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Hipersenssibilidade

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Por:   •  4/6/2014  •  Tese  •  1.549 Palavras (7 Páginas)  •  619 Visualizações

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HIPERSENSIBILIDADE TIPO I

Hipersensibilidade tipo I é também conhecida como imediata ou hipersensibilidade anafilática. A reação pode envolver pele (urticária e eczema), olhos (conjuntivite), nasofaringe (rinorréia, rinite), tecidos broncopulmonares (asma) e trato gastrointestinal (gastroenterite). A reação pode causar uma variedade de sintomas desde inconveniências mínimas até a morte. A reação normalmente leva 15 - 30 minutos para o período de exposição ao antígeno, embora às vezes possa ter início mais demorado (10 - 12 horas).

Hipersensibilidade imediata é mediada por IgE. O componente primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócido ou basófilo. A reação é amplificada e/ou modificada pelos plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Uma biópsia do local da reação demonstra principalmente mastócitos e eosinófilos.

O mecanismo da reação envolve produção preferencial de IgE, em resposta a certos antígenos (alergenos). IgE tem muito elevada afinidade por seu receptor em mastócitos e basófilos. Uma exposição subsequente ao mesmo alergeno faz reação cruzada com IgE ligado a células e dispara a liberação de várias substâncias farmacologicamente ativas (figura 1). Ligação cruzada do receptor Fc de IgE é importante para a estimulação de mastócitos. A degranulação de mastócitos é precedida pelo aumento do influxo de Ca++, que é um processo crucial; ionóforos que aumentam Ca++ citoplasmático também promovem degranulação, enquanto agentes que depletam Ca++ citoplasmático suprimem degranulação.

Os agentes liberados dos mastócitos e seus efeitos estão listados na Tabela 1. Mastócitos podem ser iniciados por outros estímulos tais como exercício, stress emocional, agentes químicos (ex. meio de revelação fotográfica, ionóforos de cálcio, codeína, etc.), anafilotoxinass (ex. C4a, C3a, C5a, etc.). Essas reações, mediadas por agentes sem interação IgE-alergeno, não são reações de hipersensibilidade embora elas produzam os mesmos sintomas.

Tabela 1. Mediadores Farmacológicos da Hipersensibilidade Imediata

MEDIADOR

Mediadores preformados em grânulos

histamina broncoconstrição, secreção de muco, vasodilatação, permeabilidade vascular

triptase proteólise

Cininogenase Cininas e vasodilatação, permeabilidade vascular, edema

ECF-A

(tetrapeptídios) atrai eosinófilos e neutrófilos

Mediadores recém formados

leukotrieno B4 atraente de basófilos

leukotrieno C4, D4 mesmo que histamina mas 1000x mais potente

prostaglandinas D2 edema e dor

PAF agregação plaquetária e liberação de heparina: microtrombos

A reação é amplificada por PAF (fator ativador de plaquetas) que causa agregação plaquetária e liberação de histamina, heparina e aminas vasoativas. Fator quimiotáctico eosinofílico de anafilaxia (ECF-A) e fatores quimiotácticos de neutrófilos atraem eosinófilos e neutrófilos, respectivamente, que liberam várias enzimas hidrolíticas que provocam necrose. Eosinófilos podem também controlar a reação local pela liberação de arilsulfatase, histaminase, fosfolipase-D e prostaglandina-E, embora este papel dos eosinófilos seja questionado.

Nucleotídios cíclicos parecem ter papel significante na modulação da reação de hipersensibilidade imediata, embora sua função exata ainda não seja compreendida. Substâncias que alteram os níveis de AMPc e GMPc alteram significantemente os sintomas alérgicos. Assim, substâncias que aumentam AMPc intracelular parecem aliviar os sintomas alérgicos, particularmente os bronco-pulmonares, e são usados terapeuticamente (Tabela 2). Contrariamente, agentes que diminuem AMPc ou estimulam GMPc agravam essas condições alérgicas.

Tabela 2 - Relação entre sintomas alérgicos e nucleotídios cíclicos

Diminuição de AMP-cíclico Elevação de AMP-cíclico

estimulação de receptor α-adrenérgico

(norepinefrina, fenil-epinefrina)

ou

bloqueio de receptor β-adrenérgico

(propanolol) estimulation de receptor β-adrenérgico

(epinefrina, isoproterenol)

bloqueio de receptor α-adrenérgico

(fenoxibenzamina)

inibição de fosfodiesterase

(teofilina)

ligação de histamina-2 ou PGE a seus receptores

elevação de GMP-cíclico

estimulation de receptor γ-colinérgico

(acetilcolina, carbacol)

AGRAVAMENTO DOS SINTOMAS MELHORA DOS SINTOMAS

Testes diagnósticos para hipersensibilidade imediata includem testes de pele (perfuração e intradérmico) (fig. 1A), medida de anticorpos IgE totais e anticorpos IgE específicos contra os suspeitos alergenos. Anticorpos IgE totais e anticorpos IgE específicos são medidos por uma modificação do ensaio imunoenzimático (ELISA). Níveis aumentados de IgE são indicativos de uma condição atópica, embora IgE deva estar aumentado em algumas doenças não atópicas (ex., mielomas, infecções helmínticas, etc.).

Ao que parece há uma predisponsição genética a doenças atópicas e há evidências de associação a HLA (A2).

Tratamento sintomático é conseguido com anti-histamínicos que bloqueiam receptores de histamina. Cromolina sódica inibe a degranulação de mastócitos, provavelmente pela inibição do influxo de Ca++. O início tardio de sintomas alérgicos, particularmente bronco constrição que é mediada por leucotrienos, são tratados com bloqueadores de receptores de leucotrieno (Singulair, Accolate) ou inibidores de cicloxigenase (Zileuton). Alívio sintomático, embora de curta duração, da broncoconstrição é oferecido por broncodilatadores (inaladores) tais como derivados de

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