TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Estruturas de Mercado

Tese: Estruturas de Mercado. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  9/9/2013  •  Tese  •  4.398 Palavras (18 Páginas)  •  747 Visualizações

Página 1 de 18

Capítulo 1

Estruturas de Mercado

Concorrência perfeita

É o mercado que não possui varias empresas, prevalecendo os seguintes argumentos:

• Mercado atomizado: composto por varias empresas;

• Produtos homogêneos: não possui diferença entre as empresas concorrentes;

• Não existem barreiras: caso alguma empresa queira entrar no mercado;

• Transparência do mercado: todos os participantes do mercado possuem acesso a informação de lucros e preços.

Na concorrência perfeita existe somente lucros normais que representam a pagamento subentendido do empresário, pois se existisse lucros extras muitas empresas se interessariam pelo mercado, acarretando a queda os preços e dos lucos do mercado.

(VASCONCELLOS, MARCOS E ENRIQUEZ, MANUEL – Economia, pg 89)

Monopólio

Possui características únicas e opostas ao mercado perfeito, pois nele existe apenas uma empresa que domina a oferta e todos os consumidores, não ocorrendo nenhum tipo de concorrência e portanto não existindo nenhum produto substituto. Assim os consumidores são obrigatoriamente submetidos as condições dos vendedores.

Quem determina o preço de equilíbrio é a própria empresa, pois ela é exclusiva no mercado, conforme a sua capacidade de produção.

(www.escolacarlosnabais.org)

Para Marco Vasconcellos e Manuel Enriquez (pg 90)

Quando o preço se elevar, haverá uma queda relativamente pequena no consumo da mercadoria, o que redundará no aumento da receita total da empresa (o aumento do preço supera proporcionalmente a queda no consumo) contudo isso não significa que o monopolista poderá aumentar os preços indefinidamente. (grifo do autor).

Para que de fato existam monopólios, é necessário algumas condições de barreira:

• Monopólio puro ou natural: Quando o mercado determina alta quantidade de capital;

• Patentes: Quando uma única empresa obtem a tecnologia para a produção de determinado produto.

Oligopólio

Possui um pequeno numero de empresas que dominam o mercado. No Brasil a produção é quase que totalmente em forma de oligopólio, tendo como exemplo as industrias químicas, industrias de papel, farmacêutica, entre outras. Apresenta como estruturas marginais:

• Cartel: fixação de preços ou cotas de produção; geralmente procuram fixar um determinado preço, agindo como monopolistas;

• Modelo de liderança a preço: Quando existe uma empresa líder que faz seu preço, obrigando as empresas submissas a colocar em seu produto um preço mais baixo.

Existem duas correntes que visam como objetivos dos oligopolistas, a teoria neoclássica e marginalista, e a teoria da organização industrial.

Exemplos de empresas oligopolistas:

(geofpetch.com)

Concorrencia monopolistica

É a estrutura onde atuam as micros e megas empresas, entre a concorrencia perfeita e o monopolio. Possui concorrencia, pois o numero de empresas é grande e não existe fixação de preços por existir produtos substitutos. Não ha barreira ao acesso do mercado, acarretando em lucros extraordinarios a curto prazo.

Principais caracteristicas das estruturas basicas de mercado

Caracteristicas Concorrencia

perfeita Monopolio Oligopolio Concorrencia

monopolistica

1.Quanto ao numero de empresas Muito grande Só há uma empresa Pequeno Grande

2. Quanto ao produto Homogeneo nao há quaisquer diferenças Não há subsitutos proximos Pode ser homogeneo ou diferenciado Diferenciado

3. Quanto ao controle das empresas sobre os preços Não há possibilidade de manobras pelas empresas As empresas tem grande poder pra manter preços relativamente elevados, sobretudo quando não há intervenções restritivas do governo. Embora dificultado pela interdependencia entre as empresas, essas tendem a formas carteis controlando preços e cotas de produção. Pouca margem de manobra, devido a existencia de substitutos proximos.

