Teoria Das Restrições Aplicada Na Pretação De Serviços
Exames: Teoria Das Restrições Aplicada Na Pretação De Serviços. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: fsumie • 20/11/2014 • 4.842 Palavras (20 Páginas) • 366 Visualizações
Teoria das Restrições aplicada à prestação de serviços
Resumo
Este trabalho foi desenvolvido em uma academia de ginástica e natação com o objetivo de testar a aplicação da Teoria das Restrições em uma empresa prestadora de serviços, bem como compará-la ao método do custeio por absorção. Para a execução do trabalho, a academia foi dividida em duas áreas distintas: a Área Seca, composta por Musculação e Ginástica e Área Molhada, composta por Hidroginástica e Natação. Assim, a sala é a máquina comum aos produtos da área seca e a piscina a máquina comum aos produtos da área molhada. Em ambos os casos, a máquina não pode ser utilizada simultaneamente. No método do custeio por absorção, os produtos foram privilegiados em relação a seu lucro líquido. Já na Teoria das Restrições, os produtos privilegiados foram aqueles com maior ganho do "gargalo", neste caso a sala e a piscina. Ao final do trabalho foi possível concluir, através de simulação, que a Teoria das Restrições é aplicável não só a uma empresa industrial, como também a uma empresa prestadora de serviços.
Palavras-chave: Teoria das Restrições, custos, gargalo, meta, ganho.
GAION, A. V. F., OLIVEIRA, C. R. de, SCARPIN, M. A., CALIJURI, M. S. S. Teoria das
Restrições aplicada a prestação de serviços. unopar Cient., Ciênc. Juríd. Empres.,
Londrina, v. 1, n. 1, p. 67-82, mar. 2000.
Introdução
"Atualmente, as informações da contabilidade gerencial, condicionadas pelos procedimentos e pelo ciclo do sistema de informes financeiros da organização, são atrasadas demais, agregadas demais e distorcidas demais para que sejam relevantes para as decisões de planejamento e controle dos gerentes. Com sua ênfase crescente na realização dos objetivos trimestrais ou anuais de lucratividade, os sistemas contábeis internos pouco se detêm na produção de um informe mensal de lucratividade" (Johnson & Kaplan, 1996).
A Teoria das Restrições foi introduzida em 1984 no livro "The Goal", traduzido no Brasil como "A Meta", escrito por Eliyahu M. Goldratt e Jeff Cox. Esse livro expõe a Teoria da Restrições sob forma de uma novela cujo tema principal é o gerenciamento de uma fábrica em dificuldades, com grande risco de encerrar atividades. Alex Rogo, o gerente, na tentativa de tirar a fábrica daquela situação, recebeu ajuda de Jonah, um antigo professor que aparece em momentos decisivos.
No livro, o sistema tradicional de custos é o responsável pelos desacertos da fábrica. O gerente preocupava-se em demasia com os custos, ao invés de preocupar-se em aumentar os lucros. A Teoria das Restrições muda o paradigma, porque sai do mundo dos custos e vai para o mundo dos ganhos.
O objetivo deste trabalho é conceituar e delinear a abordagem da Teoria das Restrições e testar a sua aplicação em uma empresa prestadora de serviço, ou seja, Academia de Ginástica e Natação, embora a bibliografia consultada disponha normalmente da aplicação da TOC (Theory of Constraints) em empresas fabris.
A Teoria das Restrições
No início dos anos 70, o israelense Eliahu M. Goldratt, quando ainda estudante de física, desenvolveu uma formulação matemática para o planejamento da fábrica de um amigo que produzia gaiolas para aves. Essa formulação foi a base do software OPT (optimized production technology) voltado à programação de produção.
Em 1979, foi constituída a empresa Creative Output Inc., com o objetivo de comercializar o respectivo software. Este foi sofrendo aperfeiçoamento a partir da experiência prática proporcionada pela implantação do sistema. Com isso, Goldratt foi formalizando uma série de princípios, os quais acabaram construindo o pensamento da tecnologia da produção otimizada.
O livro aqui citado, "The Goal", descreve as experiências do autor na elaboração de métodos de otimização de processos industriais, em especial pelo emprego do programa do programa OPT – uma aplicação metodológica de pesquisa operacional. É o início da abordagem metodológica criada pela Teoria das Restrições (Theory of Constraints).
Explicando a teoria
Processo é uma série de ações sistemáticas visando a certo resultado. Os passos dos processos podem ser ilustrados olhando para um pedaço de uma corrente. Assim, pode-se observar uma série de números individuais de elos (passos do processo) que, interligados, formam uma longa corrente (processo). Ao examinar uma corrente, os elos parecem todos iguais em tamanho. A experiência indica que, quando uma corrente se parte, provavelmente por falha em somente um elo, um elo fraco. A fraqueza deste elo determina a força da corrente inteira.
A Teoria das Restrições é um processo de raciocínio. A base desta teoria é que qualquer processo (como uma corrente) é controlado pelo elo mais fraco, que restringe o sistema. A restrição é o elemento do processo que limita a organização no alcance de suas metas.
Refletindo sobre o modelo da corrente descrito anteriormente, se qualquer elo é melhorado aleatoriamente, não se obtém nenhum resultado e a corrente não será fortalecida. Diante disso, o elo que deve ser fortalecido é o mais fraco, para se conseguir o melhor resultado. A propósito, a Teoria das Restrições pode ser entendida como uma ampliação do pensamento da tecnologia da produção otimizada.
Em resumo, a ênfase fundamental de Goldratt é o alcance do que ele denomina meta da organização, ou seja, ganhar mais dinheiro através de uma adequada gestão de produção.
"A teoria das Restrições pode ser dividida em três campos distintos (Cia, 1997) :
1) Um conjunto de ferramentas destinadas à solução de problemas gerenciais. Estes instrumentos são denominados Processos de Raciocínio da TOC, TP (Thinking Processes), e são empregados de modo a responder três questões essenciais de qualquer processo de melhoria de resultados: "O que mudar", "para o que mudar" e "como causar a mudança?";
2) Um subconjunto de ferramentas de gerenciamento do dia a dia, extraídas dos Processos de Raciocínio usados para aperfeiçoar as habilidades gerenciais em pontos vitais como por exemplo: comunicação (negociação e viabilização de idéias); realização de mudanças (resolvendo conflitos crônicos); empowerment (delegando efetivamente); e formação
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