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Bioecologia

Por:   •  9/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.001 Palavras (13 Páginas)  •  186 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOECIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA

BIOECOLOGIA AQUÁTICA – 2014.2

Mudanças climáticas e seus impactos nas comunidades oceânicas

Docente: Tatiana

Discentes: Adrielly Marcela/ Jeane Kienen/ Julia Ruiz/ Mateus Silva

Natal/2014

INTRODUÇÃO

     “A vida na terra passou por maus momentos ao longo das eras. E, ainda assim persiste. A persistência da vida é surpreendente. Continuamos encontrando vida onde ninguém imaginava.” (Cosmos, 2013). Mudanças ocorreram e continuam ocorrendo todos os dias, a cada minuto, e talvez segundos no planeta. Elas são as responsáveis pelas mutações, gerando adaptação dos organismos e dando continuidade a evolução dos seres pela seleção natural.

      Demonstrado por Darwin em seu livro a origem das espécies em 1859 e sustentando por muitos autores até os dias atuais: cada organismo tem uma resposta individual a uma pressão seletiva que determina a sua adaptação ou não adaptação e possivelmente sua sobrevivência ou extinção. As repostas de cada organismo dependem da relação entre ele, fatores abióticos do ambiente, a dinâmica populacional e estrutura da comunidade desse organismo. Essa relação irá provocar mudanças comportamentais, fisiológicas e morfológicas durante os ciclos de vida do individuo.  Consequentemente alterações nos indivíduos possivelmente irão provocar mudanças na população e, por conseguinte na comunidade em que está incluindo. As mudanças populacionais estão relacionadas a alterações nos processos de transporte, e as de comunidade relacionadas a interações entre as espécies, intra ou interespecíficas.  

     As mudanças climáticas possuem grande efeito na evolução dos organismos, teorias dizem que foram alterações climáticas que permitiram a especiação do hominídeo há sete milhões de anos atrás desenvolvendo o bipedalismo, aumento da capacidade craniana, inovações culturais e inicio dos eventos de imigração intercontinentais. (Behrensmeyer 2006). Estudos filogenéticos também sugerem que os recifes de corais sobreviveram a extinção no período do Permiano – Triássico, mas essa relação ainda não está bem estabelecida, pois pode ser apenas a falta de fósseis desse período.    

     Respostas ecológicas podem surgir mediante as alterações climáticas, causando mudanças na distribuição das espécies, sua produção, biodiversidade e nos seus processos microevolutivos. Dado que a temperatura afeta processos fisiológicos que vão desde danos à proteína de fluidez da membrana até a função do órgão (Hochachka & Somero 2002). Mas, diferentes espécies respondem diferentemente as mudanças, pois diferentes estágios ontogenéticos possuem diferentes níveis de sensibilidade ao estresse causado, por exemplo: as espécies de baixa latitude vivem mais perto dos seus limites térmicos do que aquelas que vivem em maiores latitudes. (Tomanek & Somero 1999: Stillman 2002). Além de alterações climáticas podem dissociar mudanças no ambiente larval dos sinais utilizados pela população adulta (Edwards & Richardson 2004). A nível de comunidade a temperatura pode alteração a relação presa-predador, por exemplo: a força com que o Pisaster ochraceus (estrela de mar), um predador trapezóide, interage com a sua presa principal (habitat formando de mexilhões) varia com a temperatura da água (Sanford 1999). Os resultados de Sanford mostraram que o aquecimento poderia permita que o predador (Pisaster) eliminar progressivamente um grande número de mexilhões e consequentemente deslocar centenas de espécies envolvidas com o mexilhão. Além de tudo, muitos organismos marinhos já vivem perto do limite das suas tolerâncias térmicas (Somero 2002; Hughes et al. 2003).

     O ciclo do carbono por sua vez é fornecedor de um papel essencial no sistema climático da terra. Como ilustrado há 400.000 anos no qual o aumento de CO2 também aumentava a força radioativa que promoveu o melhoramento da absorção e emissão de força infravermelha. Sendo esse ciclo um dos principais responsáveis pelo mecanismo de efeito estufa no planeta, que em condições normais promove o aquecimento da terra, necessário aos processos biológicos naturais, absorvendo os raios violetas que seriam refletidos.  O oceano é o maior deposito da reserva de carbono no planeta, e a troca desse gás entre ar e água é alterada por processos de acidificação que acontecem devido ao rápido crescimento no nível de dióxido de carbono na atmosfera.  Esse rápido crescimento está associado ao aumento da liberação do gás CO2 por atividades antropogênicas desde a revolução industrial, quando o número de indústrias aumentou, e assim o lançamento de gases efeito estufa na atmosfera também cresceu.  

     O lançamento de gases prejudiciais ao comportamento normal do efeito estufa só aumenta apesar dos esforços nos últimos tempos de diversas pessoas e instituições preocupadas com o futuro do planeta. Dessa forma as mudanças climáticas vêm ocorrendo de uma forma muita rápida e que pode exceder a capacidade de adaptação dos organismos provocando sua morte e em reação de cadeia a morte dos organismos relacionados a ele, como possivelmente sua população, ecossistema e comunidade. Knoll et al. nos fala que “É aumento rápido, sem buffer de CO2 e não seus valores absolutos que provoca mudanças associadas importantes, como a redução do carbonato, pH e saturação do carbonato da água do mar.” Os dados atuais nos mostram que os genótipos e fenótipos dos corais atuais não tem capacidade de adaptar-se a mudanças tão rápidas no ambiente.  

     Existem Trabalhos recentes que sugerem que o impacto negativo dos raios utravioleta sobre uma determinada espécie depende da presença de espécies que interagem. Por exemplo, fitoplâncton marinho foram protegidos contra danos UVB quando co-cultivadas com vírus marinhos (Jacquet & Bratbak 2003). O excesso de entrada dos raios UV pode até sozinho não alterar a estrutura de algumas espécies, no entanto esse aumento está relacionado ao aumento também de fatores como a exploração de habitats, poluição, etc. o que reduz a abundancia das espécies, principalmente marinha, e causa a probabilidade de sua extinção. Por exemplo, o aumento da exposição a poluentes de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) não influenciou significativamente a mortalidade de larvas de caranguejo na ausência de radiação UV, mas a combinação da radiação UV e elevada exposição PAH resultou em alta mortalidade dessas larvas (Peachey 2005).

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