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A Abiogênese x biogênese

Por:   •  23/8/2018  •  Seminário  •  16.146 Palavras (65 Páginas)  •  585 Visualizações

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BIOLOGIA – PROFESSORA ANA PAULA PORTO

1. UNIDADE 1 – ORIGEM DA VIDA

1.1 Abiogênese x biogênese

O questionamento de onde surgiu a vida é um assunto que intriga o homem há muito tempo. Há mais de 2 mil anos, Aristóteles postulava a existência de um “princípio ativo”, ou “princípio vital”, capaz de produzir matéria viva a partir de matéria inanimada. Tal hipótese ficou conhecida por abiogênese (ou geração espontânea), que embora atualmente pareça absurda, na época, dentro do paradigma existente era defendida por cientistas importantes da época, como René Descartes, Isaac Newton, além do já citado Aristóteles.

Com os avanços da Ciência e o surgimento da Biologia surge uma hipótese contrária à geração espontânea, a Biogênese, que diz que um ser vivo só pode surgir de um ser vivo pré-existente.

Resumindo:

  • Abiogênese: defende que seres vivos poderiam surgir a partir da matéria inanimada.
  • Biogênese: defende que um ser vivo só pode surgir a partir de outro ser vivo.

No período em que as duas hipóteses estavam sendo discutidas, vários experimentos foram importantes! Vamos ver alguns deles:

1.2  Experimento de Francesco Redi

Um dos primeiros experimentos científicos sobre a origem dos seres vivos foi realizado pelo médico italiano Francesco Redi, em meados do século XVII. Na época, muitos acreditavam que as larvas que surgem nos cadáveres de pessoas e animais eram resultantes da transformação espontânea da carne em putrefação. Redi não aceitava essa ideia e formulou a hipótese de que tais “vermes” eram estágios imaturos (larvas) do ciclo de vida de moscas. Ele afirmava que as larvas nasciam de ovos colocados por moscas na carne e não por geração espontânea.

Seguindo os procedimentos da ciência moderna, Redi pensou da seguinte maneira: se as larvas surgem a partir de ovos colocados por moscas, então elas não aparecerão se impedirmos que moscas pousem na carne.

Para testar isso Redi realizou o seguinte experimento: colocou pedaços de carne em frascos de boca larga, vedou alguns deles com gaze e os outros deixou aberto. Nos frascos abertos surgiram larvas e nos frascos fechados não surgiram. Redi levantou evidências a favor da biogênese.

E a teoria da geração espontânea perdeu força, porém logo na sequência, ainda no século XVII os micro-organismos foram descobertos e a geração espontânea foi evocada novamente para explicar o surgimento dos micro-organismos. Mas as discussões continuaram.

1.3 Experimento de Louis Joblot

Em 1711, o francês Louis Joblot realizou um experimento no qual distribuiu, em frascos cuidadosamente limpos, caldo nutritivo preparado à base de carne e previamente fervido, de modo a matar todos os micro-organismos eventualmente presentes. Alguns dos frascos foram mantidos abertos, enquanto outros foram tapados com um pergaminho (feito com pele de animal). Após alguns dias, Joblot observou os caldos dos frascos ao microscópio; nos caldos dos frascos destapados, havia grande quantidade de micro-organismos, enquanto nos caldos dos frascos tapados eles eram ausentes.

Com esse experimente, o cientista acreditou ter resolvido o problema da origem dos seres microscópicos. Ele conclui que os micro-organismos surgiam a partir de “sementes” provenientes do ar e não pela transformação espontânea da matéria inanimada constituinte do caldo nutritivo, mas Louis Joblot não conseguiu convencer a todos sobre a biogênese.

1.4 Experimento de Jonh Needham X Experimento de Lazzaro Spallanzani

A hipótese da geração espontânea, no entanto, não estava derrotada. Em 1745, o inglês Jonh Needham distribuiu um caldo nutritivo em diversos frascos, que foram fervidos por 30 minutos e imediatamente fechados com rolhas de cortiça. Depois de alguns dias os caldos estavam repletos de seres microscópicos.

Assumindo que a fervura eliminara todos os seres vivos eventualmente existentes no caldo original e que nenhum ser vivo poderia ter penetrado através das rolhas, Needham argumentou que só havia uma explicação para a presença de micro-organismos nos frascos: eles haviam surgido por geração espontânea.

Dando continuidade à polêmica, Lazzaro Spallanzani refez os experimentos de Needham. Ele preparou frascos com caldos nutritivos previamente fervidos: metade foi fechada com uma rolha de cortiça, como fizera Needham, e os outros tiveram os gargalos derretidos no fogo; além disso, estes últimos frascos foram fervidos por longo tempo. Após alguns dias, micro-organismos haviam surgido nos frascos arrolhados com cortiça, mas não nos frascos cujos gargalos tinham sido hermeticamente fechados no fogo. Spalanzani concluiu que a vedação e/ou o tempo de fervura utilizados por Needham haviam sido ineficientes para impedir a contaminação do caldo.

Em resposta, Needham alegou que, devido à fervura prolongada, o caldo poderia ter perdido sua “força vital”, indispensável ao surgimento de vida.

Spallanzani, então, quebrou os gargalos de alguns frascos que ainda se mantinham livres de micro-organismos, expondo seu conteúdo ao ar. Em pouco tempo eles ficaram repletos de micro-organismos, mostrando que a fervura prolongada não havia destruído a “força vital” do caldo.

Needham contra-argumentou mais uma vez, sugerindo a hipótese de que o princípio ativo, embora deteriorado pelo longo tempo de fervura, se restabelecera com a entrada de ar fresco, permitindo que os micro-organismos surgissem espontaneamente. Dessa vez, Spallanzani não conseguiu elaborar um experimento para descartar esse argumento e a controvérsia não foi resolvida.

1.5 Experimento de Louis Pasteur

No início da década de 1860, a Academia Francesa de Ciências ofereceu um prêmio em dinheiro para quem realizasse um experimento definitivo sobre a origem dos micro-organismos. Estimulado pelo desafio, Louis Pasteur começou a trabalhar no assunto. Em um experimento ele preparou frascos de vidro com caldos nutritivos, amoleceu seus gargalos no fogo, esticando-os e curvando-os em forma de pescoço de cisne. Em seguida, aqueceu os frascos com caldo até que saísse vapor pelas extremidades dos gargalos e deixou que resfriassem. O pescoço de cisne permitia a entrada de ar, mas fazia com que as partículas em suspensão ficassem retidas nas paredes do gargalo curvo, que funcionava como um filtro.

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