4. Quanto a concorrencia extrapreço Não é possivel A empresa geralmente recorre a campanhas institucionais É intensa É intensa

5. Quanto as condições de ingresso na industria Não há barreiras Barreiras ao acesso de novas empresas Barreiras ao acesso de novas empresas Não há barreiras

Estrutura do mercado de fatores de produção

O mercado de mão de obra, capital, terra e tecnologia, apresentam varias estruturas:

• Concorrência perfeita no mercado de fatores: Não existe na realidade, mas se baseia no mercado onde possui um alto índice no fator de produção, tornando assim o preço desse fator constante;

• Monopólio no mercado de fatores: Quando há monopolista na venda de insumos;

• Oligopólio no mercado de fatores: Quando poucas empresas produzem um determinado produto;

• Monopsônio: Há somente um comprador para vários vendedores no mercado, ou seja, quando uma determinada empresa se instala no interior e por ser a única que vende aquele produto, passa a ser exclusiva;

• Oligopsônio: É quando há poucos compradores para muitos vendedores;

• Monopólio bilateral: Quando o monopolista compete com o monopsonista na venda de uma fator de produção;

Grau de concentração econômica no Brasil

Para Marco Vasconcellos e Manuel Enriquez (pg 95)

Uma medida comumente utilizada para o grau de concentração econômica é calcular a proporção do valor do faturamento das quatro principais empresas de cada ramo da atividade sobre o total faturado no ramo respectivo. (grifo do autor).

De acordo com pesquisas, o Brasil possui maior índice de cãocentração de econonima nas industrias de aços, material de transporte, fumo, gesso e cerveja.

Mercado de cimento no Brasil e o enfoque moderno de estrutura de mercado

Segundo economistas, quanto maior a participação de uma empresa em um determinado mercado, maior será seu poder. A participação do mercado é importante , ou seja, cada vez mais empresas tentam entrar no mercado e com o passar do tempo deverá existir barreiras para poder analisar como anda o rendimento da empresa com a entrada de novos concorrentes.

No caso do cimento no Brasil, como existe poucas empresas elas se tornam monopolistas, porem esse mercado esta crescendo cada vez mais, o que afeta o crescimento de seus market shares (participação no mercado), levantando como palpite um grande poder no mercado.

Capítulo 2

Inflação no Brasil

A inflação no Brasil

A inflação é o aumento contínuo de preços de bens, produtos e serviços em uma determinada região durante um período. Ao mesmo tempo em que os produtos se tornam mais caros, o poder de compra da moeda nacional diminui.

Por exemplo: em um país com inflação de 1% ao mês, um trabalhador compra uma cesta de produtos em determinado mês e paga R$ 100. No mês seguinte, para comprar a mesma cesta, ele vai precisar de R$ 101. E assim sucessivamente.

Caso a inflação se mantenha a mesma, depois de um ano o valor da cesta chegará a R$ 112,68 (12,68% de inflação). Como o salário deste trabalhador não é reajustado mensalmente, o poder de compra diminuirá paulatinamente. Isso significa que, após este ano de 1% de inflação ao mês, com os mesmos R$ 100 o trabalhador conseguirá comprar somente 88,75% da cesta.

Além de corroer o salário, a inflação elevada também encarece os produtos nacionais, aumenta a demanda por importações e reduz as exportações, desequilibrando toda a balança comercial de um País. Para evitar uma crise econômica, governos são obrigados a adotar medidas para desvalorizar a moeda e, assim, frear as importações.

Esta decisão, entretanto, faz com que produtos importados essenciais – como petróleo, fertilizantes, equipamentos sem similar nacional – fiquem mais caros, aumentando o custo de produção de setores que dependem desses itens. Tudo isso provoca nova elevação de preços, entrando em um círculo vicioso que só termina com a queda real da inflação.

