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Gilberto Velho

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Por:   •  26/6/2013  •  Resenha  •  595 Palavras (3 Páginas)  •  594 Visualizações

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Analisando todos os pontos explicitados por Gilberto Velho, dá para depreender que há pontos positivos e negativos tanto no estudo de sociedades distantes quanto nos estudos de sociedades da qual fazemos parte.

Segundo Velho, se faz necessário, ou no mínimo desejável, manter uma certa distância para garantir uma investigação imparcial da realidade. Dentre outros pontos, ele ressalta a importância do tempo de convivência para poder identificar aspectos menos explícitos da cultura. Segundo ele, o familiar nem sempre é conhecido, mesmo nas grandes metrópoles, há casos que provocam um estranhamento igual, se não maior, do que o estranhamento causado no contato com sociedades exóticas. Estranhamento esse, provocado pelas descontinuidades existentes. Viver em sociedades complexas, hierarquizadas, que organizam e mapeiam as camadas sociais e seus sujeitos com estereótipos, faz o próprio pesquisador considerar sua posição nessa hierarquia pré estabelecida e de senso comum no momento da sua pesquisa.

Mas as dificuldades não se limitam aos estudos urbanos. Olhando pelo lado do pesquisador que deixa o conforto de seu ambiente familiar e se aventura em viagens distantes a fim de obter seu material etnográfico, os empecilhos são grandes também. Uma dessas dificuldades é a de comunicação.

Mas o intuito de Gilberto Velho não é enaltecer as dificuldades do trabalho de campo exótico, tribal, distante. Ele deseja descrever algumas de suas experiências na Antropologia Urbana para facilitar o aprendizado do leitor. Segundo ele, quando se estuda sociedades da qual fazemos parte, a unidade não seria dada pela língua, mas por experiências de classe existentes nessa sociedade – as cultura de classe. Nas sociedades modernas, ao contrário do que acontece nas sociedades tradicionais, o conflito é constante, pois os indivíduos têm interesses distintos e um desejo insaciável de satisfazê-los.

Para Velho, estar familiarizado não significa que conhecemos todos os pontos de vista dos envolvidos, não significa que conhecemos todas as regras da interação praticadas naquele local aparentemente conhecido. O conhecimento do pesquisador pode estar comprometido exatamente pelo conhecimento superficial daquela rotina, de alguns hábitos e estereótipos criados anteriormente aos seus estudos.

Daí a preocupação de relativizar na hora de fazer uma análise e mesmo que algo lhe pareça distante e exótico, o pesquisador deve se livrar do ato quase que instintivo de classificar e julgar de acordo com os seus conceitos prefixados, ou seja, influenciado pela forma que ele foi socializado.

Mas o próprio fato de reconhecer essa dificuldade, de ter ciência dessa limitação, já confirma que o pesquisador está, em princípio, disposto em relativizar e assim poderá obter o conhecimento completo, sem medo de analisar o familiar e obter o desejável resultado imparcial.

Mas Gilberto Velho ressalta que o esforço de entender e registrar o discurso do universo e seu sistema de classificação nem sempre é bem sucedido, principalmente por fazermos julgamentos apressados. Porém, com um tempo maior de observação essas interpretações passam a ser mais coerentes com a realidade das relações existentes naquele local, mas mesmo assim, estarão carregadas da subjetividade do observador.

Além dessa dificuldade de

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