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Fichamento Introdução a Obra de Winnicott

Por:   •  12/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.398 Palavras (6 Páginas)  •  281 Visualizações

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FICHAMENTO PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO II

ERICA HUFNAGEL

Texto: THOMAS, M.-C. (1995). Introdução à obra de Winnicott (pp. 177-201). In NASIO, J.-D. (Org.). Introdução às obras de Freud, Ferenckzi, Groddeck. Klein, Winnicott, Dolto, Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

  • A vida de Winnicott

        Psicanalista que fez supervisão com Melanie Klein, com quem mantinha uma longa amizade, mas que foi enfraquecida por divergências teóricas. Se situou em rompimento com algumas concepções kleinianas, principalmente com a falta de uma verdadeira consideração da influência do ambiente no ser psíquico. Se estabeleceu no Middle Group da Sociedade Britânica de Psicanálise, grupo que não aderiu nem aos annafreudianos, nem aos kleinianos. Mais tarde foi presidente Sociedade Britânica de Psicanálise. O interesse de Winnicott voltou-se para a vida dos bebês e para os distúrbios psíquicos cuja etiologia era anterior a fase edipiana.

  • Winnicott enfatiza a importância do ambiente no processo de maturação psíquica.

        O processo de maturação é a formação e a evolução do eu, do isso e do supereu,  e também o estabelecimento dos mecanismos de defesa elaborados pelo eu em um indivíduo sadio. A criança passa por um processo rumo ao mundo externo em que é cada vez mais convocada a responder por si mesma.

  • Entre o indivíduo e o social existe um ambiente e o representante fundamental desse ambiente inicialmente é a figura materna ou seus substitutos.

  • Winnicott divide o inicio da vida em duas fases: estado de dependência absoluta e estado de dependência relativa.
  • Fase de dependência absoluta

        Desde o nascimento até os seis meses, aproximadamente, a criança se encontra num estado de dependência absoluta em relação ao meio que é representado pela mãe. No entanto, o bebê desconhece seu estado de dependência pois para ele, ele e o meio são uma coisa só. É necessário que a mãe haja de maneira que permita o livre desenrolar dos processos de maturação.

  • As três funçoes maternas: apresentação do objeto, holding e handling

        A mãe deve exercer certas funções maternas que são simultaneamente desempenhadas. A apresentação do objeto é a apresentação do seio ou da mamadeira. Essa apresentação é feita no momento certo, no qual o bebê sentiu necessidade. O bebê tem a ilusão de que ele mesmo criou o objeto e consequentemente tem uma experiência de onipotência pois o objeto adquiriu existência real no momento que foi esperado. Assim, o bebê adquire capacidade de assumir relações estimulantes com as coisas e com as pessoas e torna-se capaz de experimentar emoções.

        O holding, ou seja, sustentação, diz respeito a proteção dos perigos físicos que a mãe presta ao bebê através de cuidados cotidianos. Nessa função a mãe proporciona sustentação psíquica para o bebê ao colocá-lo em contato com uma realidade externa simplificada e repetitiva. Esse contato permite ao bebê um trabalho de integração no tempo e no espaço. Já o handling é a manipulação do bebê enquanto ele é cuidado. Com essa função o bebê aos poucos se experimenta como vivendo dentro de um corpo e realiza a personalização, uma união entre vida psíquica e corpo.

  • Mãe suficientemente boa e self verdadeiro

        

        Para Winnicott a mãe que permite à criança pequena desenvolver uma vida psíquica e física fundamentada em suas tendências inatas é uma mãe suficientemente boa. A mãe deve ser boa o bastante para que o bebê possa conviver com ela sem prejuízo. E assim, ele pode experimentar um sentimento de continuidade da vida, que é o sinal da emergência de um verdadeiro self. O self verdadeiro é a pessoa que se constrói fundamentalmente a partir do emprego de suas tendências inatas.

  • Mãe insuficientemente boa

        Uma mãe insuficientemente boa não tem a capacidade de identificar as necessidades do filho e pode ser representada por uma pessoa ou uma situação. Em muitos desses casos substituem-se as necessidades do bebê pelas próprias necessidades ou tem-se atitudes imprevisíveis em relação aos cuidados do bebê.

  • Distúrbios psíquicos cuja etiologia situa-se na fase de dependência absoluta

        Uma mãe insuficientemente boa causa efeitos na evolução psíquica da criança pois provoca carências na satisfação das necessidades e cria obstáculos no desenrolar dos processos vitais. Quando o bebê não possui uma mãe suficientemente boa a maturação do seu eu pode não se efetuar e o que surge é uma angústia impensável portadora de uma ameaça de aniquilação que contém variações. Essas variações constituem a essência das angústias psicóticas. Dependendo do grau de adaptação materna e de como o bebê consegue arranjar-se com essa maturação do eu, ele vem ou não a evoluir uma forma de organização patológica da personalidade. Algumas dessas organizações patológicas são: esquizofrenia infantil ou autismo, esquizofrenia latente, estado limítrofe, personalidade construída com base num falso self e personalidade esquizóide.

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