A inflação sempre esteve presente em alguma época no Brasil. Foi de fato um grande problema na economia brasileira, principalmente na década de 1950, que felizmente foi controlada depois da implantação do Plano Real no ano de 1994.

Entre os anos de 1950 e começo dos anos de 1960, dizia-se que a principal fonte de inflação o déficit do Tesouro. De modo que o fator principal era o elevado déficit publico, causado pela necessidade de o governo suprir a infraestrutura adequada de transportes, energia, saneamento, entre outros, com intuito de desenvolver a economia do país. Mas como o nível de renda per capita era baixo previa-se a impossibilidade de o governo aumentar a carga tributaria, então decidiram emitir mais dinheiro. Foi uma típica inflação de demanda: quanto mais dinheiro circulando pela economia, maiores eram as compras e os investimentos, num momento em que a economia ainda não estava preparada para produzir um volume correspondente ao do aumento da demanda.

A primeira fase do combate à inflação aconteceu entre 1964 a 1973, com um tratamento de choque, por meio de uma rígida política monetária, fiscal e salarial, enquanto de 1967 e 1973, chamou-se de política gradualista, que foi o combate por etapas planejadas.

Decorrente a crise do petróleo o Brasil sofreu ainda mais com a inflação. Devido a novamente autos gastos públicos com programas de substituição de importações na área de energia, aço, bens de capital e minerais não ferrosos, ocorridos na gestão Geisel.

A corrente inercialista tinha como tese que a inflação no Brasil seria inercial e que devido a isso o controle monetário não conseguia reduzir as taxas de inflação. Após a implantação do Plano Cruzado que foi implantado em fevereiro de 1986, que propunha o congelamento de preços e salários, foi possível controlar a inflação brasileira.

Outros planos, como o Plano Bresser e o Plano Verão, ainda durante o governo de Sarney, e mais tarde o Plano Collor, também congelaram os preços e salários para tentar conter o processo inflacionário brasileiro. Mas não tiveram sucesso por adotar políticas ortodoxas de cotrole de demanda, em especial na questão do déficit público.

Desde 2012, o IBGE retirou da conta do IPCA a fralda de pano, a máquina de costura e outros 48 itens que não vão pesar mais na inflação. Por outro lado, acrescentou 32, como salmão, morango, chuveiro elétrico e o telefone com Internet. O instituto promove esse tipo de mudança para adequar o cálculo aos novos hábitos de consumo dos brasileiros.

O Brasil conta com diferentes índices que medem a inflação. Os principais são o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial que abrange as famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, que abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 6 salários mínimos). Ambos são medidos pelo IBGE.

Há ainda o Índice Geral de Preços (IGP) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

O Plano Real

O programa brasileiro chamado Plano Real resultou no lançamento de uma nova moeda, o Real, em 1994.

O governo presidencial que se encerrou em 1994 passou por uma série de crises. O problema inicial se deu com o impeachment do presidente eleito por voto direto Fernando Collor de Melo. Em seu lugar assumiu o vice Itamar Franco, que guiou o mandato até o final. Outro problema, que já se arrastava há algum tempo, foi o da economia, com suas graves crises financeiras e inflacionárias. A inflação atingia todo mês níveis exorbitantes.

No final do ano de 1993, o governo deu início a um plano econômico com o objetivo de controlar a hiperinflação do país. O presidente Itamar Franco permitiu que o Ministro da Fazenda,Fernando Henrique Cardoso, conduzisse todo o processo, desde sua idealização até sua execução. Fernando Henrique reuniu vários economistas para elaborar as medidas do governo e as reformas econômicas e monetárias necessárias.

O Plano Real foi então iniciado oficialmente no dia 27 de fevereiro de 1994 através da Medida Provisória n° 434. A medida determinou a Unidade Real de Valor (URV) e culminou com o lançamento do Real como nova moeda. A implantação do Plano Real se deu através de três etapas: equilíbrio das contas públicas, criação da URV e o lançamento do Real. Durante o debate do nome da nova moeda, cogitou-se chama-la de Cristal, Coroa ou Cruzeiro-Cruzado, mas o nome Real vingou pelas possibilidades publicitárias que oferecia.

