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Resenha: Uma parisiense no Brasil de Adèle Toussaint-Samson

Por:   •  6/12/2016  •  Resenha  •  1.088 Palavras (5 Páginas)  •  599 Visualizações

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Resenha: Uma parisiense no Brasil de Adèle Toussaint-Samson

        Com a chegada de diversos viajantes no século XIX, no Brasil, foram escritos diversos relatos que registraram suas impressões sobre a sociedade brasileira. A riqueza da natureza, do tamanho do país, a vida social na capital e no campo e especialmente a escravidão foram recorrentes na literatura de viajantes. Um desses relatos de viagem, é o da francesa Adèle Toussaint-Samson que, em viaja para o Brasil com o objetivo de enriquecer e voltar a França. O mais interessante desse relato é o olhar feminino sobre a escravidão e a sociedade brasileira.

        O livro se inicia com o prefácio da historiadora Maria Ines Turazzi e explica que Adèle nasceu em Paris no ano de 1826, filha de professor de teatro e autor de peças de grande sucesso em Paris. Por volta dos vinte anos, casou-se com Jules Toussaint, um dançarino de teatro que apesar de ser filho de franceses, havia nascido no Brasil. O casal veio para o Brasil por volta de 1849 e 1850, tendo deixado a França após a revolução de 1848 e de uma epidemia de cólera, ou seja, um período conturbado que deu incentivo à viagem. O principal objetivo da viagem, como já havia sido dito, era fazer fortuna, como o tio que eles tinham por aqui. A esperança era enriquecer em 10 anos e retornar à França.

        Jules e Adèle se instalaram no Rio de Janeiro. Ele como professor de dança e ela como professora de francês e italiano. Em novembro de 1856, Jules é contratado como professor de dança da família imperial. A família tendo assim, acesso à corte.  Em setembro de 1863, foi concedida à Jules uma autorização para residir na França enquanto não fosse necessária sua presença na corte.

        Adèle diz que fez cinco viagens ao país e morou aqui por doze anos, sendo que numa das ocasiões voltou à França e ficou por lá durante um ano. Adquirindo uma grande experiência ao descrever os “tipos de passageiros” que vinham rumo ao Brasil.

        No prólogo do livro, a autora conta a dificuldade que teve ao tentar publicar seu livro de memórias em Paris. Nessa parte, ela tentar convencer os leitores que tudo que ela contara era totalmente imparcial e verdadeiro. Na primeira parte do livro, ela descreve sua viagem no clíper Normandía e suas dificuldades, sua chegada ao Brasil e sua surpresa aos ver os escravos africanos que os descreve de forma bastante pejorativa: “cara achatada e bestial” e a paisagem do Rio de Janeiro.

        O segundo capítulo é intitulado Rio de Janeiro, onde Adèle descreve como foi sua vida na cidade, as paisagens e a vida cotidiana que levou junto com sua família, fortemente marcada pela presença de escravos. No início do capítulo, a autora se espanta de como os homens acham belas as negras. Apresenta a Rua do Ouvidor, que é essencialmente francesa e se diz maravilhada pela natureza virgem do Rio de Janeiro.

Descreve como foi a epidemia de febre amarela que os deixou doente e como sofreu ao ver como os cativos eram castigados, dando o exemplo de sua vizinha espanhola que castigava seus escravos e os leilões . Porém, justificava a existência da escravidão o país, pois apenas os africanos aguentavam o trabalho pesado. Dessa forma se a escravidão fosse abolida repentinamente o país estaria arruinado, tentando assim inocentar o imperador D. Pedro II. É clara sua contradição, pois se utilizava de serviços de escravos e emitia diversos discursos preconceituosos, como foi no caso que explica os malefícios causados pelos dentes dos negros.

Apresenta os brasileiros como uma mistura de diversos povos e que desprezavam qualquer tipo de trabalho manual. Por isso não aceitariam esse tipo de trabalho, pois todos queriam ser senhores.

No terceiro capítulo, A fazenda, a francesa explica como funcionava a unidade produtiva no Brasil. Conta que ficou hospedada em uma fazenda com 120 escravos, narra assim, como os negros trabalhavam, como eram as senzalas, a alimentação, os castigos, a música, festa e religiosidade.  Sem dúvida o segundo e o terceiro capítulo são importantes para mostrar a visão que a autora tinha sobre a escravidão e sua importância na formação da nação brasileira.

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