Biodanza

BIODANZA ou Dança da Vida é uma prática de desenvolvimento humano, que busca estimular o individuo a comunicar-se com o próprio corpo e com outros indivíduos, orientando para o afloramento dos potenciais humanos necessários a uma vida plena, saudável, sensível e criativa. Através da dança, amplia a consciência de si mesmo, propiciando a elevação da auto-estima Vê o homem em sua totalidade e o convida a viver harmoniosamente com o meio ambiente e com todos os seres viventes. 

A proposta da Biodança é dançar a sua dança, aumentando o contato consigo mesmo, com o outro e com a vida como um todo. Ela pode ser de uma contribuição bem efetiva para superar barreiras construídas pelo individuo em torno de si mesmo. O interesse da Biodança consiste em priorizar a experiência corporal e a sensibilidade, a fim de proporcionar uma integração intra-psíquica, onde sentimento, ação e razão andam juntos.

A Biodança pode ser praticada em qualquer lugar como empresas, escolas, hospitais, igrejas, e outros locais. sua maior aplicabilidade se dá nos grupos regulares, que normalmente possuem objetivos terapêuticos definidos. Geralmente os grupos são heterogêneos, composto por pessoas de todas as idades e de diferentes formações. Os encontros são feitos semanalmente, utilizando música e danças para se criar estímulos adequados para que se possam aproveitar os cincos canais de expressão da emoção. Não há pré-requisitos para fazer Biodança. Não é preciso saber dançar.

ORIGEM:

A Biodanza foi criada pelo psiquiatra e antropólogo Rolando Toro Arenda (membro docente do centro de estudos de Antropologia Médica, da Escola de Medicina da Universidade do Chile e professor de Psicologia da Criatividade na Universidade Católica do Chile), na década de 1960 no Chile, fundamentando seu método em bases teóricas, utilizando-se principalmente de conceitos antropológicos e biológicos. Ele iniciou seus trabalhos vivenciais acreditando na força da Dança e da Música no tratamento de seus pacientes, surgindo assim o primeiro esboço teórico da Biodança, e a partir de um trabalho de pesquisa no Hospital Psiquiátrico de Santiago do Chile, com um grupo de pessoas que tinham perdido muitas de suas referências de vida.

O primeiro Modelo Teórico da Biodança, proposto em1965, sofreu algumas alterações com o passar dos anos. Esse modelo teórico parte da hipótese de que a música influenciava o comportamento dos doentes mentais, algumas levavam à tranqüilidade, outras à alegria, outras à depressão e tristeza. Com isso Toro começa a selecionar músicas e danças que pudessem reforçar a identidade, propondo exercícios de contato corporal para dar limite, coesão e sensação de inteireza. 

 Este foi desenhado da seguinte forma: 

Identidade ---------------------------Transe 

Identidade = percepção de si 

Transe = fusão com a totalidade 

A primeira alteração que o modelo sofre, ocorre na palavra “Transe” que é substituída por “Regressão”. Que vem representando a nossa capacidade de conexão com a origem, um retorno ao indiferenciado. Mais tarde surgem as cinco linhas de vivência: vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade e transcendência.

         Em 1983, o modelo fica mais elaborado, o termo Potencial Genético aparece na base inferior do eixo vertical, representando a potência genética que possuímos nas células e que são responsáveis pela formação e transmissão dos caracteres hereditários da espécie humana. Porém alguns genes só se manifestam com a presença dos cofatores  

Alguns genes permitem ou impedem a expressão de determinadas características, apesar de existirem potencialmente. E Toro propõe que não só os cofatores são necessários para a expressão dos potenciais genéticos, como também os ecofatores (fatores advindos do meio externo, que deflagram os hormônios naturais, mediante a estimulação de emoções específicas). Dessa forma, ambientes afetivos favorecem a expressão das potencialidades do indivíduo da mesma forma que ambientes hostis ou agressivos a dificultam. 

         Em 1990 novas alterações ocorrem no modelo. O termo “Identidade” da lugar ao termo “Consciência Intensificada de si mesmo” e no lugar de “Regressão” o termo “Consciência diminuída de si mesmo”. As cinco linhas de vivências passam a serem representadas em espiral, mostrando o dinamismo entre elas e cada linha de vivência parte de uma protovivência específica, que são as primeiras vivências experimentadas pelo bebê no início da vida e são elas: Linha da Vitalidade movimento e respiração; Linha da Sexualidade sucção, contato corporal e carícias; Linha da Afetividade nutrição, continente e comunicação; Linha da Criatividade exploração do ambiente, expressão, aquisição da linguagem; Linha da Transcendência plenitude e harmonia com o ambiente. O termo “Identidade” volta passando a ser o resultado final do modelo e o principal objeto de estudo. Este modelo se mantém até os dias atuais, o que não significa que está pronto e acabado.

Em 1976 Rolando Toro trouxe a Biodanza para o Brasil com o nome inicial de “Psicodança”, depois o nome passou a ser “Biodança”. No início da década de 90, após a criação da “International Biocentric Foundation” o sistema foi patenteado com o nome “Biodanza” e é conhecido em diversos países da América Latina e Europa.

PRINCÍPIOS:

• Principio Biocêntrico: Tem como destaque a sacralidade da vida, a vida é o que há de mais sagrado em todo o universo. Dessa forma a Biodanza solidifica-se sobre as leis universais que regem, conservam e permitem a evolução da vida. Reforçando a vitalidade, a partir da qual se pode minimizar ou até eliminar as “doenças de civilização” (foram estudadas pelo inovador da Medicina Psicossomática, Arthur Jores).
• Princípio da Progressividade: A Biodanza é progressiva e seqüencial e obedece ao nível de abertura e facilidade ou dificuldade de cada pessoa em seu processo de evolução e entrega. Cada um é responsável pelo seu autodesenvolvimento de acordo com os seus próprios padrões e possibilidades e tem parte ativa em sua cura e desenvolvimento evolutivo. As sessões de Biodanza são planejadas de acordo com este princípio e as vivências se tornam mais intensas de acordo com a abertura de cada um (SANTOS 1997).
• Principio da Realidade: Seus conceitos e práticas se inspiram nas ciências naturais, humanas e na investigação experimental. Seus conceitos estão fundamentados na Biologia, Medicina, Antropologia, Sociologia e Psicologia.
• Princípio da Vivencia: O desenvolvimento das cinco linhas de vivência (vitalidade, criatividade, afetividade, sexualidade e transcendência) é o instrumento de evolução. O projeto existencial tem que partir da vivência, e não da consciência. Integração à Espécie.  A Biodanza cumpre sua função transformadora, vinculando-se a todos os seres humanos, sem discriminação.

COMO FUNCIONA:

A Biodança não funciona de forma individual uma vez que a vida não acontece sozinha. Ela valoriza o grupo as relações do indivíduo com os outros, já que o grupo é um lugar de circulação dos afetos e equivale a um “útero afetivo”, funcionando como uma matriz que nutre e dá suporte ao crescimento individual.

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