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Ecotoxicidade

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Por:   •  22/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.237 Palavras (5 Páginas)  •  258 Visualizações

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Ecotoxicidade é um termo atualmente muito em voga, dada a necessidade de se conhecer os efeitos que produtos químicos lançados no meio ambiente podem ter sobre indivíduos, sobre populações e comunidades de organismos, além de se conhecer como o homem pode ser afetado. Nos últimos anos, em especial no pós-Revolução Industrial, uma imensa gama de substâncias químicas foram produzidas de forma intencional ou como sub-produto de atividades produtivas. Algumas dessas substâncias são essencialmente artificiais, outras, apesar de terem ocorrência natural, tiveram sua concentração aumentada no meio ambiente.

O termo Ecotoxicologia foi cunhado por René Truhaut em 1969, que o definiu como sendo "o ramo da toxicologia preocupado com o estudo de efeitos tóxicos causados por poluentes naturais ou sintéticos, sobre quaisquer constituintes dos ecossistemas: animais (incluindo seres humanos), vegetais ou microorganismos, em um contexto integral" (Truhaut, 1977).

A ecotoxicologia - um dos ramos da ecologia - estuda os efeitos e as influências de agentes tóxicos sobre diversos níveis de organização biológica: celular, individual, populacional, da comunidade e do ecossistema, compreendendo três áreas fundamentais de estudo:

• Estudo das emissões e ingresso dos poluentes no ambiente, assim como sua distribuição e destino;

• Estudos qualitativos e quantitativos dos efeitos tóxicos dos poluentes no ecossistemas e no homem;

• Estudo do ingresso e destino dos poluentes na biosfera, enfatizando a contaminação das cadeias alimentares.

2. MARCO DA ECOTOXICOLOGIA

A publicação do livro "Primavera Silenciosa", de Rachel Carson em 1962 catalisou a separação da ecotoxicologia da toxicologia clássica. O elemento revolucionário introduzido por Rachel Carson foi a extrapolação dos efeitos sobre um único organismo para todo um ecossistema (Bazerman et al, 2006). [1] Este estudo sistêmico é diferente da natureza antropocêntrica da toxicologia clássica, e, portanto, a ecotoxicologia é uma disciplina bem mais ampla, porque incorpora aspectos de ecologia, toxicologia, fisiologia, biologia molecular, química analítica e outras ainda para estudar os efeitos de xenobióticos em um ecossistema. A finalidade desta abordagem é ser capaz de predizer os efeitos dos poluentes, de tal forma que se um incidente ocorrer, será possível definir ações eficientes e efetivas para remediar os efeitos deletérios causados pelos poluentes. Em ecossistemas que já estão impactados pela poluição, estudos ecotoxicológicos podem informar qual é o melhor modo de ação para que o ecossistema seja capaz de recuperar seus serviços e funções.

3. ECOTOXICOLOGIA

Ecotoxicologia pode ser entendida com a junção de ecologia e toxicidade. Ecologia é o estudo da interação dos seres vivos entre si e com o meio ambiente em que vivem; toxicologia é uma ciência que procura entender os tipos de efeitos causados por substâncias químicas, bioquímicas e os processos biológicos responsáveis por tais efeitos, levando em conta a sensibilidade de diferentes tipos de organismos à exposição de substâncias químicas e as relativas toxicidade de diferentes substâncias. O objetivo da ecotoxicologia seria então entender e prever efeitos de substâncias químicas em seres vivos e comunidades naturais.

Já há alguns anos, a ecotoxicologia tem sido usada também como parâmetro legal de regulamentação de qualidade de água, de efluentes e de sedimento. A Resolução Conama no 344/04 instituiu testes ecotoxicológicos para casos de disposição de sedimento a ser dragado quando a concentração algumas substâncias podem oferecer risco. Já a Resolução Conama no 357/05 instituiu o uso de testes ecotoxicológicos tanto como parâmetro de qualidade das águas como de efluentes. Além dessas legislações em nível federal, diversos estados possuem suas legislações próprias que regulamentarizam e dão diretrizes para o uso desses testes, como os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, dentro outros.

Muitos metais, hormônios, derivados do petróleo, dioxinas e furanos são exemplos de substâncias de ocorrência natural, mas que são motivo de preocupação dada a alta concentração que são encontradas em alguns locais e dada a capacidade de provocar danos aos seres vivos. Metais não são degradáveis, e podem se acumular no tecido de organismos vivos causando disfunções de metabólicas e até mesmo má-formações em fetos humanos.

Hormônios podem causar desregulações endócrinas com consequências no crescimento, no desenvolvimento e na reproduçãos. Alguns HPAs (Hidrocarmonetos Policíclicos Aromáticos), encontrados em combustíveis fósseis como carvão e petróleo, se acumulam nas gorduras de animais, e são carcinogênicos, ou seja, provocam câncer.Dioxinas e furanos são produzidos na queima de carvão e também de florestas; são bastante tóxicas e comprovadamente carcinogênicas.

Outras substâncias como pesticidas e substâncias farmacêuticas não existiam na natureza,mas foram criadas pelo homem. Outra classe de substâncias com crescente preocupação são os chamados produtos de nanotecnologia, ou simplesmente nanopartículas. Estas são definidas como materiais particulados com pelo menos uma dimensão menos que 100 nanômetros

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