O programa para estabilização da economia passou pela desindexação da economia, por um amplo processo de privatizações, pelo equilíbrio fiscal, pela abertura econômica, pelo contingenciamento e por políticas monetárias restritivas.

Os efeitos imediatos do Real refletiram-se no aumento da capacidade de consumo da população, no amplo controle da inflação que caiu de taxas de 50% para 3%, redução da população miserável brasileira e fortaleceu a imagem do Ministro Fernando Henrique Cardoso, responsável pela condução do projeto, que despontou como sucessor natural de Fernando Henrique Cardoso.

O Plano Real se mostrou o mais eficaz programa de estabilização econômica da história do Brasil. Mas para alcançar o sucesso foi preciso que fossem tomadas medidas como privatizações de vários setores estatais, criação de agências reguladoras, implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal, liquidação ou venda da maioria dos bancos estaduais, renegociação da dívida pública e maior abertura comercial com o exterior. Por motivos como esses, o Plano Real também recebeu oposição no seu período de implantação, tendo o Partido dos Trabalhadores (PT) como um dos maiores opositores.

No lançamento do Plano Real, esperava-se como efeitos de longo prazo a manutenção das baixas taxas inflacionárias, o aumento do poder aquisitivo da população, a modernização do parque industrial brasileiro e o crescimento econômico acompanhado da geração de empregos. O Real prosperou, mostrou-se competente e é utilizado até hoje no Brasil. Desde 1994 o Real passou por várias crises econômicas mundiais e demonstrou capacidade de controle e recuperação, especialmente a crise de 2008-2009, que gerou uma imensa quebradeira na Europa e nos Estados Unidos, a qual passou sem muito impacto pelo Brasil. O país, hoje, conta com uma moeda forte e estável, sem apresentar indícios de substituição.

Aplicação: O regime de metas de inflação no Brasil

O Regime de Metas de Inflação foi uma estratégia adotada primeiramente na Nova Zelândia. O regime consiste, basicamente, em perseguir uma meta para a variação do índice de preços pré-estabelecida e anunciada publicamente. São “bandas” fixadas para a inflação futura, controlada através da política monetária, principalmente taxa de juros.

O Brasil começou a adotar esse sistema a partir de 1999. O conselho monetário Nacional, que é o principal órgão normativo do setor monetário e financeiro do pais, estabelece um limite de variação (margem de 2% para cima e 2% para baixo do centro da meta), para dois anos consecutivos, com base no IPCA- Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Então a partir da meta fixada, o Banco Central controla as taxas de juros. São feitas reuniões a cada 45 dias através do COPOM- Comitê de Política Monetária.

Já nos Estados Unidos, que é um país de primeiro mundo, a estratégia de política monetária não esta baseada no sistema de metas para a taxa de inflação. O controle da taxa de juros sofre alterações no núcleo da inflação.

O Banco Central, mesmo não tendo como política monetária estimada no núcleo da inflação, também faz o calculo desse sistema, para melhor acompanhamento da taxa de inflação.

Capítulo 3

Crise Financeira Internacional

A Crise financeira internacional de 2008

Em 2008 o mercado de hipotecas de alto risco dos Estados Unidos, desencadeou uma crise de crédito global, o que causou grandes perdas financeiras, falência de instituições financeiras e fundos de investimento, obrigando assim a ação dos principais bancos centrais dos Estados Unidos, Canadá e Europa. Houve diminuição do PIB, do consumo e dos investimentos.

Essa crise começou com uma “bolha de ativos”, ou seja, o preço de um ativo ultrapassou seu valor real, isso gera uma euforia que faz reduzir a percepção dos riscos e as pessoas passam a acreditar que o mesmo é um investimento seguro, o qual nunca vai se desvalorizar. Quanto mais crédito fica mais fácil comprar ativos, a demanda cresce superando a oferta, e os preços sobem cada vez mais.

