Pedagogia Da Autonomia
Artigos Científicos: Pedagogia Da Autonomia. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ROTA • 10/8/2013 • 2.641 Palavras (11 Páginas) • 1.070 Visualizações
Resenha Pedagogia da Autonomia Paulo Freire
INTRODUÇÃO
Trata-se de uma breve síntese bibliográfica de cunho livre acerca da obra de Paulo Freire intitulada Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa, que não tem a pretensão de esgotar as possibilidades todas de análise, sobre as questões conceituais e educativas, tampouco a de apontar possíveis diferenças de entendimento com os rumos do autor.
Propõe-se sim, a buscar os elementos mais significativos apenas, que se envolvem na formação técnica do profissional da educação, em relação ao aluno enquanto seja este um indivíduo ainda em construção, ainda em processo de formação de seu senso crítico. Resgata alguns conceitos a partir do corpo da obra de Freire, bem como faz dela uma rápida análise a partir de referenciais sociológicos.
Trabalho com a secreta intenção e motivação de poder ser útil, por intermédio de minha particular visão e minha compreensão a quem esteja, como eu, buscando ampliar não só os conhecimentos em si, mas enfim, toda uma visão de mundo.
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA [1]
Não Há Docência Sem Discência
A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação teoria/prática sem a qual a teoria pode ir virando um blábláblá e a prática,
ativismo (Freire, 1998, p. 24).
Não importa, em verdade, a linha pedagógica adotada pelo professor, seja ele um progressista ou um conservador, existem saberes necessários que ambas as linhas de pensamento devem seguir. Todo processo que vise o desenvolvimento de um modelo de ensino deve, basicamente, considerar também a direção dada à aprendizagem. Assim, o professor ensina e aprende ao mesmo tempo, não apenas no formato acadêmico, mas também na própria base de formação da ação.
Ao educador cabe instaurar o rigorismo do método, em função de despertar no educando a curiosidade aquela que busca o conhecimento, portanto insubmissa, e então, por extensão da idéia, formadora do senso crítico. Aprender criticamente é, em suma, formar a autonomia. Não é jamais, um estado de apropriar-se do conhecimento do mestre, mas um ato de formação e de interação da própria capacidade cognitiva do indivíduo com o meio. Assim, o mestre provém o aluno dos instrumentos apenas, do ferramental para a perfectibilização da formação crítica no indivíduo enquanto aluno.
Neste ato de formação da capacidade autônoma do indivíduo, surge uma das principais tarefas de importância do professor, qual seja, a de, considerando a visível importância do aprendizado e da execução de uma leitura crítica, em razão de ser ela a porta para todo o restante do processo de crescimento humano, fomentar o aprofundamento da consciência desse mesmo indivíduo em construção, no sentido de ele vir a capturar o significado de tal importância em sua particular existência.
Segundo palavras de Freire (id. p. 32), Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
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Não se trata, segundo ele, de uma qualidade do professor, tampouco de uma metodologia de ensino, mas sim, deve inserir-se em um projeto maior e de mais alcance, ou seja, deve se dar um verdadeiro acompanhamento de todo o processo que é e que envolve a vida daquele indivíduo que vem junto a si aprender. Neste sentido, é básico que o modelo escolar como um todo seja construído no rumo da administração de uma conduta respeitosa quanto aos saberes inerentes ao meio social do indivíduo. Ao ensinar os conteúdos, o professor deve ser capaz de apresentá-los com elementos e subsídios saídos do cotidiano daquele que aprende, o que, por si só, já é um dínamo facilitador do aprendizado.
Não só o ato de aprender necessita da existência de senso crítico, mas também o ato de ensinar o exige, uma vez que se busque o rigor e a exatidão, na tentativa de ministrar os conceitos e os conteúdos, os atos e as demonstrações educativas. Baseado no rigorismo e na exatidão pode o professor administrar a curiosidade do aluno, conduzindo-o à inquietação e, portanto, à própria criatividade resolutiva de situações e desenvolvimento da autonomia.
Dentre os recursos que apresenta o mestre, é básico que demonstre aos seus alunos a coerência em sua postura humana e em suas idéias. O que diz precisa, necessariamente, andar casado com os exemplos que dá aos alunos. Assim, a formação moral, para que seja transmitida com toda uma base específica ou com todo um fundamento ético, necessita de um aprofundamento não só naquilo que se transmite, mas na própria atuação particular do professor. Esse aprofundamento necessário, no tocante à moral do educador, é exatamente o fator que poderá permitir-lhe uma participação livre do medo e do risco de expor suas idéias e seus conceitos, bem como isenta-o de uma atuação discriminatória quando é o outro indivíduo que se expõe. Trata-se de uma certeza no modus vivendi servindo de base ou de modelo indireto à formação de outro indivíduo.
A experiência histórica, política, cultural e social dos homens e das mulheres jamais pode se dar "virgem" do conflito entre as forças que obstaculizam
a busca da assunção de si por parte dos indivíduos e dos grupos e das forças que
trabalham em favor daquela assunção (id. p. 47).
Ensinar Não é Transferir Conhecimento
Quando entro em sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico
e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a transferir conhecimento (id., p. 52).
O saber científico que o professor apresenta aos alunos é de suma importância no processo de ensinar, mas nem de longe o é absoluto, na medida em que se deve dar espaço aos valores inerentes à formação tanto do caráter como do senso crítico, embasados que são em conteúdos intrínsecos ao que de humano possuímos. É preciso que se leve em consideração, tanto ao aprender quanto ao ensinar, as medidas possíveis das quais dispomos, seja as de superação, seja as de falibilidade na atuação particular a cada indivíduo.
É o meu bom
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