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Contextualização da Geografia Política e a Gopolítica

Por:   •  15/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.281 Palavras (6 Páginas)  •  198 Visualizações

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Alguns anos após o surgimento da Geografia como ciência autônoma, Ratzel foi o primeiro geógrafo a dar ênfase às relações entre o homem e o meio físico. Para ele, na História da humanidade existiam dois elementos de permanência, o homem no sentido amplo da palavra e o solo, ou seja, o meio geográfico com seus acidentes. Estes dois elementos viviam em relação e esta poderia ser objeto de investigação científica. Assim, o estudo das relações entre o homem e o meio físico passou a ser objeto de suas investigações.

Segundo Ratzel, a força do Estado, estava intimamente ligada ao espaço, na sua forma, extensão, relevo, clima e disponibilidade de recursos naturais à sua disposição, relações sociais estabelecidas entre o Estado e o seu meio circulante no âmbito nacional e internacional, e ao sentido do povo, que representava a força desse determinado povo em relação a outro.

Ratzel é considerado o precursor da Geografia Política Clássica pois foi quem lançou as bases científicas e sistematizadoras dessa ciência.

De acordo com Horta, o termo Geopolítica foi usado pela primeira vez pelo geógrafo Kjéllen, no qual sua preocupação fundamental é a de estudar o Estado enquanto organismo geográfico. Como suas teses eram inspiradas nas idéias de Ratzel, Kjellen se preocupou em estabelecer as diferenças entre as duas formas de conhecimento.

Essas diferenças estariam baseadas, principalmente, na forma de abordagem. A Geografia Política deveria ser compreendida como um conjunto sistemático de estudos restritos às relações entre o território e o Estado (posição, situação, características das fronteiras, etc.), enquanto que à Geopolítica caberia a formulação de teorias estratégias políticas voltadas à obtenção de poder sobre determinado território. Essa distinção é bastante questionada por horta, já que, no fundo, a Geopolítica é tão somente a Geografia Política aplicada pelo Estado em busca de poder sobre certo território.

Mahan apesar de não usar o termo Geopolítica, usou tal conhecimento para aprimorar a compreensão de que a chave para a hegemonia mundial estaria no controle das rotas marinhas, como meio de um país se alçar a potência mundial. Assim, inspirado nas teses de Ratzel, acreditava que o fortalecimento dos Estados Unidos seria necessariamente com o controle das rotas marinhas, que não por acaso o país financiou a construção do Canal do Panamá.

Mackinder contesta a teoria do poder marítimo de Mahan, quando proferiu uma conferência que anunciava o fim da era colombiana e a ascensão do poder terrestre. É importante contextualizar que o mundo passava por intensas transformações socioeconômicas, impulsionadas pelo desenvolvimento dos transportes terrestres (ferrovias) e dos meios de comunicação (telégrafo), criando novas formas de mobilidade espacial, sendo assim Mackinder acreditava que diante dessas mudanças, quem controlasse o território da Eurásia, controlaria o que ele chama de “ilha mundial”. Com base neste pensamento, Mackinder buscava estabelecer um sistema defensivo britânico, que pudesse impedir uma aliança entre Rússia e Alemanha, pois, para o autor, quem controlasse a ilha mundial, controlaria o mundo.

A Geopolítica passou a ser mais divulgada com os estudos de Haushofer, geopolítico da Alemanha Nazista, que usou largamente as idéias de Mackinder, adaptadas ao plano alemão. Haushofer entendia a importância da Alemanha relativizar as diferenças ideológicas com o socialismo soviético, a fim de enfatizar a necessidade de estabelecer uma aliança natural que se contrapusesse ao Império Britânico.

Inicialmente as idéias de Haushofer influenciaram Hitler, e ele pode ser considerado o inspirador do pacto de não agressão russo-alemão. Poucos anos depois, Hitler rompe com seu conselheiro geopolítico e invade a União Soviética. Invasão considerada catastrófica para a Alemanha. Ao final da guerra, Haushofer suicida-se ao ser acusado de colaborar com o nazismo.

Para Horta, a geografia política é a consciência geográfica do território, provocando a colocação original de Haushofer que defendia que a geografia política deveria ser a consciência geográfica do estado, prevalecendo uma concepção segundo Horta equivocada de que essa disciplina de geografia dorma um conjunto de conhecimentos vinculados, tão somente, ao poder e a ação dos estados nacionais.

Após as experiências nazistas, a geopolítica ingressa numa fase de crise e passou a ser considerada como “ciência maldita”. Até praticamente meados da década de 70, ela viveu uma espécie de ostracismo teórico, confinada a setores militares. Posteriormente suas teses passaram a ser renovadas com a publicação de Hérodote, condenada por Lacoste, que, no mesmo ano, lançou o livro “A geografia, isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra”, no qual a geopolítica não aparece mais como ciência a serviço do Estado, e, sim, como uma proposta de realizar uma geografia crítica e comprometida com a questão social.

É importante destacar as palavras de Lacoste no que se refere a importância da Geografia política que representa uma das razões do saber do Geógrafo.

(...) estabelecidas em escalas diferentes, permitam agir a superposição dos problemas e das relações de forças em função de territórios de extensão

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