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Ciclo Do Sangue

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Por:   •  23/10/2014  •  1.380 Palavras (6 Páginas)  •  1.144 Visualizações

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1. O CICLO DO SANGUE

O ciclo do sangue se inicia com o candidato a doação chegando ao serviço de hemoterapia. Entretanto, é importante lembrar a existência de uma fase anterior a esta conhecida como Captação de Doadores de Sangue. Essa fase visa sensibilizar pessoas em bom estado de saúde para que sejam potenciais doadores de sangue. Pode ser desenvolvida de diversas maneiras tais como nas campanhas realizadas em escolas, nos ambientes de trabalho, na mídia etc. No nosso meio, ainda e muito comum a captação de doadores de sangue realizada pelos próprios serviços de hemoterapia ou por hospitais, junto aos familiares de pacientes internados. Os profissionais de saúde envolvidos em todo o ciclo do sangue devem estar treinados e capacitados.

Podem doar sangue às pessoas saudáveis, com peso acima de 50 kg, que tenham idade entre 18 e 65 anos e que não tenham antecedentes e/ou maior vulnerabilidade para a transmissão de doenças veiculadas pelo sangue. O candidato, a fim de possibilitar uma maior garantia de sua identificação, deve se apresentar ao serviço de hemoterapia e se identificar por meio de um documento que contenha sua foto.

Os candidatos à doação devem passar por uma “seleção” antes de doarem sangue. Essa seleção, de responsabilidade do serviço de hemoterapia que realiza a coleta do sangue, é chamada de triagem clínica e deve ser realizada por profissional de saúde habilitado, sob supervisão médica, no mesmo dia da doação/coleta. É realizada com o intuito de selecionar, dentre os candidatos apresentados, somente aqueles que preencherem os critérios desejáveis para um doador de sangue.

Desse modo, como a triagem clínica visa proteger a saúde do doador e a saúde do receptor, devem ser verificados, dentre outros, os seguintes dados:

• Peso;

• Pressão arterial (PA);

• Temperatura;

• Dosagem de Hemoglobina (Hb) ou do Hematócrito (Ht).

Além disso, o candidato passará por uma avaliação realizada por meio de entrevista, em local com privacidade, na qual se utiliza um roteiro padronizado que contem questões referentes à história de doença prévia ou atual, cirurgias, maior vulnerabilidade para doenças sexualmente transmissíveis etc. O candidato que for considerado apto nessa fase será encaminhado para a fase seguinte: coleta do sangue e amostras e, o candidato considerado inapto temporária ou definitivamente, não terá o seu sangue coletado e será dispensado.

1.2. Coleta do sangue

O processo de coleta do sangue pode se dar de duas formas, sendo a mais comum à coleta do sangue total. A outra forma, mais específica e de maior complexidade, realiza-se por meio de aférese. O sangue total deve ser coletado em uma bolsa descartável, estéril e múltipla (a tripla é a mais comumente utilizada em nosso meio), para permitir o posterior processamento, isto é, a separação do sangue total coletado em vários hemocomponentes.

No momento da doação o doador deve estar confortavelmente instalado. A punção venosa para coleta do sangue deve ser precedida de uma antissepsia adequada e o volume coletado deve ser aquele definido na triagem clínica (em média 450 ml). Durante a coleta a bolsa deverá ser constantemente movimentada a fim de permitir que o sangue coletado seja homogeneizado com o anticoagulante nela contido.

Também serão coletadas nesse momento, em tubos adequados, as amostras de sangue que se destinarão aos testes imuno-hematológicos (tipagem sanguínea e pesquisa de anticorpos irregulares) e sorológicos. Há necessidade de especial atenção para que as identificações da bolsa e dos tubos com as amostras de sangue sejam feitas concomitantemente para evitar erros, tais como a troca de amostras.

Concluída a coleta, a bolsa de sangue será encaminhada para o processamento e as amostras de sangue serão destinadas ao laboratório para a realização dos testes imuno-hematológicos e sorológicos obrigatórios, sem os quais nenhuma bolsa poderá ser liberada para o consumo.

Ainda na fase de coleta, há que se garantir também o pronto atendimento ao doador que apresentar alguma reação adversa. Assim, é obrigatório que exista pessoal treinado para dar esse atendimento, num local de recuperação do doador com disponibilidade de material e medicamento para essa finalidade. Após a doação, o serviço de hemoterapia deve oferecer para todos os doadores uma hidratação oral acompanhada de algum alimento (lanche). Terminada essa fase o doador pode ser dispensado estando, portanto, concluído o ciclo do doador.

1.3. Processamento e Armazenamento

As bolsas de sangue total coletadas devem ser processadas para a obtenção dos hemocomponentes. Esse processamento, que é feito por meio de centrifugação, em centrífugas refrigeradas, separa os hemocomponentes possibilitando que o paciente (receptor de uma transfusão de sangue) receba num menor volume somente o hemocomponente do qual necessita.

Nesta fase, ou quando a coleta for realizada por aférese, podemos obter os seguintes hemocomponentes: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, concentrado de granulócitos, plasma e o crioprecipitado. Cada um desses hemocomponentes, devidamente identificado, será armazenado e permanecerá em quarentena até a conclusão dos testes laboratoriais (tipagem sanguínea e sorologia).

A temperatura de conservação e o prazo de validade variam de acordo com o tipo de hemocomponente. O sangue total e o concentrado de hemácias devem ser armazenados em geladeira própria, na temperatura de 2 a 6°C. O período de validade oscila entre 21 a 42 dias, variando de acordo com o tipo de anticoagulante contido na bolsa. O anticoagulante mais frequentemente utilizado e o CPDA-1 (Citrato, Fosfato, Dextrose e Adenina), que proporciona um período de validade de 35 dias a partir da data da coleta do sangue.

Para minimizar a possibilidade de uso de hemocomponentes ainda não liberados para o consumo, os hemocomponentes em quarentena (sem resultados dos testes imuno-hematológicos e sorológicos) deverão estar obrigatoriamente separados daqueles já liberados para uso (hemocomponentes e exames sem restrições de uso). A liberação para consumo dos mesmos devera ser feita de forma segura, sendo imediatamente descartados aqueles hemocomponentes considerados

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