No caso do mercado imobiliário, os donos davam seus imóveis como garantia para adquirir empréstimos, o valor dos imóveis estava subindo as pessoas faziam novos empréstimos, com esses compravam novos imóveis os quais eram dados como garantia para novos empréstimos. Os proprietários passam a viver um padrão de vida mais alto do que os seus rendimentos permitiria.

Até que o preço dos imóveis parou de subir, com isso os bancos passaram a exigir uma garantia a mais, já que o imóvel começou a serem desvalorizado, restando aos proprietários à única alternativa, a venda de ativos a qualquer preço, esses ativos na maioria das vezes eram os próprios imóveis o que acarretava ainda mais a queda dos preços forçando as instituições financeiras a pedir ainda mais garantia, ai começou o pânico.

A crise do mercado subprime de 2008, tem elementos que remontam a recuperação da crise de 1929 nos Estados Unidos, que ficou conhecida como “New Deal”, quando foram criados estímulos econômicos em vários setores para sair da recessão.

O mercado de hipotecas aumentou muito. Entre 1963 e 1979, o valor dos imóveis triplicou assim comprar um imóvel era um ótimo investimento. Com o preço das casas crescendo e o taxa de investimento a baixo do valor da inflação, era como se pagasse para comprar uma casa; isso gerou uma crise na década de 80.

Algumas SPE (Sociedade de Propósito Especifico) lançando empreendimentos imobiliários e aplicando fundos nos mais variados tipos de riscos, mais isto não era um problema, pois a garantia era do governo. Entretanto muitas SPEs faliram o que obrigou o governo dos Estados Unidos a interferir isso gerou uma grande perda. Um dos fatores importantes para o crescimento da bolha foi à chegada de um sistema bancário paralelo, formado por bancos de investimento.

Novos instrumentos financeiros, derivativos e inovações na gestão de riscos. Uma característica era a elevada proporção entre o valor das operações realizadas relativamente ao capital próprio das instituições responsáveis, em uma situação de risco superior ao seu patrimônio.

Já por volta dos anos 80, foi criado o processo de SECURITIZAÇÃO DE RECEBÍVEIS, emissão de títulos que usavam as hipotecas como garantia e que tinham o lastro em títulos públicos do governo federal e assim virtualmente sem riscos.

Os bancos atraíram investidores para mais empréstimos, garantidos pelas hipotecas imobiliárias iniciais, a companhia hipotecaria, começaram financiar clientes de baixa renda que não tinham casa própria. Esses títulos foram chamados de títulos “tóxicos”. O segundo passo foi à securitização destas hipotecas em ativos negociáveis, com garantia de empresas patrocinadas pelo governo. Estas instituições financeiras passam a priorizar operações com garantias de crédito criando as sociedades de propósito especifico (SPE).

Observa se que a avaliação dos riscos fica diluída através deste mecanismo. O único que sabia dos riscos do crédito eram os emprestadores de primeira instancia. Mas com a alta comissão das hipotecas o lucro falou mais alto.

As dividas eram agrupadas e vendidas como hipotecas residenciais garantidas por títulos, que eram vendidas para bancos no exterior, com obrigações da divida colateralizada, as agencias de risco deram aval o que traiu os fundos de pensões e segurados. Os CDOs foram a grande inovação que diluiu os riscos entre os muitos participantes do mercado.

Assim as inovações financeiras permitiram retirar o risco dos balanços dos bancos o que gerou grande alavancagem das instituições envolvidas no mercado imobiliário. As imobiliárias e os bancos passaram a securitizar operações com derivativos para gerar mais recursos e obter posições mais alavancadas. Foi realizado primeiro no mercado local, depois fundos de investimentos e finalmente se espalhou para o mundo, gerando uma corrente de venda de títulos.

