PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E TEORIAS DA APRENDIZAGEM

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

E TEORIAS DA APRENDIZAGEM

Análise das abordagens do processo de ensino-aprendizagem

a partir do livro: Pinóquio às avessas, de Rubem Alves

Professor Manoel Rodrigues

Almerina Rodrigues Ferreira C56962-3 PS2P30

Daniella Soares da Silva C42477-3 PS2P30

Larissa Barbosa Teixeira C412813 PS2P30

Maria da Consolação Teixeira C7065G-3 PS2Q30

Milla Karolini Ventura dos Santos C4892F-2 PS2P30

Ornildo Ambrósio dos Santos Junior C63DAA-8 PS2P30

Suellen Regina Lopes Coelho Pimentel C4740C-6 PS2P30

Introdução

De acordo com Mizukami (1986, pág. 1), “há várias formas de se conceber o fenômeno educativo”. Em decorrência disso, existem diversas abordagens do processo ensino-aprendizagem, dentro do contexto da educação formal. Essas abordagens variam de acordo com a metodologia de cada instituição de ensino. As metodologias, por sua vez, variam segundo outros fatores, entre os quais estão a história da instituição, sua infraestrutura, entre outros.  

As várias abordagens do processo educativo apresentadas por Mizukami em seu livro “Ensino: as abordagens do processo (1986)”, são parte de um conteúdo que surge como resposta ao questionamento que, segundo ela mesma, “permeia as preocupações básicas dos educadores (...)” (prólogo). O questionamento em tema é: “o que fundamenta a ação docente?” A resposta, como dito, considera uma variedade de pressupostos, dentre os quais, estão as várias abordagens que fundamentam o processo ensino-aprendizagem.

Tais abordagens diferem-se significativamente entre si, uma vez que tem origens diferentes, metodologias as mais distintas, fundamentações teóricas, muitas vezes, totalmente opostas, bem como objetivos inconciliáveis. O valor atribuído aos elementos componentes do processo educativo é totalmente diferente em cada abordagem. Uma prioriza o professor, outra o aluno, outra, a interação entre ambos. A mesma divergência ocorre na valoração de outros fatores, como a bagagem dos alunos, anterior ao processo educativo, bem como sua opinião, criatividade, curiosidade, interação, individualidade, etc. O mesmo ocorre também quanto ao aparato necessário ao processo educacional, sendo os mais diversos os instrumentos defendidos por cada abordagem. Enfim, uma infinidade de fatores diferenciam as várias abordagens de ensino, as quais fundamentam a atividade docente na escola formal.

Segundo Mizukami (1986), existem as seguintes abordagens: tradicional, comportamental e humanista. Na abordagem tradicional, segundo ela, “o adulto é considerado como um homem acabado, pronto” e o aluno “um adulto em miniatura”, que precisa ser atualizado. Aqui o ensino é totalmente voltado para o professor, enquanto o aluno apenas segue o que lhe é passado, o que caracteriza essa abordagem como uma teoria tradicionalista diretiva.

Ainda segundo Mizukami, a abordagem comportamentalista se baseia no empirismo, ou seja, “o conhecimento é uma descoberta e é nova para o indivíduo que a faz” (Mizukami, 1986, pág. 19). Essa abordagem baseia-se mais na escolha do indivíduo do que na herança genética da inteligência. Para o behaviorismo (abordagem comportamental), todo comportamento possui uma explicação e existem diferentes comportamentos, tanto o público como o privado e são avaliados individualmente, diferente da visão tradicional, que abrange o público em geral.

A terceira abordagem educacional, a humanista, segundo Mizukami (1986), “considera as tendências ou enfoque encontrados predominantes no sujeito, sem que, todavia, essa ênfase signifique nativismo o apriorismo puros”. Aqui a criança não deve sofrer intervenções no seu desenvolvimento educacional. Ela mesma elabora seu conhecimento, busca informações e o professor – ou equivalente – presta assistência facilitando a aprendizagem do educando.

Abordagem tradicional

        A Abordagem tradicional é fundamentada em uma prática educativa transmitida de geração em geração através de séculos e serviu de base para analise, reflexão e critica, dando origem a várias abordagens empíricas elaboradas cientificamente.

Snyders (1974) resgatou o sentido do “ensino tradicional” como sendo o “ensino verdadeiro’’, que visa conduzir o aluno a conhecer as grandes realizações da humanidade, defendendo a importância de conhecer melhor seus princípios, seu foco, sua visão do homem, do mundo, da escola, da relação aluno-professor”.

Esse tipo de ensino valoriza o que é externo ao aluno: o programa, as disciplinas, o professor, cabendo ao aluno apenas executar prescrições que lhe são fixadas. Utiliza o modelo pedagógico diretivo onde o professor é detentor e transmissor do conhecimento e o aluno receptor passivo.

A escola é um local de ambiente rígido, uniformes, respeito ao professor, tende a ignorar as diferenças individuais.  Os alunos ficam intelectualmente e afetivamente dependentes do professor que se torna único ponto de referência do saber. Existe uma distância entre o professor e o aluno, sem interação entre eles, em uma interação vertical. Os alunos sentam enfileirados e não são motivados à cooperação. A abordagem tradicional é caracterizada pela concepção de educação como produto, visto que ela tem que formar profissionais, não enfatiza no processo.

Percorrendo o livro “Pinóquio às Avessas’’ de Rubem Alves, é possível perceber várias características dessa abordagem através do diálogo de Felipe com seus pais e professores. A escola tradicional não valoriza a bagagem de conhecimento trazida pelo aluno. “Na escola não lhe dão notas por essas coisas que você sabe. Para dar notas, os professores fazem o que se chama provas, com uma serie de perguntas sobre aquilo que eles ensinaram. Os alunos devem responder.” (pág. 23).

 A visão transmitida pelos pais é: “... na escola que as crianças deixam de serem crianças que brincam para ser adultos que podem entrar para o mercado de trabalho. Cuidar de passarinhos não é uma atividade produtiva. Não se faz vestibular para cuidar de passarinhos.” (pág. 24) O objetivo dos estudos é ter um diploma, é ter uma profissão e ganhar dinheiro.