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Jongo

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Por:   •  18/12/2013  •  Resenha  •  395 Palavras (2 Páginas)  •  309 Visualizações

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Antigamente, só os mais velhos podiam entrar na roda de jongo, os jovens ficavam de fora observando, já que, os antigos eram muito rígidos com os mais novos. E, exigiam muita dedicação e respeito para ensinar os segredos ou "mirongas" do jongo e os fundamentos dos seus pontos. Estes jongueiros, nome referente aos praticantes dessa expressão cultural, utilizavam o jongo como forma de louvação aos antepassados, consolidação de tradições e afirmação de identidade.

Uma das características mais importantes da linguagem do jongo é a utilização de símbolos que, além de manter o sentido cifrado, acredita-se que possui função mágica, provocando, supostamente, fenômenos paranormais. Os pontos podem ser cantados com funções diferentes, como para animar a dança, saudar pessoas ou entidades espirituais, transmitindo outro desafio a outro jongueiro por meio de um enigma a ser decifrado ou para encerrar o jongo com pontos de despedida. Os pontos do jongo têm como característica central o uso de uma linguagem poética de maneira metafórica, que com frequência serve para transmitir mensagens ou enigmas, que, no linguajar dos jongueiros, devem ser “desatados” pelos participantes. Outro dado importante são os tambores feitos a partir de troncos de madeira e couro de animal criado pelos escravos nas lavouras de café. Estes são elementos centrais do jongo e sempre são reverenciados pelos jongueiros, fazendo a ligação destes com as entidades do mundo espiritual e expressando a ligação do jongo com outras manifestações afro-brasileiras, como, por exemplo, o candomblé e a umbanda. Estes tambores denominam-se, Tambú e Candongueiro. O Tambú possui um som mais grave e por isso, mais presente durante o jogo de Jongo. Já o Candongueiro possui um som mais agudo, com menos presença, pois era o tambor com a finalidade de aviso aos negros da lavoura a hora de fuga por exemplo. Os tambores são tão importantes que chegam a ter mais de cem anos de batuque e são passados de geração a geração. Os jongueiros eram verdadeiros poetas-feiticeiros, que se desafiavam nas rodas de jongo para disputar sabedoria. Com o poder das palavras e uma forte concentração, buscavam encantar o outro por meio da poesia do ponto de jongo. Quem recebesse um ponto enigmático tinha que decifrá-lo na hora e respondê-lo ("desatar o ponto"). Caso contrário, ficava enfeitiçado, "amarrado", chegando a desmaiar, perder a voz, perder-se na mata, ou até mesmo morrer instantaneamente. Atualmente esses fatos não acontecem mais.

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