Para a maioria dos analistas o fator que levou a crise financeira foi à desregulamentação financeira do sistema bancário paralelo. Bancos de investimento, fundos imobiliários e seguradoras, não se submetiam a supervisão. Ou seja a proliferação de instrumentos financeiros nesse sistema paralelo e desregulamentado. Faz parte da tradição norte americana e inglesa uma posição critica e muita regulamentação, considerada um obstáculo a criatividade e ao desenvolvimento de novos instrumento para agilizar os negócios.

Depois da crise de NASDAQ e do atentado de 11 de Setembro de 2001; houve um desaquecimento da economia americana a taxa de juros foi reduzida para sair dessa crise. Outro fator que esta nas origens da crise foi o crescimento da Ásia e dos países produtores de petróleo gerando volume de poupança, aplicados AM títulos norte americanos. Somando a redução da taxa de juros e o volume das aplicações, permitiu aos Estados Unidos manter uma política expansionista.

Além de crescimento econômico, esses fatores resultaram num dos períodos de maior crescimento da economia mundial. A consequência foi muito capital barato, abaixando ainda mais as taxas de juros e gerando um relaxamento na administração de risco.

Com o preço do imóvel subindo, cresceu a demanda por novas hipotecas, dando um efeito riqueza e por consequência o aumento do preço dos ativos, principalmente ações e imóveis. Americanos que já haviam quitado seus imóveis começaram a hipotecar novamente.

Em 2006 o preço dos imóveis atingiu o seu máximo e começaram a cair às taxas de juros subindo desde 2004. Com isto a oferta começou a superar a demanda. Os tomadores de empréstimos de baixa qualidade não conseguiam pagar sua divida inicial tornando inadimplente.

O aumento da inadimplência fez o mercado ter medo de emprestar, gerando retração de crédito, portanto uma crise de liquidez, sem crédito a economia começou a desaquecer agravando mais o problema de liquidez. O consumo começou se retrair reduzindo a demanda agregada, o lucro das empresas começou a se contrair provocando retração da oferta e aumento de desemprego.

O colapso definitivo acorreu em 15 de Setembro com a falência do banco Lehman Brothers que não recebeu ajuda do governo, quando isso ocorreu ninguém sabia que instituições possuíam grande exposição de subprimes, por isso o mercado interbancário congelou. Estabeleceu se pânico geral nos Estados Unidos; a crise se espalhou rapidamente por todo o sistema financeiro mundial.

A quebra do Lehman Brothers contribuiu para que o mercado acordasse para os problemas gigantescos existentes em todo p sistema financeiro. Os governos tiveram que reagir para conter o avanço e as grandes consequências causadas pela falência do banco; os bancos centrais que fazem parte do G8 começaram injetar milhões de dólares para salvar as principais instituições financeiras da falência e evitar e evitar um risco sistêmico de proporções globais. O prejuízo aos cofres públicos foi de mais de três milhões de dólares.

As consequências dessa crise foram de julho de 2007 a agosto de 2008 redução gradual do crédito e desalavancagem dos bancos; os países desenvolvidos entraram em uma forte desaceleração do nível de produção. Entre Setembro e Outubro de 2008 estabeleceu se uma crise sistêmica causando danos as finanças de grandes países, e um enorme rombo fiscal no Reino Unido, Espanha e Irlanda. O congelamento do crédito interbancário a fim de resolver o problemas de liquidez obrigando a intervenção dos bancos centrais para evitar falência de seguradoras e bancarias. Estabeleceu se pânico na economia mundial afetando bolsas e preços de comodities.

A partir de Outubro de 2008 a crise chegou aos países emergentes, em função da queda da demanda e das importações dos países desenvolvidos, a crise tornou se mais forte no inicio de 2009 provocando uma queda da renda mundial de 0,6%. Iniciou se a coordenação de políticas microeconômicas anti-cíclicas, para evitar recessão de grandes proporções na economia mundial, por fim chegou se ao consenso de que o sistema bancário deveria ser socorrido, afim de evitar uma depressão como a dos anos 30.

