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Análise - A Cidade Antiga: Livro Terceiro

Por:   •  3/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.540 Palavras (11 Páginas)  •  317 Visualizações

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O AUTOR

Numa Denis Fustel de Coulanges (Paris18 de março de 1830 — Massy12 de setembro de 1889) foi um historiador e escritor positivista do século XIX. Muito conhecido por seus livros, sua obra mais conhecida é “A Cidade Antiga” (La Cité Antique), publicada em 1864. 

Fustel foi um dos responsáveis pela reformulação do método de estudo da história na França, dando maior enfoque à uma abordagem mais científica. Opunha-se à mera erudição livresca e defendia o detrimento à especulação. Fustel valorizava a fidelidade para com a documentação e a segurança no estudo da história, desviando-se de ambições e de subjetividades, além disso, buscava se aproximar, ao máximo, da imparcialidade e de imprimir uma maior objetividade aos seus estudos. De certo modo, Fustel ligava-se ao classicismo.

Fustel apresentou-se como grande crítico dos historiadores românticos que o precederam, como Michelet, pelo fato de estes relacionarem o estudo e o conhecimento da história à intuição poética. Para Fustel, o historiador mais qualificado é o que abusa da precisão para interpretar os textos e, deste modo, escreve de maneira completamente racional.

Muito elogiado pela escrita fiel aos textos e documentos, Fustel também recebe críticas por conta da suposta superficialidade de seus conhecimentos paleográficos, o que o teria levado a numerosos erros de interpretação.

A OBRA

O texto para a análise, por mim escolhido, se faz presente em parte de uma das cinco grandes divisões a que Fustel de Coulanges submete “A Cidade Antiga”. Essas divisões englobam, cada uma, um determinado número de pequenos capítulos. Contando com a visão positivista do autor e com o uso do método cartesiano, a obra, em seu todo, permeia, de forma clara, a formação das organizações e das instituições que surgiram e se desenvolveram no entorno das crenças e dos cultos gregos e romanos. Com o uso de uma linguagem simples e acessível, Fustel concede aos leitores, na minha opinião, uma leitura fluída e prazerosa.

Por uma questão de contextualização e por conta da localização do texto escolhido em meio à obra, abordarei, rapidamente, os principais pontos levantados em cada um dos cinco livros que compõem a obra. Assim, a compreensão da análise tornar-se-á mais fácil e acessível.

No “Livro Primeiro”, dividido em quatro capítulos e denominado “Antigas Crenças”, a abordagem de Fustel trata do enfoque que as crenças e os cultos recebem nas sociedades sobre as quais escreve. Para esses povos, mesmo após a morte, a alma mantinha-se vívida e unida ao corpo. A morte não representava o fim, mas uma mudança de estado. Eis a necessidade e a fundamentação do sepultamento, do culto aos mortos e da divinização dos antepassados. Além disso, para a purificação e proteção do lar, as famílias gregas e romanas abrigavam em suas casas o, sempre acesso, fogo sagrado. A religião era doméstica e limitava-se ao círculo de uma casa.

No “Livro Segundo”, dividido em dez capítulos e denominado “A Família”, Fustel permeia os aspectos e as nuances que caracterizam essas famílias fundamentadas, antes de tudo, na religião doméstica. Nesse contexto, Fustel destrincha, nessa ordem, o papel da religião no certame familiar, o casamento, a perpetuação da família, a aversão existente para com o celibato, o divórcio em casos de esterilidade feminina, a adoção, a emancipação, as relações de parentesco, os direitos de propriedade e de sucessão, a autoridade e a antiga moral na família e, por último, a questão do que os latinos chamavam de “gens” e os gregos de “ghénos”.

No “Livro Terceiro”, dividido em dezoito capítulos e denominado “A Cidade”, está contido o texto que escolhi para analisar.  Nesse livro, o autor discorre acerca das novas organizações sociais fundamentadas em cultos comuns entre as organizações anteriores. A sucessão nas organizações sociais leva até a formação das cidades. Essa complexação se dá em torno do respeito e da manutenção no que tange às crenças anteriores. Outrossim, Fustel de Coulanges aborda as nuances da antiga vida urbana desses gregos e romanos. Aspectos ligados ao culto fundador, à administração, à religião, às confederações, à falta de liberdade dos antigos são exemplos dos pontos tocados pelo autor.

No “Livro Quarto”, dividido em treze capítulos e denominado “As Revoluções”, Fustel de Coulanges trata das modificações nas estruturas sociais e de poder. O desequilíbrio de poder entre as classes gera conturbações que, consequentemente, tornam-se em revoluções. A queda da monarquia leva a aristocracia ao poder. Na sequência, os clientes libertam-se e a plebe consegue participação política. Surge um exemplo de democracia, exemplo esse que se vê cessado com o surgimento dos líderes tiranos e do Estado imperial.

Por último, no “Livro Quinto”, dividido em três capítulos e denominado “Desaparece o regime municipal”, a abordagem trata das mudanças políticas que as novas crenças e a filosofia geraram, do expansionismo do Império Romano em detrimento do espírito municipal e, por último, dos aspectos que envolviam o advento do cristianismo no Império Romano.

ANÁLISE – A CIDADE ANTIGA - LIVRO TERCEIRO (CAP. I – CAP. V)

Antes de tudo, vale evidenciar as delimitações as quais a análise se submeterá. O texto selecionado está contido, como citado anteriormente, no “Livro Terceiro” da obra de Fustel de Coulanges. Para que fique claro, faço questão de pontuar que os capítulos que compõem o texto estudado em sala de aula e que, consequentemente, formarão o objeto de estudo desta análise se tratam, apenas, dos cinco primeiros. Ou seja, os trezes capítulos, também referentes ao “Livro Terceiro”, que sucedem o objeto de estudo receberão um enfoque quase nulo, isto é, se receberem algum.

Até então, Fustel de Coulanges não apresentou datas e ressalta que, de momento, seguirá sem poder apresentar. Segundo o autor, a sucessão de ideias e de instituições funciona melhor do que a sequenciação dos anos no que tange à marcação das épocas na história das sociedades antigas. Concordo plenamente.

Já tendo abordado, nas seções anteriores da obra, as nuances referentes às famílias antigas e às crenças domésticas adotadas por essas, Fustel de Coulanges passa, então, a discorrer sobre a formação de grupos cada vez mais complexos e a fundamentar os aspectos que permitiram essa complexação.

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