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Biossegurança

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Por:   •  7/9/2013  •  Tese  •  1.334 Palavras (6 Páginas)  •  480 Visualizações

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Introdução

O conceito de biossegurança é bem amplo, Segundo Pedro Teixeira é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados.

Podemos achar facilmente na história que já existia a preocupação com os efeitos provocados pelo contato com atividades que envolvem riscos biológicos, químicos e físicos. Os egípcios acreditavam que as doenças eram propagadas pelo toque, já os hebreus, mais preocupados, incluíam também as roupas e demais objetos dos doentes como responsáveis pela disseminação de doenças. Os persas tomavam medidas higiênicas e a segregação dos pacientes com doenças contagiosas. Na Palestina, os guerreiros que retornavam de um confronto com outros povos permaneciam oito dias isolados e passavam por um ritual de purificação juntamente com suas espadas, tratadas com fogo e água fervente. Além dessas e outras diversas atividades biológicas da antiguidade, o manuseio de substâncias químicas também era motivo de preocupação, já que sabia-se estar relacionado a certos tipos de males. Na sociedade romana as atividades de extração de minérios como chumbo e enxofre eram executadas somente pelos escravos, porque já sabiam que eles ficariam doentes e sem cura. Em outro exemplo, o processo de mumificação dos corpos utilizando produtos químicos era realizado mediante a proteção das mãos e do rosto com objetos que evoluíram para o que hoje denominamos Equipamentos de Proteção Individual, os EPIs.

A biossegurança surgiu, principalmente, com o advento da biologia molecular. As novas técnicas de trabalho desenvolvidas junto aos produtos a serem manipulados exigiram a elaboração de normas e procedimentos que pudessem proporcionar a execução de qualquer atividade com o mínimo de risco. Quando são manipuladas moléculas como os ácidos nucléicos, capazes de alterar o curso "normal" da vida dos seres vivos a partir de combinações entre as mesmas ou entre diferentes espécies, torna-se imprescindível utilizar mecanismos que evitem a ocorrência de combinações indesejadas. Mas, indiferente do que se deseja manipular, sejam ácidos nucléicos, microrganismos, produtos químicos, substâncias radioativas ou outro tipo de material que provoque dano ao ser vivo, a prática de trabalhar com e em segurança deve ser a mesma, tanto no ensino médio, como no superior e em outras atividades potencialmente geradoras de acidentes.

Segundo Marco Fabio Mastroeni, doutor em saúde pública,a importância de se estudar o mapeamento de riscos e de acidentes relacionados a laboratórios de pesquisa tomou corpo a partir da década de 1940. De lá até 1970, dois pesquisadores americanos publicaram uma série de estudos envolvendo cerca de 4 mil casos de infecções adquiridas em laboratórios de todo o mundo e que resultaram em 168 mortes. Os estudos revelaram que o manuseio de agulhas e seringas foi o principal tipo de acidente responsável pelas contaminações, seguido de respingo, aerossol e derramamento de soluções. Atualmente, a manipulação de agulhas e objetos perfurocortantes continua sendo a maior causa de acidentes na área da saúde, mesmo quase quarenta anos após os estudos dos americanos. Somente nos Estados Unidos há uma estimativa de 800 mil casos de acidentes a cada ano envolvendo o manuseio de agulhas e seringas, tendo como conseqüência aproximadamente 16 mil indivíduos contaminados pelo vírus HIV. Danos provocados pelo manuseio de agulhas e seringas respondem por mais de 80% dos acidentes envolvendo sangue. No Brasil, estudos envolvendo acidentes gerados em laboratórios de pesquisa e serviços de saúde ainda são incipientes, mas já existem nobres atitudes relacionadas ao tema. Uma equipe de pesquisadores da área da saúde criou um site sobre "risco biológico" e, através deste, desenvolveu um sistema de vigilância para acidentes envolvendo profissionais de saúde que opera desde 2002. Nesse sistema, profissionais contribuem com relatos dos acidentes gerados em seu local de trabalho/instituição obtendo-se, assim, um retrato dos acidentes no país. Apesar de ser uma estimativa, os dados são preocupantes: no período 2002-2008 foram registrados 2.675 acidentes, cerca de 24% destes ocorridos com estudantes e estagiários. O tipo de exposição prevalente foi a percutânea (80,6%), sendo 55,8% dos casos ocorridos com agulha hipodérmica e em 80,7% tendo o sangue como veículo de transmissão. Como era de se esperar, as mãos foram a área corporal mais atingida, 73,3%.

Diante desse quadro, como identificar os motivos que levaram aos acidentes? Será que a informação sobre biossegurança foi passada? Se foi, os indivíduos realmente compreenderam a gravidade de se expor a um determinado risco sem segurança? O que fazer para conscientizar as atuais e próximas gerações de profissionais de saúde? Uma das respostas a essas perguntas está relacionada a treinamento. Em um estudo desenvolvido com 177 formandos de quatro cursos da área da saúde, na Universidade do Contestado (UnC), investigou-se o conhecimento em biossegurança desses futuros profissionais. A partir de um questionário contendo 15 perguntas

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