TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Coberturas De Curativos

Ensaios: Coberturas De Curativos. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/9/2014  •  2.363 Palavras (10 Páginas)  •  1.028 Visualizações

Página 1 de 10

3. Tipos de Cobertura

Há, no mercado mundial, diversas opções de materiais que podem ser utilizados nas diferentes etapas de tratamento das feridas, a saber: na higienização, no desbridamento, para diminuição da população bacteriana, para controle do exsudado e como estímulo à granulação.

Fan et al. classificam os curativos em passivos, curativos com princípios ativos, curativos inteligentes e curativos biológicos. A utilização de curativos passivos é descrita na literatura médica desde 1962 por Winter que demonstrou, em trabalhos experimentais, que a reepitelização ocorria mais rapidamente em feridas ocluídas que naquelas expostas ao ar. Hinman e Miabach posteriormente demonstraram resultados semelhantes em humanos.

Já os curativos com princípios ativos possuem ação tópica local fiel às composições químicas que carreiam em suas fórmulas. Ganham destaque frequentemente no desbridamento e no controle da população bacteriana durante o preparo do leito de uma ferida.

Quando um curativo consegue alterar o microambiente de um leito cruento crônico induzindo estímulos a sinalizadores endógenos responsáveis por orquestrar o reparo resolutivo de uma ferida são denominados de curativos inteligentes.

Tecidos alógenos ou heterógenos para uso clínico, que substituem temporariamente a pele humana em lesões como queimaduras, feridas traumáticas, úlceras crônicas, ou ferimentos em diabéticos são chamados de curativos biológicos. Esses substitutos dérmicos são descelularizados tornando-se imunologicamente inertes.

3.1 Curativos Passivos

1. Hidrocoloide

Cobertura estéril, composta por espuma externa ou filme de poliuretano (permeável ao vapor) unida a um material interno, sendo mais comumente a carboximetilcelulose, gelatina e pectina.

Em contato com a ferida, o hidrocolóide interage com o exsudato para formar um gel. Esse gel cria um meio úmido na superfície da ferida, que estimula a síntese do colágeno e acelera o crescimento e a migração das células epiteliais. O gel evita a aderência à ferida e proporciona alívio da dor, por manter úmida as terminações nervosas. A camada impermeável à água e gases promove isolamento térmico e meio hipóxico, que estimula a angiogênese. A inibição do crescimento bacteriano é potencializada pelo microambiente ácido promovido pela oclusão com este polímero.

O meio úmido desencadeia a ação das enzimas que liquefaz o tecido necrótico, atuando na limpeza e desbridamento autolítico. Deve ser indicado para quaisquer feridas com volume pequeno ou moderado de exsudação. Não se recomenda a utilização dos hidrocolóides tradicionais em ferida clinicamente infectada. No entanto foi introduzido no mercado nacional, uma modalidade de hidrocolóide associado com prata para ser utilizado em feridas altamente colonizadas e infectadas, o qual deve ser utilizado com indicação precisa.

Os hidrocolóides têm diferentes apresentações, em placa (com diferentes espessuras e tamanhos), pasta ou pó, que facilitam o uso, tanto na aplicação como na remoção sem trauma, bem como uma infinidade de indicações. Ao aplicar a cobertura, deve ser assegurada margem de aproximadamente 2 cm, para aderir à pele íntegra. As trocas são simples e relativamente indolores. A cobertura pode permanecer por até sete dias, dependendo da avaliação diária, e deve ser trocado quando houver extravasamento do gel ou descolamento das bordas. O gel criado pelo curativo é, em geral, “purulento” na aparência, com odor acentuado e não deve ser confundido com infecção.

2. Hidrogel

É um gel transparente, formado por redes tridimensionais de polímeros e copolímeros hidrofílicos compostos de água (78 a 96%), uretanos, polivinil pirrolidona (PVP) e polietileno glicol. Está disponível em forma de placa e gel e requer a utilização de cobertura secundária.

Reduzem significativamente a dor, dando uma sensação refrescante, devido a sua elevada umidade que evita a desidratação das terminações nervosas. Esse ambiente ajuda na autólise, ou seja amolece e hidrata tecidos desvitalizados, facilitando sua remoção. Em feridas livres de tecidos desvitalizados, propicia o meio ideal para a reparação tecidual.

São indicadas em feridas com perda tecidual parcial ou profunda, feridas com tecido necrótico, áreas doadoras de pele, queimaduras de primeiro e segundo grau, dermoabrasões e úlceras.

Devido a reduzida capacidade de absorção, é contra indicada em feridas exsudativas. No entanto existem alguns produtos que associam o hidrogel ao alginato de cálcio, ampliando seu uso para feridas com moderado exsudato. As trocas devem ser realizadas entre 1 a 3 dias.

3. Alginato de Cálcio

Os alginatos são polissacarídeos derivados do ácido algínico, que por sua vez é obtido principalmente, de algas marinhas da espécie Laminaria. É utilizado há algumas décadas devido a suas propriedades hemostáticas. O sódio do exsudato e o cálcio do Os alginatos são polissacarídeos derivados do ácido algínico, que por sua vez é alginato sofrem troca iônica formando um gel solúvel de alginato de sódio. Esse gel não é aderente à ferida. A geração de íon livre de cálcio amplifica a cascata de coagulação conferindo propriedade hemostática.

É indicado para feridas exsudativas, uma vez que o exsudato é necessário para transformar o alginato em gel. Também são utilizados para o tratamento de feridas de espessura total, como deiscência de ferida cirúrgica, úlceras, etc.

É de fácil aplicação, tem duas apresentações, em placa ou fita. Pode ser repartido para se moldar ao tamanho da ferida, porém deve ser bem avaliado quanto sua indicação por ter custo elevado. É classificado como cobertura primária, sendo necessária uma cobertura secundária. O alginato precisa ser trocado apenas quando estiver bem saturado.

3.2 Curativos Com Principio Ativo

1. Papaína

A papaína vem sendo utilizada há algum tempo em estudos clínicos, com resultados favoráveis. Enzima proteolítica, de origem vegetal extraída da Carica papaya, é, após o seu preparo, um pó de cor leitosa, com odor forte e característico. Sua molécula é constituída de 17 aminoácidos diferentes com massa molecular relativa de 20900. É solúvel em água e glicerol, mas praticamente insolúvel no álcool, éter e clorofórmio; é inativada ao reagir com reagentes oxidantes como o ferro, oxigênio, derivados do iodo, água oxigenada e nitrato de prata. Por ser uma enzima de fácil

...

Baixar como (para membros premium)  txt (17 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com