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Erros Inatos Do Metabolismo

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Por:   •  3/3/2014  •  2.211 Palavras (9 Páginas)  •  826 Visualizações

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ERROS INATOS DO METABOLISMO

Teresinha Cardoso de Oliveira

INTRODUÇÃO

Os distúrbios metabólicos no recém-nascido por erro inato do metabolismo podem ser transitórios ou permanentes. Os permanentes são de caráter herdado, seu mecanismo de herança variando segundo a natureza do defeito. Garrot, em 1908, criou a expressão Erros Inatos do Metabolismo (EIM) para descrever doenças determinadas geneticamente, causadas por um defeito enzimáticos específico que leva a um bloqueio em vias metabólicas específicas, com conseqüente acúmulo de substrato ou deficiência de um produto. Cerca de 10% das patologias genéticas decorrem de EIM seja por defeito na síntese, degradação, transporte ou armazenamento de moléculas biologicamente ativas e com o avanço das técnicas de biologia molecular, novas patologias decorrentes de defeitos metabólicos específicos vêm elevando este percentual.

A base bioquímica dos distúrbios monogênicos envolve defeitos de uma ampla variedade de proteínas, principalmente enzimas, receptores, proteínas de transporte, hormônios peptídicos, imunoglobulinas, colágeno e fatores de coagulação. A grande maioria dos EIM envolve anormalidades nas enzimas e proteínas de transporte.

CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS INATOS DO METABOLISMO

Do ponto de vista da fisiopatologia, esses distúrbios podem ser divididos em 3 grupos diagnósticos:

Grupo 1-DOENÇAS DECORRENTES DE DISTÚRBIO DA SÍNTESE OU CATABOLISMO DE MOLÉCULAS COMPLEXAS

Os sintomas são permanentes, progressivos, independentes de eventos intercorrentes, sem ligação com ingestão de alimentos.

1a-Todas as Doenças Lisossômicas de Depósito (DLD) pertencem a este grupo em que ocorre acúmulo progressivo de substratos não degradados, usualmente polímeros complexos que não podem ser normalmente hidrolizados. Estes polímeros acumulam-se nos lisossomos de tecidos como Linfócitos Fibroblastos, Hepatócitos, células do Baço, Conjuntivas, Medula óssea, Mucosa intestinal.

1b-Nos Distúrbios da biogênese dos Peroxissomos, muitas funções anabólicas estão alteradas incluindo a biosíntese de plasmalogênios (maior constituinte da mielina), colesterol e ácidos biliares.Deficiência generalizada da beta-oxidação de peroxissomos resulta em uma variedade de distúrbios como alterações marcantes da migração neuronal com malformações e severa disfunção neurológica. Em contraste com as DLD, não há acúmulo intracelular de polímeros não digeridos, sendo um marcador útil de diagnóstico, o acúmulo de ácidos graxos de cadeia muito longa no plasma.

1c-Outro grupo de doenças envolve defeitos de tráfico e processamento de proteínas intracelulares com o a Deficiência de Alfa-1- Antitripsina e a recentemente descrita Síndrome de glicoproteínas deficientes de carbohidratos ou Distúrbios da glicosilação de glicoproteínas. Estas patologias são difíceis de serem demonstradas uma vez que não se resumem a deficiência de uma única enzima. Seu diagnóstico depende da determinação dos níveis plasmáticos de proteínas específicas como alfa -1-antitripsina, transferrinas glicosiladas, ou glicoproteínas séricas totais.

Grupo 2-ERROS INATOS DO METABOLISMO INTERMEDIÁRIO que conduz a uma aguda e progressiva intoxicação pelo acúmulo de compostos tóxicos próximos ao bloqueio metabólico. Neste grupo estão:

2 a- Aminoacidopatias como Fenilcetonúria, Doença do xarope de bordo ou Leucinoses, Homocistinúria, Tirosinemia;

2b-Acidemias orgânicas como acidemia Metil-Malônica, acidemia propiônica, acidemia Isovalérica;

2 c-Defeitos do Ciclo da Uréia, Ornitina trascarbamilase, carbamil-fosfato sintetase;

2d-Intolerância a Carbohidratos como Galactosemia, Intolerância hereditária a frutose.

Todos os distúrbios desse grupo apresentam similaridades clínicas, incluindo:

Intervalo livre de sintomas

Sinais clínicos de intoxicação

Agudos = vômitos, letargia, insuficiência hepática, complicações trombo-embólicas e coma;

Crônicos =atraso progressivo do desenvolvimento;

Recorrentes =acidose, cifose, hiperamonemia.

O diagnóstico biológico se faz pela determinação no plasma e urina dos aminoácidos ou ácidos orgânicos.

O tratamento requer remoção dos metabólitos tóxicos através da dieta, exsanguíneo transfusão, diálise peritonial ou hemodiálise.

Grupo 3-ERROS DO METABOLISMO INTERMEDIÁRIO COM SINTOMAS DEVIDO A DEFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO OU UTILIZAÇÃO DE ENERGIA, resultante de um defeito no fígado, músculo, miocárdio e cérebro.

Neste grupo estão incluídos:

Glicogenoses

Defeitos da gliconeogênese

Acidemias lácticas congênitas

Defeitos da oxidação de ácidos graxos

Defeitos das cadeias respiratórias mitocondriais

Estas patologias apresentam espectros clínicos que se sobrepõem, resultantes tanto do acúmulo de compostos tóxicos como da deficiência na produção de energia.

Sinais e sintomas comuns desse grupo incluem:

Hipoglicemia

Hiperlactacidemia

Hipotonia severa generalizada

Miopatia

Cardiomiopatia

Insuficiência cardíaca

Colapso circulatório

Morte súbita infantil

Atraso no crescimento

Malformações

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