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Boclimatologia

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Por:   •  30/9/2014  •  Relatório de pesquisa  •  3.709 Palavras (15 Páginas)  •  296 Visualizações

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BIOCLIMATOLOGIA

Um dos grandes desafios da pecuária moderna está relacionado a exploração do máximo potencial genético do animal, tanto no aspecto produtivo quanto reprodutivo. Durantes muitos anos a busca da máxima eficiência naprodução animal esteve voltada para o atendimento das necessidades de manejo, sanidade, genética e nutrição. Mas atualmente, os avanços obtidos nestas áreas têm sido limitados pelos fatores ambientais, principalmente pelo ambiente ao quais os animais são submetidos.

Fatores ambientais externos e o microclima dentro das instalações exercem efeitos diretos e indiretos sobre a produção animal em todas as fases de produção e acarretam redução na produtividade, com consequentes prejuízos econômicos.

O conhecimento das respostas ou adaptações fisiológicas dos animais relacionados ao ambiente térmico nos permite a tomada de medidas e/ou alteração de manejo, da nutrição, instalações e equipamentos, objetivando a maximização da atividade.

O ambiente pode ser definido como a soma dos impactos dos circundantes biológicos e físicos e constitui-se em um dos responsáveis pelo sucesso ou fracasso da produção animal. Ambiência é a definição de conforto baseada no contexto ambiental, quando se analisa as características de meio ambiente em função da zona de conforto térmico da espécie, associado a características fisiológicas que atuam na regulação da temperatura interna do animal. Também, a ambiência leva em conta o bem-estar dos animais (minimização dos fatores estressantes como densidade animal, conforto e possibilidade de realizar seu comportamento nato, ausência de poluição sonora e ambiental, como ausência de gases tóxicos).

Para melhor compreensão dos efeitos do ambiente sobre os animais de produção serão discutidos os processos utilizados pelos animais para manter a temperatura corporal relativamente constante e como manipular o ambiente de criação visando minimizar o estresse provocado pelo ambiente.

HOMEOTERMIA E REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL

Os principais animais de produção de carne, leite, lã, pele e ovos são homeotérmicos. Os animais homeotérmicos mantêm a temperatura corporal dentro de certos limites relativamente estreitos, mesmo que a temperatura ambiente flutue e que sua atividade varie intensamente.

Para os animais homeotérmicos manterem a temperatura corporal relativamente constante, eles necessitam, através de variações fisiológicas, comportamentais e metabólicas, produzir calor (para aumentar a temperatura corporal quando a temperatura diminui) ou perder calor para o meio (diminuir a temperatura corporal no estresse calórico).

Os animais homeotérmicos possuem uma zona de termo neutralidade, ou seja, uma faixa de temperatura ambiente em que o animal não precisa produzir ou perder temperatura corporal e seu metabolismo é mínimo. Essa zona de temperatura é onde os animais estão em conforto.

A zona de conforto térmico é dependente de diversos fatores, sendo alguns ligados ao animal, como peso, idade, estado fisiológico, tamanho do grupo, nível de alimentação e genética e outros ligados ao ambiente como a temperatura, velocidade do vento, umidade relativa do ar, tipo de piso.

Também, existe uma zona de temperatura ambiental em que o animal consegue manter a sua homeotermia (entre TI e TS), ou seja, manter a sua temperatura interna relativamente estável, independente da temperatura ambiental. Entretanto, o animal necessitará de ajustes fisiológicos para manter a temperatura corporal constante.

Quando a temperatura ambiente encontra-se abaixo da temperatura de conforto, o animal precisa produzir calor corporal (termogênese). Já, quando a temperatura ambiente encontra-se acima da zona de conforto térmico (termólise), o animal precisa perder calor para o ambiente. Ambos os casos irão utilizar a energia de mantença para gerar ou dissipar calor, diminuindo a energia que seria utilizada para a produção e/ou reprodução.

Abaixo da TI, o animal não consegue aporte de energia térmica suficiente para compensar as perdas, e acima de T5, o organismo é incapaz de impedir a elevação de sua temperatura interna, ocorrendo hipotermia ou hipertermia respectivamente.

Dentro de uma instalação, a primeira condição de conforto térmico é que o balanço térmico seja nulo, ou seja, o calor produzido pelo organismo animal somado ao calor perdido pelos animais através da radiação, da convecção, da condução, da evaporação e do calor contido nas substâncias eliminadas.

As trocas de energia térmicas do animal para o meio se dão na forma de calor sensível: condução, convecção, radiação e por troca de calor latente evaporação cutânea e respiratória. A troca de calor entre o animal e o meio ambiente através do fluxo de calor sensível depende da existência de gradiente de temperatura entre o animal e o meio, da velocidade do vento e da umidade relativa do ar. Já a perda de calor latente (evaporação) depende da porcentagem de umidade relativa do ar.

- Radiação: é a transferência de energia térmica de um corpo a outro através de ondas eletromagnéticas.

- Condução: é o mecanismo de transferência de energia térmica entre corpos, entre partes de um mesmo corpo, por meio de energia cinética da movimentação de elétrons livres. É necessário o contato direto entre as moléculas dos corpos ou superfície nela envolvida. Esse fluxo passa das moléculas de alta energia para aquelas de baixa energia, ou seja, de uma zona de alta temperatura para outra de baixa temperatura. O animal ganha ou perde calor por condução através de contato direto com substâncias frias ou quentes, incluindo o ar, a água e materiais sólidos.

- Convecção: é a perda de calor através de uma corrente de fluído (líquido ou gasoso) que absorve energia térmica em um dado local e que então se desloca para outro local, onde se mistura com porções mais frias do fluído e para elas transfere a energia. A ventilação favorece as perdas de calor entre o suíno e o ambiente.

- Evaporação: é a troca de calor através da mudança do estado da água de líquido para gasoso, sendo este processo carreador de calor para fora do corpo animal. Nos suínos, a perda de calor por evaporação em ambientes quentes ocorre principalmente através do trato respiratório, liberando 0,58 calorias/g de água evaporada. A perda de água por evaporação depende da pressão de vapor d’água. À medida que aumenta a umidade relativa do ar, a perda de calor por evaporação diminui.

Os mecanismos de dissipação de calor são influenciados não só pelos fatores climáticos e do meio circunvizinho, mas também

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