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Feminismo e o problema da violência

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Por:   •  26/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.337 Palavras (26 Páginas)  •  294 Visualizações

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

V Congresso Nacional de História da Mídia – São Paulo – 31 maio a 02 de junho de 2007

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Título: A violência contra a mulher na pauta da imprensa feminista - Traços de uma

trajetória de lutas e conquistas do Movimento de Mulheres no Brasil, entre os anos

1970/801

Autora: Karina Janz Woitowicz (UEPG)2

Resumo:

O presente texto busca refletir sobre as relações entre a mídia e o movimento de mulheres,

compreendendo a prática jornalística como um modo de ação social, a partir da forma como

o tema da violência – uma das bandeiras do feminismo na atualidade – era tematizado nos

anos 1970/80 no Brasil. Fragmentos dos jornais Brasil Mulher, Nós Mulheres, Mulherio,

Brasília Mulher e União das Mulheres de Maceió permitem perceber um embate

ideológico que se dá, ao mesmo tempo, nas ações do movimento de mulheres e nas páginas

dos jornais, que passam a pautar e debater as lutas feministas. Trata-se, portanto, de uma

tentativa de analisar o tratamento da imprensa alternativa sobre os principais marcos da luta

contra a violência, de modo a pensar o jornalismo como mecanismo de constituição de

idéias e como articulador das próprias ações do movimento de mulheres em torno do

referido tema.

Palavras-chave: mídia alternativa; feminismo; imprensa feminista; violência.

1 Trabalho apresentado ao GT de História da Mídia Alternativa, do V Congresso Nacional de História da

Mídia (São Paulo, 2007)

2 Professora Ms. do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR e doutoranda do

Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa

Catarina (karinajw@hotmail.com)

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

V Congresso Nacional de História da Mídia – São Paulo – 31 maio a 02 de junho de 2007

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Considerações Iniciais: O feminismo e a questão da violência

O presente texto pretende discutir algumas bases dos estudos de gênero e as

articulações entre ‘violência’ e ‘mulheres’, de modo a traçar a importância das

organizações de mulheres a partir dos anos 1970/80 na luta contra as desigualdades de

gênero. Assim, ao delimitar como recorte temático os textos que discutem a violência3

contra a mulher na imprensa feminista, busca-se observar alguns aspectos do contexto

social da época, de modo a perceber que as lutas feministas em torno deste tema têm longa

data e permanecem atuais e necessárias como bandeiras do movimento de mulheres no

Brasil.

Em meio ao processo de luta pela cidadania, é inegável reconhecer a ação do

movimento feminista, que marcou importantes conquistas das mulheres em diferentes

países. Entre as diversas bandeiras levantadas pelo movimento feminista4, que se organiza

no Brasil a partir da ação de grupos de diferentes vertentes, nos anos 1970, a questão da

violência contra a mulher passa a ocupar um importante destaque, rompendo com décadas

de silenciamento em torno da exploração sexual e da violência doméstica. Segundo as

teorias de orientação feminista marxista, na base da relação entre capitalismo e patriarcado

está o uso da violência como forma de garantir a dominação masculina.5 Nesta abordagem,

a opressão e a subordinação das mulheres seria conseqüência de um sistema social e

político que estabelece a relação entre dominantes e dominados a partir das categorias de

classe e sexo.

A violência contra a mulher é uma temática do movimento feminista dos anos 1980,

quando surgem delegacias de mulheres e atendimento diferenciado para mulheres vítimas

3 A noção de violência aqui adotada está relacionada com os mecanismos de opressão que legitimam as

desigualdades de gênero por meio de relações de poder. Hannah Arendt, em suas abordagens sobre as formas

de poder e o uso da violência em sistemas totalitários, diferencia poder, força, autoridade e violência e

observa que a violência distingue-se do poder pelo seu caráter instrumental. Contudo, Arendt reconhece que

poder e violência aparecem combinados.

4 Ao longo do texto serão encontradas as expressões ‘movimento de mulheres’ e ‘movimento feminista’, em

função das diversas formas de identificação assumidas pelos grupos e entidades ao longo do período

considerado.

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V Congresso Nacional de História da Mídia – São Paulo – 31 maio a 02 de junho de 2007

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de agressões físicas e violência psicológica. Campanhas como “quem ama não mata”,

diante do assassinato

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