TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Transsexualismo

Projeto de pesquisa: Transsexualismo. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  16/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  5.981 Palavras (24 Páginas)  •  205 Visualizações

Página 1 de 24

TRANSEXUALISMO

I. DA INTRODUÇÃO

Segundo o médico JÚLIO CÉSAR MEIRELLES GOMES, estatísticas, ainda imprecisas, admitem que um em cada 100 mil habitantes (ou um em cada 20 mil como afirmam outros levantamentos) da Terra é um transexual. Acrescentando, com razão, que é “assustador não pela quantidade, mas pela existência no mundo de inúmeros indivíduos reféns de seu próprio corpo, impossibilitados de transformá-lo em instrumento de sua vontade na busca da felicidade, princípio e fim da condição humana.”

MARIA BERENICE DIAS: “As questões que dizem com a sexualidade sempre são cercadas de mitos e tabus, e os chamados desvios sexuais, tidos como uma afronta à moral e aos bons costumes, são alvos da mais profunda rejeição social. Tal conservadorismo acaba por inibir o próprio legislador de normar situações que fogem dos padrões aceitos pela sociedade. No entanto, fechar os olhos à realidade não vai fazê-la desaparecer, e a omissão legal acaba tão-só fomentando a discriminação e o preconceito. Estar à margem da lei não significa ser desprovido de direito, nem pode impedir a busca do seu reconhecimento na Justiça. Ainda quando o direito se encontre envolto em uma auréola de preconceito, o juiz não pode ter medo de fazer justiça. A função judicial é assegurar direitos, e não bani-los pelo simples fato de determinadas posturas se afastarem do que se convencionou chamar de normal.

Talvez uma das mais instigantes questões que estão a merecer regulamentação, para adentrar na esfera jurídica, é a que diz com o fenômeno nominado de transexualismo, por envolver a própria inserção do indivíduo no contexto social, pois se reflete na questão da identidade e diz com o direito da personalidade, que tem proteção constitucional.”

Ainda MARIA BERENICE DIAS - “Deixe o silêncio encobrir tudo, penetrar até a alma. Afinal, é mais fácil acreditar que aquilo que não se ouve, que não se vê, não existe.

Para a mantença do que é aceito como certo - pelo simples fato de ser igual - o jeito é não ver nem ouvir qualquer coisa que se afaste do comportamento majoritário. O importante é respeitar os costumes, que nada, mais são do que repetições do que é considerado bom e correto pelas gerações anteriores. É reconhecido como verdadeiro o que a maioria diz e todos repetem como eco.

Com desenvoltura, a sociedade faz surgir mecanismos de exclusão. Engessa as pessoas com rigidez dentro de estruturas cristalizadas, criando sistemas de alijamento do que refoge do padrão convencional. Toda e qualquer tentativa de fugir dos estereótipos estratificados é identificada como vício, pecado ou crime e rotulada de imoral, um atentado à ética e aos bons costumes.

Quem se afasta do modelo necessita se refugiar em guetos. A união de esforços, a formação de instituições e entidades é a forma encontrada pelos marginalizados para emergir e obter a respeitabilidade social. Dolorosa a inserção desses segmentos. Nem sempre a conjunção de forças, a organização de movimentos ou a instituição de agremiações logram êxito.

É a família que serve de mola propulsora para arrostar o preconceito: Porém, alguns segmentos, por serem estigmatizados também no âmbito familiar, têm mais dificuldade de romper a barreira a invisibilidade. Dentre os excluídos, os mais discriminados são certamente os homossexuais, que enfrentam maior dificuldade de obter aceitação. Sequer do respaldo familiar desfrutam, o que compromete a imagem pessoal, limita a auto-estima e dificulta a busca de integração: Praticamente são submetidos a um processo de auto-exclusão. A falta de respeito em praticamente todos os núcleos vivenciais os sujeitam ao escárnia público e os tornam o alvo preferido do anedotário de uma forma degradante. Essa é a face mais perversa dó preconceito.

Essa cruel realidade está começando a ceder. A laicização da sociedade e a universalização dos direitos humanos estão rompendo a barreira do silêncio. A partir da consagração constitucional dos princípios da igualdade e da liberdade; bem como da eleição da dignidade da pessoa humana como finalidade maior do Estado, o Direito passou a ser a grande esperança.

Somente a conscientização da sociedade poderá reverter posturas discriminatórias que levam a duvidar de se estar: vivendo em um estado democrático de direito. O preconceito e a discriminação dificultam o processo integratório pela via legislativa. É difícil a aprovação de leis destinadas a segmentos com pouca expressão numérica e alvo de uma forte rejeição da maioria do eleitorado. A possibilidade de comprometer a mantença no poder intimida o legislador.

A Justiça é conservadora. É difícil ao magistrado romper barreira sem temer estigmas ao enfrentar assunto permeado de rejeição. No entanto, é preciso que os juízes tenham sensibilidade para enlaçar no âmbito da juridicidade situações que não dispõem do respaldo legal. Mas para isso é preciso coragem para empunhar a bandeira da igualdade e da liberdade na busca do respeito à dignidade da pessoa humana c da cidadania.”

MARIA CLAUDIA CRESPO BRAUNER - “(...) no campo da bioética as soluções não são simples e nem poderiam ser definitivas, mas são, entretanto, extremamente necessárias para a proteção do homem, do planeta e da qualidade de vida na terra.

FERNANDA LOURO FIGUEIRAS - “Os Estados Democráticos de Direito consagram, como seus fundamentos, a dignidade da pessoa humana, a liberdade, suas manifestações e a igualdade de todos perante a lei. A realidade, porém, é outra, sendo comum pessoas sofrerem situações de discriminação e preconceito, em decorrência de algum aspecto característico da sua individualidade, que venha fugir de uma idéia preestabelecida do que seja normalidade. Na seara da sexualidade, é manifesta a discriminação dos indivíduos com opção sexual diversa da heterossexual, que se encontram, inclusive, legalmente marginalizados, porque inexiste regramento jurídico específico para tutelar os direitos e deveres advindos das relações entre pessoas do mesmo sexo.”

JOSÉ CARLOS TEIXEIRA GIORGIS: existem certas realidades que não podem ser negadas e reclamam “tutela jurídica, cabendo ao judiciário solver os conflitos trazidos, sendo incabível que as convicções subjetivas impeçam seu enfrentamento e vedem a atribuição de efeitos, relegando à margem determinadas relações sociais, pois a mais cruel consequência ao agir omissivo é a perpetração de grandes injustiças.

PAULO ROBERTO CECCARELLI - Gostaria de apresentar hoje para vocês minhas reflexões, algumas conclusões mas sobretudo as questões, tanto teóricas quanto clínicas, que venho me colocando

...

Baixar como (para membros premium)  txt (39.2 Kb)  
Continuar por mais 23 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com