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Proetinas

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Por:   •  2/11/2014  •  Artigo  •  3.159 Palavras (13 Páginas)  •  266 Visualizações

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As proteinas sao muito importante p corpo

EM MUITOS PAÍSES DO MUNDO a prevalência do dia- betes mellitus tipo 2 (DM) tem se elevado verti- ginosamente e espera-se um incremento ainda maior. Nos países em desenvolvimento há uma tendência de aumento na freqüência em todas as faixas etárias, espe- cialmente nas mais jovens, cujo impacto negativo sobre a qualidade de vida e a carga da doença aos sis- temas de saúde é imensurável (1).

De acordo com relatório recente da Organiza- ção Mundial da Saúde (OMS) sobre dieta, nutrição e prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT), o consumo alimentar habitual constitui um dos principais fatores determinantes passíveis de mo- dificação para DCNT (2). Embora as evidências epi- demiológicas demonstrem um potencial efeito prote- tor do elevado consumo de fibras e teores reduzidos de índice glicêmico da dieta habitual para o diabetes (2), a influência da qualidade dos carboidratos na eti- ologia dos distúrbios do metabolismo da glicose ainda é pouco compreendida (3). Conforme a Associação Americana de Diabetes (ADA), as evidências de uma relação causal do índice glicêmico e carga glicêmica da dieta em relação à prevenção do diabetes são inconsis- tentes, sendo necessário maior número de investi- gações científicas, em especial ensaios clínicos aleato- rizados (4).

A presente revisão da literatura discute as evi- dências epidemiológicas da associação entre a qua- lidade dos carboidratos da dieta, diabetes e doenças associadas.

Para a seleção dos artigos adotou-se as bases de dados do Medlars Online (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) com as palavras-chave em inglês no resumo: “diet”, “food consumption”, “carbohydrates”, “fiber”, “glycemic index”, “glycemic load”, “fructose”, “sucrose”, “lactose”, “grains”, “cereals” associadas aos termos “prevention” e “dia- betes”. Foram incluídos os estudos epidemiológicos (retrospectivos ou prospectivos) sobre a quantidade e/ou qualidade dos carboidratos e risco de diabetes tipo 2 conduzido em adultos publicados no período entre janeiro de 2004 a maio de 2005. Dada a escassez de estudos epidemiológicos abordando esta temática, estudos transversais que investigaram a associação do consumo com a ocorrência da doença também foram considerados no presente artigo de revisão.

Resposta glicêmica pós-prandial: o papel da qualidade dos carboidratos da dieta

O conceito do índice glicêmico foi proposto desde 1981 por Jenkins e cols. com o intuito de se caracteri-

zar o perfil de absorção dos carboidratos e reposta metabólica após as refeições (5). Consiste em uma escala de resposta glicêmica a uma quantidade fixa de carboidrato (50 g) quando comparado à resposta glicêmica de um alimento padrão, geralmente glicose ou pães. O conceito do índice glicêmico pode ser con- siderado uma extensão da hipótese da fibra dietética, sugerindo que a absorção lenta dos nutrientes de al- guns alimentos seria benéfica à saúde. O índice glicê- mico da dieta habitual é um indicador da qualidade do carboidrato da dieta consumida (6).

A carga glicêmica do alimento é o produto do índice glicêmico pela quantidade de carboidratos. A carga glicêmica da dieta seria o resultado do efeito glicêmico da dieta como um todo, sendo uma medida de avaliação da quantidade e qualidade de carboi- dratos, considerando o efeito na glicemia do consumo de uma porção usual de um alimento (7).

A velocidade de absorção dos carboidratos é diretamente influenciada por outros componentes da dieta, como o teor de lipídeos, proteínas e fibras. O teor de lipídeos dos alimentos retarda o esvaziamento gástrico e a velocidade de liberação dos nutrientes para a corrente sangüínea, reduzindo o pico hiperglicêmico pós-prandial imediato (8). Por outro lado, uma dieta rica em proteínas possui ação direta na hipersecreção de insulina, atenuando a elevação da glicemia após as refeições. Entretanto, sugere-se que este efeito seja dependente da fonte protéica consumida. Em animais, uma maior secreção de insulina foi observada após consumo de proteínas provenientes de laticínios como queijos magros, que são rapidamente digeridos. Por outro lado, este resultado não foi observado quando a fonte protéica avaliada foi albumina de ovos crus, que possui digestibilidade mais lenta (9).

Além da composição química, o tamanho das partículas e o processamento dos alimentos poderão influenciar a velocidade de digestão e absorção dos carboidratos. O menor tamanho das partículas deter- minado tanto pelo processamento/preparo do alimen- to como pelo maior tempo de mastigação facilita a digestão e absorção dos carboidratos, interferindo na exposição das moléculas à ação da amilase salivar responsável pela quebra parcial da parede celular do alimento. Além disso, a forma de cocção também poderá interferir na disposição das moléculas e veloci- dade de absorção. O amido em presença de água, mediante aquecimento, sofre o processo de gelatiniza- ção, facilitando a ação da amilase. Por outro lado, durante o resfriamento do alimento ocorre a retro- gradação, que consiste na recristalização das molécu- las, impedindo a ação da amilase (3). Um estudo

416 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 no 3 Junho 2006

Carboidratos da Dieta e Risco para DM2

Sartorelli & Cardoso

experimental conduzido no Brasil demonstrou que a integridade da parede celular dos feijões interfere no aproveitamento do amido, podendo atuar como uma barreira física à gelatinização dos grânulos e à ação das enzimas hidrolíticas. Assim, um maior tempo de cocção das leguminosas poderá facilitar a hidrólise e velocidade de absorção dos carboidratos, aumentando seu índice glicêmico (10). Além do feijão, o rompi- mento da estrutura da casca de outros alimentos, como a pipoca e a aveia, vem sendo apontado como um fator modificador de seu índice glicêmico, su- gerindo a necessidade de se considerar a integridade dos grãos habitualmente consumidos nos estudos epi- demiológicos (3).

O efeito das fibras solúveis na redução da velocidade de absorção da glicose vem sendo atribuído tanto ao retardo do esvaziamento gástrico como em decorrência da adsorção e interação com os nutrientes, conferindo uma menor superfície de contato direto com a parede do intestino delgado. A maior resistên- cia à difusão através da mucosa ocorre em virtude da viscosidade conferida ao bolo alimentar de uma dieta rica

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