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O papel do Galileu na criação da ciência moderna

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Por:   •  9/5/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.873 Palavras (8 Páginas)  •  414 Visualizações

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No clima cultural do Renascimento surge o astrônomo italiano GALILEU GALILEI (1564 - 1642), que tem um papel preponderante na criação da Ciência Moderna.

Galileu é considerado por muitos o pai da ciência moderna porque foi o primeiro a combinar observação experimental com a descrição dos fenômenos num contexto teórico, com leis expressas em formulação matemática. Pode-se dizer que Galileu marcou a transição da filosofia natural da Antigüidade ao método científico atual. Segundo Galileu, o universo é "um grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos", mas "que não se pode compreender antes de entender a língua e os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto". Isso significa que a linguagem matemática é, para Galileu, fundamental para a explicação dos fenômenos naturais.

Galileu deu contribuições significativas ao conhecimento do movimento, e dentre elas destacam-se os seguintes temas:

1. Movimento Uniforme

Galileu teceu importantes considerações sobre o movimento uniforme. Ele percebeu que é impossível decidir sobre quem está em movimento, no caso de dois objetos isolados dos demais, com movimentos uniformes. Pode-se tão somente dizer que um está em movimento em relação ao outro. Esta idéia foi também apresentada por Giordano Bruno. Além disso, ele percebeu que os movimentos uniformes são equivalentes. Com base nessas observações formulou-se muito depois o chamado princípio da relatividade de Galileu, que estabelece que as leis físicas são as mesmas para observadores em movimento relativo uniforme, quando o espaço e o tempo são considerados independentes entre si e absolutos.

2. Movimento dos Projéteis

Galileu empreendeu uma série de estudos sobre a queda livre dos corpos. Dessa forma, estabeleceu as equações básicas do movimento uniformemente acelerado, embora o tenha feito para o caso específico da queda livre. Compreendeu ainda que a trajetória dos projéteis, na ausência da resistência do ar, é uma parábola.

3. Movimento do Pêndulo Simples

Galileu percebeu que o período do movimento pendular não depende da amplitude (conhecido como isocronismo do pêndulo). Este fato, devidamente trabalhado por Huyghens, veio a revolucionar a forma de medir intervalos de tempo e, portanto, de construir relógios. Medidas de tempo são imprescindíveis na observação dos fenômenos físicos.

Foi, entretanto, na Astronomia que Galileu realizou o trabalho mais polêmico. Em 1609 aperfeiçoou o telescópio e, através da interpretação que deu ao que nele observava, lançou novas luzes sobre o Universo em que vivemos, mas, principalmente, estabeleceu um novo procedimento para chegar ao conhecimento da Natureza e mudou a visão de mundo dominante na época.

O telescópio astronômico de Galileu ampliava a área dos objetos mil vezes, além de reduzir cerca de 30 vezes a distância aparente. Não foi, entretanto, trivial para os estudiosos da época acreditar que o que se via através daquele instrumento era a realidade física do céu, e não "uma ilusão óptica", como alguns preconizavam. Com esta dúvida, as próprias observações de Galileu seriam contestáveis, quanto mais as conclusões que dela decorriam, que, além do mais, contrariavam "conhecimentos" astronômicos consagrados na época. Sendo tão marcantes as conseqüências de sua atitude de pesquisador experimental com instrumentação nova, talvez valha a pena conhecer sua própria descrição do seu equipamento de trabalho:

"Há alguns meses chegou aos nossos ouvidos o rumor de que um instrumento ótico havia sido elaborado por um holandês, com a ajuda do qual objetos visíveis, embora muito distantes do olho do observador, eram distintamente vistos como se estivessem perto, e algumas histórias sobre esse efeito maravilhoso circularam, às quais alguns deram crédito e outros negaram. O mesmo me foi confirmado alguns dias depois por uma carta enviada de Paris pelo nobre francês Jacob Badovere, o que constitui finalmente a razão para que eu me dedicasse inteiramente em buscar a teoria e descobrir os meios pelos quais eu pudesse chegar à invenção de um instrumento similar, objetivo que atingi um pouco mais tarde, pela consideração da teoria da refração; e preparei pela primeira vez um tubo de chumbo em cujas extremidades fixei duas lentes, ambas planas de um lado, sendo uma esfericamente convexa, a outra côncava do outro lado."

Com as observações experimentais, Galileu ampliou o conhecimento astronômico em vários aspectos:

1. verificou que a Lua tem uma superfície irregular como a da Terra:

"a superfície da Lua não é perfeitamente lisa, livre de desigualdades e exatamente esférica, como uma grande escola de filósofos considera com relação à Lua e a outros corpos celestes, mas, pelo contrário, é cheia de desigualdades, áspera, cheia de cavidades e protuberâncias, como a superfície da própria Terra, que varia por toda parte por elevadas montanhas e vales profundos."

2. estabeleceu que os planetas são esféricos:

"os planetas apresentam os seus discos perfeitamente redondos, exatamente como se fossem descritos com um compasso, e aparecem como muitas Luas pequenas, completamente iluminados e de forma globular";

3. e que existem estrelas que não podem ser vistas a olho nu:

"as Estrelas fixas não são visíveis a olho nu como se estivessem limitadas por uma circunferência circular, mas, antes, como labaredas de luz lançando raios para todos os lados e muito lampejantes, e com o telescópio eles aparecem com o mesmo formato como se fossem vistas simplesmente olhando-se para elas".

4. Observou que Júpiter tem satélites:

"há estrelas nos céus movendo-se em torno de Júpiter, como Vênus e Mercúrio em torno do Sol";

5. e que Vênus e Mecúrio são planetas:

"Vênus e Mercúrio giram em torno do Sol, como o fazem também todos os demais planetas. Uma verdade em que na realidade acreditavam a Escola pitagórica, Copérnico

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