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O Tambaqui

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Por:   •  10/5/2013  •  1.657 Palavras (7 Páginas)  •  614 Visualizações

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O tambaqui

O tambaqui (Colossoma macropomum), peixe originário da bacia Amazônica, é a espécie nativa mais estudada e sobre a qual se gerou mais conhecimento na criação em cativeiro. O tambaqui pertence à classe Osteichthyes, subclasse Actinopterygii, ordem Characiformes, família Characidae e subfamília Serrasalminae, sua introdução na piscicultura se deu na década de 70 (Figura 1).

Figura 1. Exemplar de Tambaqui, Colossoma macropomum

Peixe de escamas com corpo romboidal, nadadeira adiposa curta com raios na extremidade, dentes molariformes e rastros branquiais longos e numerosos. A coloração geralmente é parda na metade superior e preta na metade inferior do corpo, mas pode variar para mais clara ou mais escura dependendo da cor da água. Os alevinos são cinza claro com manchas escuras espalhadas na metade superior do corpo. O tambaqui alcança cerca de 90cm de comprimento total. Antigamente eram capturados exemplares com até 45kg. Hoje, por causa da sobrepesca, praticamente não existem indivíduos desse porte.

Entre outras características econômicas e ambientais, podemos destacar o excelente sabor e consistência de sua carne, boa adaptação ao cativeiro, à ótima aceitação no mercado, a alta prolificidade e habito alimentar onívoro. Possui alta aceitação no mercado, em razão de sua carne saborosa que pode ter vida útil em torno de 43 dias, se conservada de forma correta entre camadas de gelo.

O tambaqui é uma espécie tropical considerada por muitos autores como o segundo maior peixe de escamas de água doce da América do Sul, atrás apenas do pirarucu (Arapaima gigas). Sua utilização em cativeiro é crescente em diversas regiões do Brasil e do Continente Sul-americano.

O tambaqui é o principal peixe criado na bacia amazônica principalmente pela fácil obtenção de juvenis, bom potencial de crescimento, alta produtividade e rusticidade, além de se adaptar bem a quase todos os sistemas de criação como o sistema extensivo, semi-intensivo e intensivo.

É um peixe de águas ricas em nutrientes, com temperaturas médias, entre 25º C e 34º C. Além disso, é capaz de resistir a baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água (–1 mg L¹). Em situações de hipóxia, o animal apresenta adaptações morfológicas que é o aumento do lábio inferior. Nessas condições, costuma nadar próxima a superfície para captar mais oxigênio.

Outra característica da espécie é a alta resistência a mudanças abruptas de pH, sendo que o melhor desempenho, constatado experimentalmente, foi inversamente proporcional ao aumento do pH da água. Animais mantidos em água ácida (4,0) apresentam melhor desempenho e nenhuma alteração fisiológica.

Quando o PH da água fica alterado, prejudica a oferta de alimento e o desenvolvimento dos peixes. Pode ser que os peixes mais jovens consigam se adaptar, mas seu crescimento será prejudicado. Ele não será um peixe saudável, será como uma criança subnutrida.

A subnutrição e o estresse causado pelo aumento da temperatura da água e pela escassez de oxigênio podem resultar também em peixes menos resistentes a doenças e a alterações no habitat, o que pode causar a extinção de várias espécies.

As mudanças climáticas, as alterações no habitat natural dos tambaquis podem afetar o poder nutritivo do peixe, que é uma das espécies economicamente mais importantes para a piscicultura no Amazonas.

Possui habito alimentar onívoro, com predição por frutos e sementes, partem de macrofitas aquáticas, organismos zooplanctonicos grandes, moluscos, crustáceos e larvas de insetos. Aceita bem as rações extrusadas e peletizadas. Os estudos sobre sua nutrição indicam que o tambaqui requer cerca de 35% de proteína bruta quando alimentado exclusivamente com ração (sem participação da proteína dos alimentos naturais). A presença de dentes molares e afiados possibilita ao tambaqui consumir frutos e sementes, mesmo que estes estejam protegidos e recobertos com cascas fibrosas e duras . Além disto, a espécie possui numero elevado de brânquias que viabilizam o processo de filtragem de zooplâncton. É um peixe que aproveita eficientemente o zooplâncton, mesmo quando se trata de um peixe adulto.

A maior restrição ao cultivo do tambaqui é a temperatura. A espécie cresce muito lentamente em temperaturas menores de 22º C e pode morrer quando a temperatura fica abaixo de 16 º C.

A espécie é migradora, realiza migrações reprodutivas, tróficas e de dispersão. Durante a época de cheia entra na mata inundada, onde se alimenta de frutos/sementes. Durante a seca, os indivíduos jovens ficam nos lagos de várzea onde se alimentam de zooplâncton e os adultos migram para os rios de águas barrentas para desovar. Nessa época, não se alimentam, vivendo da gordura que acumularam durante a época cheia. Uma das espécies comerciais mais importantes da Amazônia central.

Sua reprodução, quando criados em cativeiro, se dá após indução hormonal, e as fêmeas podem produzir milhões de ovos em uma única desova total. O criador pode optar por realizar a reprodução no próprio criatório ou adquirir alevinos de criatórios idôneos, próximos à região de criação. A tecnologia de produção de alevinos da espécie esta bem consolidada facilitando o cultivo dos produtores que optam por adquirir os alevinos.

A criação do tambaqui é dividida basicamente em três fases: larvicultura, produção de juvenis e engorda. Na larvicultura, os peixes são criados da eclosão até o peso médio individual de 0,5 a 1,0g durante 30 a 45 dias; a produção de juvenis, que é a próxima etapa, dura cerca de 60 dias, e o peso médio individual dos peixes fica entre 40g a 50g. Por fim, a engorda, o tempo é variável, pois depende do peso de abate.

Embora a espécie seja considerada rústica, com aparente grau de adaptação aos diferentes ambientes a que é submetida, se desconhece quais serão os efeitos das mudanças climáticas sobre sua fisiologia. Perturbações fisiológicas podem ocasionar, entre outros desequilíbrios, uma inibição do crescimento. O crescimento é conduzido pela ativação de mais de 400 ações a partir do hormônio do crescimento (GH), que culminam na cascata de sinalização intracelular e levam à transcrição de genes específicos no desenvolvimento das respostas biológicas ao GH.

Estas respostas são desenvolvidas e controladas principalmente pelo eixo somatotrófico, no qual o fator de crescimento tipo insulina I (IGF I) é o principal mediador. O IGF I é produzido

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