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Cinema e cultura Atps psicologia e serviço social

Por:   •  29/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.382 Palavras (10 Páginas)  •  414 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL II

ANA ILMA ROSA PEREIRA-RA: 427394

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DE PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL II

Trabalho apresentado para fins de obtenção parcial de nota da disciplina (Psicologia).

                                                             Tutora Presencial: Suzana Coelho Pachêco

                                                              Tutora EAD:

CAXIAS-MA

2014

INTRODUÇÃO

O cinema é a forma audiovisual mais sofisticada para compreender melhor o nosso mundo, os bons filmes além de tocar o intelecto, têm a capacidade de mexer com as emoções. Millôr Fernandes, grande escritor brasileiro, dizia assim: “Se você não está em dúvida é porque está mal informado". Se você sabe exatamente quem você é e como é o mundo, você não viu filmes suficientemente. Os filmes já produzidos formam uma biblioteca fantástica sobre o ser humano. É fundamental refletir de forma crítica e cultural os problemas sociais que afligem a sociedade por meio de filmes que melhor retratam a realidade social vivenciada nos dias atuais. Diante disso o presente trabalho traz uma análise sobre o filme Tropa de Elite, dirigido pelo Diretor José Padilha, no qual foi observado o comportamento cultural, assuntos de ordem sociais como a corrupção e a miséria, conflitos e soluções, o poder exercido pelo BOPE diante de tais situações e ações propostas para a resolução desses conflitos. [pic 2]

Começamos por analisar a cultura presente no filme e para isso precisamos entender a etimologia do termo. Em todas as sociedades existem normas, prescrições e valores que regulamentam o comportamento dos indivíduos. Estes podem variar de sociedade para sociedade e de uma época para outra, no entanto todos os povos seguem sua própria cultura. Dentre as diversas definições para a mesma, temos uma de que cultura é o conjunto de atividades e modos de agir, costumes e instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta ás condições de existência transformando a realidade. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade, um conjunto de fenômenos materiais e ideológicos que caracterizam um grupo étnico ou uma nação (língua, costumes, rituais, culinária, vestuário, religião, etc.), estando em permanente processo de mudança, ela é fundamental, pois guia nosso comportamento social.

Segundo o etnólogo Eduardo Ottoni, as definições clássicas dos Antropólogos definem cultura como um fazer tipicamente humano. Entretanto ele confessa que na falta de algo que designe melhor o comportamento transmitido socialmente pelos animais e que exclua a via genética, a palavra cultura é a que melhor se encaixa. Na sua visão, o que diferencia a cultura humana dos não humanos decorre da particularidade de nossa cognição: “somos capazes de simular os estados mentais de outros indivíduos (o que eles desejam o que eles sabem, ou não)”. Para Ottoni, prever e manipular, as motivações e o comportamento alheio são trunfos muitos valiosos na vida social. Além disso, “a capacidade humana para produzir símbolos (sepultar os mortos ritualmente, produzir arte, usar adornos corporais e adornar objetos no cotidiano e rituais) é um produto evolutivo.”

A maioria dos estudiosos considera cultura um privilegio dos seres humanos, porém estudos veem mostrando o contrário mostra que alguns tipos de animais como, por exemplo, chimpanzés e cães também possuem a chamada “cultura”. Diante desses estudos, estamos comprovando que a cultura não possui uma forma especifica, mas sim, várias.

No filme encontramos algumas manifestações culturais, como a cultura musical do Estado do Rio de Janeiro, no caso o funk e bailes que são predominantes entre os cariocas, vimos também o direito de enterrar seus mortos, cena em quem a mãe de um fogueteiro pede o direito de enterrar o corpo de seu filho que após ser entregue aos traficantes acaba morto e seu corpo desaparecido. No filme também é retratado a cultura patriarcal na cena em que o capitão Nascimento fala a sua esposa que quem manda na casa é ele. Os bordões também partem de nossa cultura, podemos presenciar isso várias vezes ao longo do filme, o bordão “pede pra sair” foi o que ficou mais conhecido. Podemos citar a cultura religiosa, nas cenas em que é discutida as estratégias para a proteção do Papa em sua 2ª visita ao Brasil, em geral o povo brasileiro possui uma diversidade de crenças.

O filme mostra ainda de forma clara que o Brasil não é um país igualitário, mostra de um lado uma pequena parte da sociedade, vivendo mesmo assustada, com alguma dignidade, e do outro uma enorme parte da sociedade que vive em situação de miséria, onde faltam moradias, infraestrutura e educação de qualidade, situação esta que os obriga a pratica de crimes, incluindo tráfico de drogas e roubos. Em geral é destacada a realidade vivida pelo Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (BOPE). Com base ainda no filme, podemos citar alguns conflitos sociais presentes, como tráfico de drogas nas favelas, a corrupção das instituições e do Estado paralelo aos traficantes que criam para si suas próprias leis, fica claro que o consumo de drogas é o principal fomentador da violência urbana.

Em relação aos grupos sociais observamos os universitários que falam da democracia e dos direitos humanos e vemos que são os mesmos que enquanto pregavam a moral e os bons costumes, se julgavam no direito de consumir, vender drogas e até mesmo se aliar aos traficantes, em busca de ajudar a comunidade por meio de trabalhos sociais (ONGs) com a permissão dos mesmos, por traz desse trabalho eles acabam favorecendo o tráfico e a violência que ele gera. Toda sociedade corrupta sacrifica a classe menos favorecida que dependem plenamente de serviços públicos, tendo dificuldades de acessar os seus direitos sócios assistenciais (saúde, educação, previdência etc). A corrupção tratada no filme está enraizada na identidade do povo brasileiro, não estando apenas na policia generalizada no filme como corrupta e covarde ilustrado por um personagem (PM) que toma um chope de graça em bar para dar segurança ao mesmo, mais também em grande parte da população que se deixa corromper. Os jovens, crianças e adolescentes são tragados pelas drogas e também são vítimas dos corruptores, o filme mostra bem essa realidade. As famílias que ali vivem se encontram em situações de conflitos com traficantes, policiais corruptos, miséria e desigualdade social.  

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