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Resumo: A psicanálise das configurações vinculares e a terapia familiar

Por:   •  7/4/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.402 Palavras (6 Páginas)  •  352 Visualizações

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Unidade de Aprendizagem: Intervenção com famílias

Ciclo letivo: 2020.2

Campus: Pedra Branca

Nome da professora: Ana Maria Pereira Lopes <ana.lopes@unisul.br>

Acadêmica: Sâmara Ravine Correa Tasca

RESUMO

CUNHA, Ana Margaria T.  R.  et al. A psicanálise das configurações vinculares e a terapia familiar. In: OSÓRIO, Luiz Carlos; VALLE, Maria Elizabeth Pascual do (Org.). Manual de terapia familiar.  Porto Alegre: Artmed, 2009.

Psicanálise das configurações vinculares foi a nomenclatura adotada que traça o “parentesco” com a psicanálise e concomitantemente aponta para o surgimento de outra “família”. Podemos dizer que figura os desenvolvimentos da própria psicanálise e de transformações. Doravante os conceitos básicos da psicanálise introduzidos por Freud, onde o inconsciente transpassa e dá estrutura aos vínculos familiares, Sigmund Freud foi pioneiro ao apresentar como o indivíduo recebe como herança aspectos da horda primitiva e transporta para outras gerações. Sua preocupação também consistia em entender o funcionamento mental do indivíduo no grupo e as interferências do grupo acerca do indivíduo. Compreendeu através do mito de Édipo a base estruturante dos processos identificatórios e da formação da personalidade do sujeito. Poderíamos dizer que Freud assentou as bases para a compreensão do mundo mental dos indivíduos e também da transmissão cultural. (CUNHA et al., 2009, p. 120).

As circunstâncias socioeconômicas na Argentina impactaram os atendimentos individuais e o viés grupal passa a ser considerado por diversos profissionais. Pichon Rivière elabora o conceito de vínculo que compreende as dimensões intra, inter e transubjetivas.  De acordo com Cunha et al. (2009, p. 121) essas dimensões consistem em: Intra: como os objetos internalizados se relacionam entre si e como se vinculam mutuamente: consciente e inconsciente, pensamentos e sentimentos, parte infantil e parte adulta, etc. Inter: diversas formas de como o indivíduo se relaciona com os demais. E transubjetivas: formas como indivíduos e grupos se vinculam com normas, leis e valores; com papéis e funções que desempenham no contexto social, econômico, político. Também alude a fantasias inconscientes compartilhadas, como mitos, lendas, contos de fada, folclore, etc.

Quanto às concepções de Bion, há o conceito de mentalidade grupal que se refere ao fato de que um grupo adquire uma unidade de pensamento e objetivos que ultrapassa o indivíduo e se instaura como uma entidade à parte. Afirma também que todo grupo age em dois níveis ao mesmo tempo, opostos e interativos, apesar de delimitados entre si. O primeiro consiste em aspectos conscientes de uma tarefa assumida por todos os membros do grupo, o segundo consiste nos moldes do processo primário e obedece às leis do inconsciente dinâmico. (CUNHA et al., 2009, p. 121).Outros conceitos deste autor também estão presentes neste contexto teórico com relação às famílias.

Winnicott contribui com conceitos como os de mãe suficientemente boa, a importância da relação gerada entre a mãe e o bebê para o desenvolvimento da criatividade, o conceito de objeto transicional, papel da família e do ambiente na formação e no desenvolvimento dos vínculos precoces. Pondera que o laço primário entre pais e bebê é fonte para todas as ligações posteriores e também do desenvolvimento do sentimento de si mesmo. No entanto, o bebê, antes mesmo de nascer, colabora para a integração do casal e já tem lugar em seu imaginário.

No diálogo entre as concepções das diversas escolas, surge o NESME (Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares) que incorporou à sua identidade à psicanálise das configurações vinculares como consequência do contato próximo com os argentinos por intermédio de leituras, congressos, etc. Segundo Cunha et al. (2009, p. 122) ocorre a distinção do NESME em áreas, entre as quais a de Família e Casal, a área de Instituição e o CEPPV (Centro de Formação Permanente em Psicanálise dos Vínculos), nossa instituição de ensino, coerente com as diferentes configurações a serem aprofundadas.

Assim, a psicanálise de casal e família aparece como uma expansão da técnica psicanalítica individual e grupal que encontra na psicanálise as condições de criar um arsenal teórico que abarque as particularidades da família na ligação entre o sujeito biopsicossocial, comunidade, sociedade e cultura.

Operar com vínculos através da perspectiva psicanalítica de configurações de vínculos, requer considerar o consciente/inconsciente na condição intra, inter e transobjetivos. Bion, Zimerman, Pichon, Puget e Berenstein convergem quanto ao conceito de vínculo. Para Cunha et al. (2009, p. 123) o vínculo é estabelecido a partir de um contrato inconsciente que configura uma nova organização com base em complementariedade e simetria, segundo um mecanismo de delegação cujo suporte são as expectativas, as necessidades e as crenças irracionais de cada um que compõem a fantasia básica comum ao grupo todo. O mecanismo dessa delegação é a identificação projetiva e seu veículo, a comunicação.

O conceito de identificação projetiva foi ampliado e, segundo os autores, este conceito foi visto como recurso para: defesa (negar e repudiar aspectos indesejáveis do eu); modo de comunicação; forma primitiva de relações objetais; caminho que leva à mudança psicológica (na dependência de uma relação continente) e pontuam também acerca dos axiomas básicos da teoria da comunicação. É por intermédio da comunicação que podemos perceber os vínculos, propostos Davi Zimermann.

Quanto ao processo terapêutico, os autores tecem alguns critérios para avaliação quando o profissional atende um grupo familiar e no término do processo. Essas estratégias consistem em:

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