de classe social e de si mesmo, enquanto produtores de riquezas, que não as detêm, portanto, pode direcionar os indivíduos a se organizarem em grupos maiores e estruturados, objetivando uma ação transformadora na história da sociedade na qual estão inseridos.

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