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Resumo de Artigo VALENTE, Cinthia. Judeu, Outsider no reino visigodo de Toledo

Por:   •  21/4/2017  •  Resenha  •  1.210 Palavras (5 Páginas)  •  246 Visualizações

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Fichamento de texto

VALENTE, Cynthia - Judeu, Outsider no reino visigodo de Toledo

A autora inicia com considerações que, apropriando-se de estudos arqueológicos, buscam determinar o contexto do primeiro contato de uma população judaica com a Península Ibérica.

OS PRIMEIROS JUDEUS

Uma primeira hipótese arqueológica, apresentada pela citação do autor Nuno Rodrigues, é a de que judeus teriam se instalado juntamente com fenícios na península ibérica, ainda no século IX-VIII a.C.

Outra hipótese, ainda, afirma que grupos de judeus se teriam refugiado na península vindos do norte da África, fugindo das Guerras Púnicas(264 - 146 a.C)

Visigodos se estabelecem na península em 507, após serem derrotados pelos francos na batalha de Vouillè. Já haveria presença judaica na região.

Elite visigótica de fé ariana, população hispano-romana de fé niceísta -> Ambos tomam a fé judaica como antagônica à divindade de cristo.

->Mudança no tratamento com a comunidade judaica após a conversão oficial da monarquia visigoda ao cristianismo niceno em 589.

O REINO TOLEDANO E A COMUNIDADE JUDAICA

A autora aponta que, sob o governo do monarca ariano Alarico II(?-507), a política para com os judeus era condescente/"tolerante", quadro que mudaria significativamente com a da conversão oficial da monarquia em 589, posto que a partir de então a Igreja se veria respaldada pela política do reino em sua repressão à fé judaica.

Apoiando-se mas considerações de Renan Frighetto, a autora discorre sobre algumas das proibições impostas aos judeus pelo III Concílio de Toledo, e questiona sobre a efetividade de tais restrições.

Considerando agora a perspectiva de Peter Brown sobre o tratamento com os judeus no Império Romano, afirma que, embora fossem tolerados inicialmente, com o processo de cristianização do império há um endurecimento no trato para com os judeus. Essa política romana para com a questão judaica estabeleceria as bases para o tratamento dessa população no reino hispano visigodo de Toledo.

Após a conversão oficial da monarquia ao cristianismo niceno, dá-se um processo de agregação de arianos à Igreja "Católica", de modo que ao judeu acaba sendo relegado o papel de inimigo da fé cristã enquanto a questão da heresia é posta em segundo plano.

O rei Sisebuto, que ascende ao trono em 612, retoma as políticas repressivas de Recaredo as quais não teriam sido aplicadas por seus dois antecessores - Witerico(603) e Gundemaro(610). Sisebuto, inclusive, aplicaria uma política de conversão forçada a qual, segundo Thompson, não seriam apoiadas pela hierarquia católica.

O reinado de Chintila, que se iniciaria em 636, intensificaria as políticas anti-judaicas, re-aplicando as conversões forçadas. "[...] o monarca estava decidido a manter em seu reino apenas fiéis católicos, nem que precisasse usar a força[...]" p.120

A questão judaica retornaria em 653 no reinado de Recesvinto, com o VIII Concílio de Toledo.

10 leis contra os judeus seriam promulgadas, já em um contexto em que foi retirada a legislação romana do reino visigodo e implatadas outras leis. Os judeus se viram sem imunidade judicial.

" A não observância das leis poderia condená-los à morte; nas palavras de Thompson, “ser judio practicante era ahora um delito capital” (THOMPSON, 2007, p. 245)." p.120

A autora segue discorrendo sobre a intensificação de leis anti-judaicas e o trato de sucessivos concílios sobre o "problema judaico".

Já no contexto da expansão árabe, segundo a autora, "[...]judeus conversos auxiliaram a invasão muçulmana que ocorreu a partir de Gibraltar; estes judeus foram incentivados pelas notícias de relativa tolerância por parte dos governantes muçulmanos em relação aos judeus e cristãos nos territórios do norte da África." p.122

A IGREJA, OS BISPOS E A QUESTÃO JUDAICA

Formação de identidade goda na Historia Gothorum de Isidoro de Sevilha.

Aliança Igreja-Monarquia em busca de unidade no reino. Construção de uma história comum pra legitimar um passado e firmar uma identidade goda. Nesse contexto divergência de crença não era tolerado.

Sobre Isidoro, diz o historiador Sergio Feldman: "Isidoro era um clérigo e um educador: objetivava formar monges e padres mais bem preparados, influenciar nobres e reis e elevar o saber cristão, dentro de um projeto pastoral amplo e profundo"(FELDMAN, 2004, p. 125)

Feldman trabalha com a exegese na obra isidoriana enquanto um recurso para diálogo e discussão com culturas tradicionais, visando estabelecer a cultura cristã como verdade.

Valente destaca a obra de Isidoro contra os judeus, chamada Fide catholica ex veteri et novo testamento contra iadaeos. Segundo a autora: "[...]a De Fide tem como ponto central a incompatibilidade da fé

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