A crise de 2008 no Brasil:

O Brasil sentiu os efeitos da crise a partir de Setembro de 2008. A restrição externa afetou o crescimento do PIB, levando o governo a anunciar diversas medidas para reverter o cenário. O Ibovespa apresentou quedas sucessivas em virtude da retirada de recursos dos investidores estrangeiros para cobrir posições em seus países de origem. Com a saída de capitais, houve uma pressão sobre o cambio levando a desvalorização.

Com a diminuição da liquidez algumas empresas brasileiras tiveram que liquidar suas posições por severas restrições de caixa, amargando assim prejuízos. Houve restrição ao crédito lastreado no exterior; a produção industrial contraiu se drasticamente a partir do terceiro trimestre de 2008, houve um corte de mão de obra gerando o aumento da taxa de desemprego. Com isso o PIB brasileiro sofreu uma queda na mesma proporção da queda do PIB mundial.

Apesar da forte crise o Brasil se recuperou rapidamente; Os fatores que contribuíram para essa recuperação foram o grande mercado interno e com ganhos reais de renda, um sólido sistema financeiro, um alto volume de reservas, a rapidez das ações do governo, redução dos juros e do compulsório, aumento do crédito.

Grande parte do motor desta recuperação é a grande mobilidade social que vem ocorrendo desde o plano real, com a política de estabilização com inflação controlada, e aos efeitos promovidos de planos assistencialistas do governo as classes de mais baixa renda, iniciada no governo de Fernando Henrique e incrementada no governo Lula. Essa continuidade fez surgir uma nova classe consumidora, portanto quando o mercado se retraiu em virtude da crise, o Brasil tinha um mercado interno que permitiu absorver esta demanda.

O banco central atuou a promover liquidez ao sistema financeiro, entre as medidas houve direcionamento de recursos para o financiamento às exportações, a venda de dólares no mercado a vista, diminuição do nível de compulsório exigido pelo BC e da diminuição do redesconto.

A valorização do real estaria provocando a desindustrialização da economia brasileira?

Quando o real chegou a quatro dólares o Brasil vem apresentando uma taxa de cambio em torno de R$1,60 A R$1,70; o que para muito significa a valorização do real, a mesma esta sendo provocada pela maciça entrada de capitais financeiros do exterior atraídos pelas altas taxas de juros do Brasil; essa valorização deve se também à entrada de investimentos direto de empresas multinacionais.

Para alguns economistas e para as entidades ligadas ao setor industrial à valorização do real estaria provocando uma desindustrialização da economia brasileira ou como ficou conhecida “doença holandesa”, um fenômeno que ocorreu na Holanda, que a partir dos anos 60 concentrou suas exportações no petróleo, com a entrada de grande volume de dólares, a moeda holandesa foi bastante valorizada induzindo a compra de produtos importados. Isso causou uma redução desracionalizada de grande parte da base industrial holandesa.

Entretanto esses economistas acham que isso é consequência natural do processo de globalização, representando um fator positivo para a melhoria da qualidade do produto nacional. Os mesmos também discordam da desindustrialização, pois mesmo que esteja ocorrendo uma queda da participação das exportações a produção industrial vem crescendo e não caindo. E segundo eles não esta claro que a taxa de cambio esta valorizada já que consideram um dólar entre R$1,60 a R$1,70 seria a taxa de cambio em equilíbrio.

REFERÊNCIAS

escolacarlosnabais.org

geofpetch.com

VASCONCELLOS, MARCOS E ENRIQUEZ, MANUEL – Economia

BRASIL- ECONOMIA. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/mercado-financeiro/inflacao

HB- HISTORIA BRASILEIRA. Disponível em: http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/plano-real/

...

Baixar como  txt (29.1 Kb)  
Continuar por mais 17 páginas »